O gerenciamento de resíduos será incentivado para que os participantes do reality recebam moedas para compras na casa
O reality show Big Brother Brasil (BBB 23), edição de 2023, terá pela primeira vez em sua edição, o gerenciamento de resíduos gerados dentro da casa.
Como incentivo a coleta seletiva, os participantes receberão estalecas extras, a moeda utilizada para compras dentro da casa.
Como incentivo às práticas sustentáveis, os participantes do BBB 23 terão, semanalmente, recompensas em estalecas pela qualidade do lixo que entregarem após a realização de sua coleta seletiva.
Os participantes ganharão uma quantia a mais da moeda interna, de acordo com o resultado obtido no ranking previamente estabelecido pela equipe de direção, com o apoio da área de Gestão Ambiental da Globo, que avalia o nível de eficiência na separação dos resíduos da casa.
Essas moedas dentro do reality são extremamente importantes, pois fazem a diferença no momento da compra de alimentos e suprimentos para a manutenção semanal.
Além da coleta seletiva, a edição deste ano ainda terá outras medidas em prol do meio ambiente e da sustentabilidade.
Os brothers, como são chamados, terão limite diário no uso de água, e a casa conta com sistema exclusivo de captação de água e chuva.
As luzes, que ficam ligadas a maior parte do dia, vêm de energia limpa e 100% renovável, segundo a emissora.
De acordo com Mauricio Gonzalez, diretor do Centro de Serviços Compartilhados da Globo, os participantes receberão um treinamento para aprender como descartar ou reaproveitar os resíduos, além de como empregar no dia a dia as demais ações implementadas.
A implementação da coleta seletiva, dentro do reality show faz parte de medidas ESG adotadas pelo grupo empresarial da emissora.
Para o gerenciamento de resíduos no país, bem como medida de sensibilização ambiental, é uma grande visibilidade, já que o programa mantém números expressivos de audiência.
De acordo com a Rede Globo de Televisão, até o dia 21 de abril durante a edição de 2022 o reality teve média de 22 pontos no PNT (Painel Nacional de Televisão) e 47% de share. O que significa que a cada 1 ponto PNT, 258.821 domicílios ou 713.821 indivíduos estavam assistindo, e que 45% das televisões estavam sintonizadas no BBB 23, em determinado horário.
Foi o programa mais assistido da TV Globo e da televisão brasileira no ano, acompanhado por mais de 155 milhões de pessoas.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2023/01/lixo-organico-inorganico-como-separar-getty.webp413620Silvio Correahttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngSilvio Correa2023-01-18 08:42:252023-01-18 08:42:25Gerenciamento de resíduos chega na casa do BBB 23
Você sabe a diferença entre um lixão, um aterro controlado ou sanitário e a compostagem ? Embora pareçam alternativas de descarte de resíduos sólidos similares, cada uma dessas frentes tem características e funções distintas. Entendê-las é importante para a gestão adequada de resíduos.
Embora ainda seja um volume alto, o número significa um avanço em relação ao primeiro trimestre de 2020, quando 3.257 municípios ainda destinavam para disposição final seus resíduos de forma inadequada, o que inclui o descarte em lixões ou os chamados aterros controlados que, diferentemente dos aterros sanitários, não incluem cuidados com a impermeabilização do solo.
No último Panorama dos Resíduos Sólidos, a ABETRE ainda mostrou que o Brasil está produzindo 19% mais resíduos que em 2010, passando de 67 milhões para 79,6 milhões de toneladas/ano em uma década.
Dado esse fato, entender as diferenças entre lixão, aterro sanitário ou controlado e compostagem é fundamental para a adoção de práticas corretas de descarte para os setores industrial e urbano.
Lixão: depósito a céu aberto
Lixão é uma opção inadequada de disposição final de resíduos a céu aberto, sem qualquer planejamento ou medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública. No local não há nenhum controle ou monitoramento dos resíduos depositados, onde nesse caso, resíduos domiciliares e comerciais de baixa periculosidade podem ser descartados juntamente com os industriais e hospitalares, de alta contaminação e teor poluidor, atraindo vetores, além de riscos à saúde e propícios a incêndios causados pelos gases gerados pela decomposição descontrolada do lixo.
Como não há impermeabilização, o chorume, líquido gerado pela decomposição da matéria orgânica, não é coletado, podendo penetrar na terra e contaminar o solo e o lençol freático.
A Lei 12.305/2010 denominada Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), previa para agosto de 2014 o fim dos lixões, mas com a sanção do novo marco do saneamento básico os prazos foram atualizados, definindo que capitais e regiões metropolitanas têm até 2 de agosto de 2021 para acabar com os lixões, enquanto cidades com mais de 100 mil habitantes têm até agosto de 2022 como prazo final. Os municípios que têm entre 50 e 100 mil habitantes terão até 2023 para eliminar o problema e as cidades com menos de 50 mil habitantes até 2024.
Aterro controlado: solução intermediária aos lixões
Os aterros controlados utilizam de princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos. Porém, nesse método há a geração de poluição localizada, já que não conta com técnicas de impermeabilização do solo, não engloba sistema de tratamento para o chorume; e não há a extração e queima controlada dos gases gerados na decomposição do lixo.
Se comparados, o aterro controlado é preferível ao lixão, mas apresenta qualidade bastante inferior ao aterro sanitário e, normalmente, é uma alternativa usada por pequenos municípios que não têm condições de construir ou realizar o encaminhamento de seus resíduos para um aterro sanitário, a opção mais apropriada para o descarte do lixo.
Suas principais características que o difere do lixão são:
A área isolada e sinalizada;
Controle de resíduos para impedir a entrada de descartes perigosos da classe 1 — que possuem inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e/ou patogenicidade;
O lixo é compactado e o solo coberto a cada jornada;
Após a compactação, o local recebe argila e terra para o plantio de espécies de raízes curtas, como gramado.
Antes, a NBR 8849/1985 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) regulamentava as práticas adequadas para os aterros controlados. Porém, como não se trata de uma técnica que prevê a preservação do meio ambiente, a norma foi cancelada, ficando válida apenas a NBR 8419/1992 (apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos).
Aterro sanitário: opção comum para o lixo urbano
Conforme a NBR 8419/1992 da ABNT, o aterro sanitário também é uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, mas que visa prevenir danos à saúde pública e ao meio ambiente, minimizando os impactos ambientais.
Tal método utiliza os princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, recebendo tratamento no terreno (impermeabilização e selamento da base com argila e mantas de PVC). Com isso, o lençol freático e o solo ficam protegidos da contaminação pelo chorume, que é coletado e tratado no local ou em empresas especializadas. O gás metano também é coletado para armazenagem ou queima.
Apesar de ser uma solução ecologicamente correta, um aterro sanitário também precisa se adequar a exigências ambientais para funcionar. São elas:
Impermeabilização de base e laterais;
Recobrimento diário dos resíduos;
Cobertura final das plataformas de resíduos;
Coleta, drenagem e tratamento de lixiviados (chorume e água pluvial);
Coleta e tratamento de gases;
Drenagem superficial;
Monitoramento técnico e ambiental.
Compostagem: a melhor opção para o meio ambiente
Em linhas gerais, a compostagem é uma alternativa ambientalmente segura, sustentável e que vai além das exigências da legislação vigente.
Essa prática consiste em um processo biológico de valorização e transformação de resíduos em matéria orgânica com qualidade para ser utilizada na agricultura rural, urbana e projetos paisagísticos, como fertilizante orgânico composto ou condicionador de solos.
Em determinados casos, a compostagem pode ser realizada in loco (na própria empresa) ou através do tratamento offsite, compartilhando a responsabilidade sob os materiais orgânicos com empresas de soluções ambientais especializadas para realizar o tratamento em unidades terceirizadas.
Os resíduos domésticos podem ser compostados de maneira mais simples e através de composteiras caseiras; por meio de um biodigestor, que transforma o material orgânico em gás metano; ou ainda por sistemas mais amplos com capacidade para grandes volumes e variedades de resíduos, que é o método denominado compostagem em escala industrial.
A prática ainda vai de encontro a PNRS, que destaca em seu Art. 36, § 1:
“No âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, cabe ao titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, observado, se houver, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos:
I – adotar procedimentos para reaproveitar os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;”
Tornando-se uma opção de destaque para a destinação correta e segura dos resíduos orgânicos advindos de indústrias, empresas e domicílios, o processo promove a reciclagem de nutrientes, a melhoria das propriedades físicas e biológicas dos solos cultivados e ainda contribui diretamente com a redução dos passivos ambientais e esgotamento dos aterros.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2023/01/como-e-o-dia-a-dia-de-um-aterro-sanitario-lixao-voce-sabe-artigos-cursos-cpt.jpg425637Silvio Correahttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngSilvio Correa2023-01-09 09:41:022023-01-09 09:41:02Qual a diferença entre lixão, aterros e compostagem?
A Valora foi selecionada como uma das 5 finalistas para testar um projeto piloto em parceria com o Housingpact. Os pilotos buscam soluções inovadoras para desafios de moradia . Nossa solução irá testar a viabilidade de realizar a compensação ambiental por meio da reciclagem através da plataforma Valora Coin.
“O piloto da Valora visa testar um modelo muito inovador dentro do universo de reciclagem. Ele se baseia no “swap” de resíduos. “Swap” é um conceito utilizado em outros segmentos que significa trocar ou se apropriar de algum ativo ou benefício executado por um terceiro. No caso, a Valora propõe utilizar uma “moeda” – Valora Coin, para coordenar esta dinâmica. A Valora Coin é um token fungível baseado em tecnologia blockchain. Ao aplicar a solução, um condomínio de baixa renda ganha o serviço de coleta seletiva gratuitamente.
Teste:
Se as pessoas físicas pagam por essa reciclagem (mesmo antes da lei de isenção fiscal de 6%) e se o condomínio acolhe e dá valor à coleta gratuita. Teste A, B, C > A – reciclagem subsidiada, B – match PF + subsídio, C – compra PF.
Legado:
Compra de reciclagem e condomínios de baixa renda recebendo coleta seletiva de forma gratuita.”
Gigante do ramo dos alimentos e uma das principais responsáveis pelo impacto do lixo plástico no mundo, a Nestlé anunciou na semana passada o lançamento no Brasil de uma cafeteira para cápsulas compostáveis.
De acordo com a marca, as cápsulas da Nescafé Dolce Gusto NEO são fabricadas com papel certificado pela ONG FSC (Forest Stewardship Council) e um polímero biodegradável. Seu tempo de decomposição é estimado em cerca de seis meses.
Ainda segundo a empresa, as máquinas NEO também foram projetadas com foco na durabilidade e no compromisso com a inovação sustentável de ponta a ponta. Seu design foi pensado para pelo menos dez anos de vida útil.
“Cuidadosamente pensada a fim de evitar o desperdício e prezar o meio ambiente, cada máquina é feita com peças de alumínio e plástico reciclados e pode ser reparada com muito mais rapidez e facilidade que as comuns. Com desligamento automático, também garante consumo eficiente de energia”, explica a Nestlé.
CÁPSULAS DE CAFÉ É LIXO RECICLÁVEL
Paixão nacional, o café é o protagonista da manhã de todas as classes sociais da família brasileira e nos últimos anos a tecnologia ofereceu às pessoas a praticidade de uma excelente xícara da bebida ao toque de um botão.
O problema é que o café em cápsulas, preparado pelas máquinas, pode ser até 14 vezes mais prejudicial para o meio ambiente do que filtrar em um coador, é o que aponta o Instituto de Pesquisas Tecnológicas da USP (IPT – USP).
Mas então, o que fazer para amenizar o impacto ambiental, sem abandonar o novo jeito de preparar o cafezinho?
Para te ajudar, o Recicla Sampa separou as principais iniciativas de logística reversa voltadas para a coleta e reciclagem das cápsulas em andamento no Brasil.
Se você conhece algum ponto que gera muitas cápsulas, chame a Valora! Instalamos coletores para descarte adequado e fazemos a coleta periodicamente. Além disso, aceitamos cápsulas de todas as marcas e materiais! Esperamos vocês!
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2022/12/10_cafeteira_para_capsulas_compostaveis_chega_ao_brasil_padrao.jpg448796Silvio Correahttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngSilvio Correa2022-12-12 11:51:102022-12-12 11:51:10CAFETEIRA PARA CÁPSULAS COMPOSTÁVEIS CHEGA AO BRASIL
Uma pesquisa realizada pelo maior site de vendas online do continente revelou que o consumo de produtos sustentáveis disparou na América Latina.
Batizado de ‘Tendências de consumo online com impacto positivo’, o estudo indica que dobrou a busca por itens ecológicos nos últimos dois anos na região.
A pesquisa detalha ainda que aproximadamente 4,3 milhões de pessoas compraram mais de 7,3 milhões de produtos sustentáveis em 2021.
“E o Brasil corresponde a 40% desse mercado, cujo crescimento das vendas foi duas vezes maior em relação ao levantamento anterior”, informa o site Cosumidor Moderno.
O Brasil ainda se destacou em relação ao volume de consumidores que abandonaram velhos hábitos e adotaram o consumo sustentável na sua rotina.
Enquanto o crescimento na América Latina foi de 29%, por aqui foi de 32%.
Gerente sênior de Sustentabilidade do Mercado Livre no Brasil, Laura Motta informa que a ideia é oferecer em um só lugar o maior número possível de produtos sustentáveis.
“Estamos conscientes de que as decisões de hoje irão determinar o amanhã. Por isso, nossa seção de produtos sustentáveis procura expandir ainda mais a sua variedade e alcance, ao mesmo tempo que continua impulsionando negócios de impacto”, explica Motta.
“Um futuro melhor começa quando trabalhamos em conjunto com empreendedores de triplo impacto e com os nossos usuários”, completa a executiva.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2022/12/IMAGEM_NOTICIA_0.jpg339510Silvio Correahttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngSilvio Correa2022-12-06 11:21:472022-12-06 11:21:47CONSUMO DE PRODUTOS SUSTENTÁVEIS DISPARA NA AMÉRICA LATINA
A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas deste ano, a COP27, acontece em um cenário de diferentes crises globais.
Os efeitos múltiplos desencadeados pela Covid-19 e a invasão da Ucrânia pela Rússia fizeram os preços da energia alcançarem recordes de alta. Ao mesmo tempo, desastres climáticos sem precedentes causam abalos devastadores e generalizados. Níveis históricos de chuvas, calor, secas, incêndios e tempestades vêm atingindo praticamente todas as partes do mundo.
Uma catástrofe climática no Paquistão tirou a vida de mais de mil pessoas e deixou outras dezenas de milhões desabrigadas. Enchentes e inundações no sul da África no primeiro semestre de 2022 mataram centenas de habitantes e afetaram seriamente as atividades econômicas na região. Milhões de pessoas no nordeste da África estão passando fome devido a uma seca sem precedentes. Uma seca severa também afetou a produção de alimentos e energia na China, causando contínuos apagões e levando ao racionamento de água e eletricidade. E a Europa passa por sua pior seca em 500 anos, junto a intensas ondas de calor.
Esse conjunto de crises ressalta a urgência dos países juntarem forças na COP27 para acelerar a ação climática e restabelecer a confiança de que esforços globais e coletivos podem ajudar a humanidade a superar seus maiores desafios.
A COP27 acontece em Sharm el-Sheikh, no Egito, entre os dias 6 e 18 de novembro de 2022. É essencial que os tomadores de decisão avancem em seis prioridades para a ação climática internacional.
1) Criar um mecanismo financeiro específico para perdas e danos
No encerramento da COP26, realizada em Glasgow, em 2021, uma das questões era como os países supririam a necessidade de financiamento para perdas e danos – aqueles impactos das mudanças climáticas tão severos que já não é possível solucionar apenas com medidas de adaptação. Os países em desenvolvimento defenderam a implementação de um mecanismo de financiamento específico para perdas de anos, o que implicaria um novo arranjo para canalizar o financiamento.
No entanto, devido a resistências de nações desenvolvidas como os Estados Unidos e a União Europeia, os países decidiram estabelecer o Diálogo de Glasgow sobre Perdas e Danos, dedicado a debater possíveis acordos financeiros e programado para durar até 2024. A primeira sessão do diálogo aconteceu nas negociações climáticas da ONU em Bonn, em junho de 2022, durante as quais diversos países em desenvolvimento deixaram claro que as conversas precisam ter como resultado a criação de um mecanismo específico e que essa medida não pode esperar até 2024. Muitos países desenvolvidos, em paralelo, alegam que já existem mecanismos para canalizar recursos para reverter, minimizar ou lidar com as perdas e danos, como o Fundo Verde Climático (embora este não inclua perdas e danos em seu mandato atual), Global Shield, InsuResilience e o Escritório da ONU para a Redução de Riscos de Desastres. O argumento é que a comunidade global deve fortalecer os canais já existentes em vez de criar um novo mecanismo.
Os países em desenvolvimento e especialistas de organizações da sociedade civil contrapõem que o financiamento disponível atualmente é inadequado, e que são necessários recursos específicos, além de financiamento adicional para adaptação, ajuda humanitária e assistência ao desenvolvimento.
No mínimo, a COP27 precisa dar início a um processo para formalizar um acordo financeiro focado em perdas e danos, vinculado à UNFCCC. Ao mesmo tempo, iniciativas para além das negociações formais também têm um papel importante para que se alcance a escala necessária.
Oficialmente, a programação da COP27 não prevê momentos para debater formalmente arranjos financeiros para perdas e danos, mas o grupo dos 77 e a China (que inclui, basicamente, todas as nações em desenvolvimento) solicitou que uma reunião seja acrescentada à agenda oficial. Para isso, todos países, desenvolvidos e em desenvolvimento, devem chegar a um consenso no primeiro dia de negociações. Se os países não chegarem a um acordo sobre acrescentar o novo item na agenda, potenciais avanços durante a conferência podem ser inviabilizados desde o começo.
Entre as boas notícias, com base em compromissos feitos pela Escócia, por Valônia (Bélgica) e por um grupo de instituições filantrópicas durante a COP26, a Dinamarca anunciou em setembro de 2022 a promessa de destinar 100 milhões de krones dinamarqueses (aproximadamente US$ 13 milhões) para perdas e danos. O Fórum dos Vulneráveis Climáticos e o Grupo dos Vinte Vulneráveis (V20) também lançarão uma campanha coletiva para o financiamento de perdas e anos este mês. Esses são avanços positivos que destacam a necessidade de promover o debate sobre perdas e danos na COP27.
Além de possíveis discussões sobre a criação de acordos financeiros específicos, na COP27 os negociadores estarão em vias de operacionalizar a Rede de Santiago sobre Perdas e Danos. A rede foi criada em 2019 para oferecer aos países conhecimento e assistência técnica em perdas e danos. Se os negociadores operacionalizarem totalmente a rede, este será outro resultado de sucesso para a COP27.
2) Ampliar o apoio para medidas de adaptação
À medida que cada vez mais países finalizam seus planos nacionais de adaptação e estabelecem compromissos mais detalhados e ambiciosos em suas NDCs, o foco da ação global passa do planejamento para a implementação – na hora certa. O último relatório do IPCC observou que os impactos das mudanças climáticas têm se tornado mais intensos e exigem que ações de adaptação sejam ampliadas e aceleradas para que possam atender às necessidades de países e comunidades vulneráveis.
O financiamento precisa aumentar de forma significativa para suprir as necessidades de adaptação. Na COP26, os países desenvolvidos concordaram em dobrar o financiamento para a adaptação até 2025 (em relação aos níveis de 2019), o que equivale a aproximadamente US$ 40 bilhões. Muitas partes têm defendido destinar ainda mais recursos para adaptação – e que esses recursos sejam equiparáveis aos destinados à redução de emissões (os últimos dados disponíveis mostram que o financiamento dedicado à adaptação representa apenas um terço do financiamento climático total). Um relatório recente da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta um aumento no financiamento para adaptação, de 2019 para 2020 (o último ano sobre o qual existem dados disponíveis), de US$ 20,3 bilhões para US$ 28,6 bilhões, mas esse aumento precisa continuar se quisermos atingir ou ultrapassar a meta de US$ 40 bilhões.
Na COP27, os países desenvolvidos também precisam especificar como vão garantir que esse financiamento chegue a quem mais precisa. Isso implica se comprometer com mais recursos para iniciativas de adaptação lideradas localmente, assegurando que os habitantes e organizações locais – com frequência afetados de forma desproporcional pelos impactos climáticos – participem das decisões de investimento e tenham acesso às verbas e outros recursos necessários para aumentar a resiliência.
Na conferência, os países também serão pressionados a promover avanços em relação ao Objetivo Global de Adaptação. Estabelecido sob o Artigo 7.1 do Acordo de Paris em 2015, esse objetivo visa fornecer uma estrutura para definir o processo, a ação e o apoio necessários para ampliar os esforços de adaptação, fortalecer a resiliência e reduzir a vulnerabilidade, ao mesmo tempo em que contribui para o desenvolvimento sustentável. Para ajudar a definir a meta e como ela deve ser medida e avaliada, os países estabeleceram, na COP26, o programa de trabalho Glasgow-Sharm el-Sheikh (GlaSS), focado no Objetivo Global de Adaptação, que deve ser executado entre 2022 e 2023. A COP27 sediará mais um dos quatro encontros previstos para o ano no âmbito do programa de trabalho. Durante os próximos encontros do GlaSS, os países devem se concentrar em promover avanços tangíveis; as lideranças precisam garantir que uma meta ambiciosa, com mecanismos de rastreamento robustos, seja uma alta prioridade política.
As discussões do GlaSS também são uma oportunidade para impulsionar ações de adaptação equitativas e lideradas localmente. O Objetivo poderia incluir métricas para acompanhar essas ações, inclusive para contabilizar a quantidade e a qualidade do financiamento que chega às comunidades locais. O GlaSS também pode padronizar as definições de “local” e “liderado localmente”, reconhecer formalmente os Princípios para Adaptação Liderada Localmente e garantir que as comunidades e organizações locais participem das discussões sobre a meta global.
Fortalecer o monitoramento e a avaliação da adaptação também é fundamental à medida que os países começam a implementar suas NDCs e planos nacionais de adaptação. Muitos países têm dificuldade de estabelecer métricas nacionais e sistemas de monitoramento. Na COP27, os avanços em relação ao Objetivo Global de Adaptação devem incluir a consideração de como vincular a meta global aos esforços de cada país para monitorar suas próprias metas.
3) Fortalecer as metas nacionais de redução de emissões
O Pacto Climático de Glasgow estabelecido na COP26 solicitou que os países “revisem e fortaleçam” suas metas de redução de emissões para 2030 – as chamadas contribuições nacionalmente determinadas, ou NDCs – até o fim de 2022. Isso deve ser feito para que as metas nacionais estejam em linha com a meta do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C. Desde a COP26 até agora, apenas 23 países anunciaram novos compromissos.
Entre os principais emissores que já submeteram planos climáticos mais ambiciosos, estão Índia, Austrália, Indonésia e Egito. Muitos outros, entre os quais México, Turquia, Vietnã e Chile, devem lançar suas NDCs atualizadas ainda este ano, embora já tenham perdido o prazo para a incluí-las no relatório-síntese da ONU, que deve ser publicado antes da COP27. Até o início da conferência, todos os países, em especial os maiores emissores, devem fortalecer suas metas de redução de emissões para 2030. Essas metas também precisam contar com o apoio de políticas públicas – e, principalmente, de investimentos – para que sejam concretizadas.
Embora não haja tempo para retroceder nos compromissos climáticos, em 2022, em uma reação à crise de energia desencadeada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, alguns dos principais países emissores parecem estar fazendo exatamente isso. Diante da escassez de gás natural, diversos membros da União Europeia estão reativando usinas de carvão e apelando a países da África e de outras partes do mundo em busca de novos fornecedores de gás. O think tank Ember Climate estima que os governos europeus gastarão mais de US$ 48 bilhões nos próximos meses (durante o inverno no hemisfério norte) em infraestrutura, nova ou expandida, para os suprimentos de combustíveis fósseis.
O tempo dirá se esses investimentos são temporários ou se vão comprometer as metas climáticas nacionais. Ao mesmo tempo, a Europa tem tomado medidas sem precedentes para ampliar a geração de energia a partir de fontes renováveis, aumentar a eficiência energética e diminuir o consumo de energia.
Este mês, o secretariado de Mudanças Climáticas da ONU deve publicar um relatório sintetizando os compromissos assumidos pelos países em suas NDCs e estratégias de longo prazo. Considerando a falta de progresso até agora, o relatório certamente mostrará uma lacuna entre as metas e tendências atuais de emissões nos países e os níveis necessários para limitar o aquecimento a 1,5°C.
O Pacto Climático de Glasgow estabeleceu um programa de trabalho para “ampliar com urgência a escala das ações de mitigação e adaptação ainda nesta década”. Anteriormente este ano, os países deram início às negociações de como esse programa de trabalho vai funcionar, incluindo seus objetivos, escopo, resultados, acordos e cronograma. O programa poderia ter como objetivo, por exemplo, estabelecer metas para 2030 em setores-chave. No Egito, no entanto, os países vão retomar essas negociações e espera-se que a decisão sobre como deve ser esse programa do trabalho seja um dos resultados da COP27.
4) Garantir que a promessa de US$ 100 bilhões em financiamento climático seja cumprida e convertida em novos compromissos
Mais uma vez o financiamento climático será um tópico central na COP27, com um número significativo de discussões agendadas e relações com a maioria dos demais assuntos em pauta. Os países desenvolvidos serão pressionados a reassegurar a oferta de apoio financeiro adequado para os países em desenvolvimento – em especial para os mais vulneráveis aos impactos climáticos.
Em 2009, os países desenvolvidos se comprometeram a mobilizar US$ 100 bilhões por ano para ajudar as nações em desenvolvimento em suas ações climáticas, mas relatórios oficiais da UNFCCC comprovam que esse compromisso não tem sido mantido. Uma avaliação recente da OCDE, por exemplo, mostrou que os países desenvolvidos mobilizaram apenas US$ 83,3 bilhões em financiamento climático em 2020.
Antes da COP26, ministros da Alemanha e do Canadá apresentaram um Plano de Entrega do Financiamento Climático. O documento detalhava como os países desenvolvidos não foram capazes de cumprir o compromisso e expressava a confiança de que a meta dos US$ 100 bilhões seria atingida em 2023. Uma atualização desse plano deve ser lançada antes da COP27 e lançar luz sobre os avanços do compromisso de dobrar o financiamento para adaptação até 2025. A viabilização desses recursos é essencial porque é um símbolo de solidariedade global e um elemento importante para manter a confiança no sistema multilateral e acelerar a ação climática nos países em desenvolvimento.
Os bancos multilaterais de desenvolvimento, com a estrutura de capital que possuem, também podem contribuir mais, conforme foi solicitado pelo Pacto de Glasgow e, mais recentemente, pela Revisão Independente das Estruturas de Adequação de Capital dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (iniciada pelo G20). Os bancos multilaterais de desenvolvimento continuam sendo uma peça fundamental na arquitetura do financiamento climático e precisam expandir suas ações, em especial no que diz respeito à adaptação. Essas instituições também precisam fazer com que todos os tipos de financiamento que oferecem estejam alinhados às metas climáticas globais e ajudem a construir resiliência climática.
A COP27 precisa garantir a certeza de que os US$ 100 bilhões serão viabilizados até 2023. Isso pode ser feito por meio do cumprimento das promessas feitas em Glasgow ao Fundo de Adaptação e do anúncio de novos compromissos aos fundos multilaterais ou de apoio bilateral. A COP27 também precisa sinalizar que o financiamento para adaptação proveniente de doações também aumentará, uma vez que as medidas de adaptação permanecem consideravelmente subfinanciadas em comparação com os esforços de mitigação. Novas ofertas de recursos públicos, mobilização do setor privado, melhor acesso ao financiamento e sustentabilidade da dívida também serão tópicos importantes nas discussões da COP27. O objetivo é mobilizar os trilhões de dólares necessários para preencher as lacunas de investimento e atingir as metas de longo prazo do Acordo de Paris.
Com uma série de debates em andamento, os países também estão se preparando para definir uma nova meta coletiva de financiamento, que deve entrar em vigor depois de 2025. Espera-se que esse acordo seja estabelecido até 2024, com base em diálogos técnicos e políticos que devem acontecer ao longo dos próximos dois anos, incluindo discussões ministeriais de alto nível. As lições aprendidas com a meta de US$ 100 bilhões são uma referência importante para estabelecer a nova meta (em relação a escala, escopo, qualidade e responsabilização). E há ainda a possibilidade de que o financiamento para perdas e danos seja acrescentado como área temática.
Além disso, em 2021 a África do Sul anunciou uma nova parceria com França, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos e União Europeia para mobilizar US$ 8,5 bilhões em apoio a uma transição justa para uma economia climática resiliente e de baixa emissão. Transformar esse anúncio em ações tangíveis exige que os países financiadores garantam que os arranjos financeiros atendam aos requisitos fiscais da África do Sul e que a África do Sul, por sua vez, articule e lance um plano de investimento até a COP27.
Em junho de 2022, o G7+ registrou seu interesse em promover parcerias similares com Índia, Indonésia, Senegal e Vietnã. Durante a COP27, veremos se essas parcerias serão bem-sucedidas em oferecer apoio e financiamento para comunidades e trabalhadores em sua transição energética.
5) Avançar com o Balanço Global para definir um ritmo para a ação climática
O Acordo de Paris estabeleceu o Balanço Global (do inglês “Global Stocktake”), um processo realizado de cinco em cinco anos para avaliar os avanços coletivos em relação às metas de longo prazo do acordo. O primeiro Balanço Global começou em 2021, na COP26, e terminará em 2023, na COP28, que deve acontecer nos Emirados Árabes. A COP26 abriu o primeiro Balanço Global com um chamado a todos os países e demais entidades não-estatais para que contribuíssem com o processo enviando informações; os diálogos técnicos vão ter continuidade na COP27, a fim de avaliar as informações recebidas.
Este ano, formatos inovadores do Balanço Global – incluindo um conjunto de debates baseados na metodologia world café – possibilitaram algumas conversas interessantes entre países, especialistas e entidades não-estatais. Ainda assim, o Balanço Global precisa dedicar o próximo ano à análise técnica do progresso coletivo em relação às metas do Acordo de Paris, antes de chegar à COP28 com um pacote de medidas políticas que conduzirá as ações daqui para frente. É preciso fazer isso considerando, ao mesmo tempo, sinergias com uma série de outros diálogos e processos iniciados na COP26 – incluindo discussões sobre o Objetivo Global de Adaptação, perdas e danos, mitigação e uma nova meta de financiamento – para garantir ações coesas e ambiciosas nesta década decisiva.
Por fim, é essencial que o resultado do Balanço Global seja politicamente relevante – e não apenas um exercício de compartilhamento de informações com recomendações vagas e pouco práticas. A COP27 pode ajudar a direcionar o Balanço Global oferecendo espaço para que países, especialistas e entidades não-estatais construam uma visão comum.
6) Colocar os compromissos climáticos de Glasgow em ação
Em Glasgow, governos, empresas e outros atores anunciaram muitos compromissos promissores – para citar apenas alguns: reduzir as emissões de metano, reduzir e reverter a perda florestal, alinhar o setor financeiro com o zero líquido até 2050, acelerar o ritmo da redução do uso de carvão, duplicar o financiamento para adaptação até 2025 (em relação aos níveis de 2019), ampliar iniciativas de adaptação lideradas localmente e interromper o financiamento para combustíveis fósseis. Essas promessas precisam ser convertidas em ações concretas e incluir evidências visíveis de avanços em direção a metas audaciosas. E, à medida que novas promessas são feitas, as discussões sobre responsabilização se tornam cada vez mais importantes.
Na COP27, aqueles que anteriormente aderiram a alguma iniciativa ou anunciaram compromissos ambiciosos devem atualizar esses compromissos e comunicar quaisquer barreiras existentes. E os governos, principalmente, precisam demonstrar em que áreas avançaram ou não.
Este ano, o Secretário-Geral da ONU designou um Grupo de Especialistas de Alto Nível em Zero Líquido, reunindo entidades não-estatais para estabelecer padrões claros e robustos para o crescente número de compromissos de emissões líquidas zero anunciados. Esse grupo tem debatido com uma ampla gama de atores sobre como definir o zero líquido, estabelecer metas de governança, garantir o alinhamento com objetivos de curto prazo e traçar planos para transições justas, entre outros tópicos. O grupo entregará um conjunto de recomendações ao Secretário-Geral ainda este ano, mas as discussões sobre responsabilização podem e devem ser mais elevadas na COP27.
O sucesso na COP27
A COP27 vai acontecer em um cenário de instabilidades, mas oferece a possibilidade de promover cooperação no momento em que o mundo mais precisa. Esse é o potencial que deve ser aproveitado por líderes, governos e empresas no Egito.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2022/11/04164749_145409_GD.jpg450800Silvio Correahttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngSilvio Correa2022-11-25 11:17:232022-11-25 11:17:236 prioridades globais para a COP27
A maior cidade da América Latina está presente em um dos eventos de mais importância para o ecossistema empreendedor de Portugal.
Dez startups que passaram por programas de aceleração da Prefeitura de São Paulo foram selecionadas para participar da edição deste ano do Web Summit, de 1 a 4 de novembro em Lisboa, evento que ao longo de seis anos de realização tornou-se referência na prospecção de parcerias de negócios focados em tecnologia e inovação.
Os programas Vai Tec, voltado a negócios inovadores e de base tecnológica nas periferias de São Paulo, e o Hub Green Sampa, que oferta aceleração e residência para empresas de tecnologia verde, são iniciativas da Prefeitura de São Paulo realizadas por meio da Agência São Paulo de Desenvolvimento (Adesampa), ligada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (SMDET).
A ida ao Web Summit 2022 foi parceria com a Secretaria Municipal de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo. A missão internacional está conectando os empreendedores paulistanos com o mercado europeu.
Em Lisboa, estão presentes o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, que assinará junto ao prefeito de Lisboa, Carlos Moedas, um Memorando de Entendimento entre ambas cidades para aprofundamento dos laços de cooperação em temáticas de comum interesse, como a Agenda 2030; desenvolvimento econômico, inovação e tecnologia.
“Teremos, durante o Web Summit, reuniões com mais de mais de 70 investidores interessados em fazer negócios e gerar empregos, para a gente mostrar a cidade de São Paulo, comentou o prefeito Ricardo Nunes logo após a cerimônia de abertura do evento. Uma das principais motivações da cidade são as novas tecnologias de aplicação do conceito de Smart Cities, para “colocar São Paulo no caminho de um grande futuro de cidades inteligentes, com muita informação e tecnologia, levando muito investimento para as startups da cidade, que estão aqui alinhadas às temáticas mais relevantes e inovadoras do mundo’, ressaltou.
“A presença institucional da Prefeitura de São Paulo mostrará ao público do Web Summit todo o nosso potencial cultural, tecnológico e econômico. Elementos que, certamente, atrairão investidores para a geração de emprego e renda”, explica a ex-prefeita de São Paulo e ex-Ministra de Turismo e de Cultura do Brasil, Marta Suplicy, integrante da comitiva oficial no evento em Lisboa, atualmente à frente da Secretaria Municipal de Relações Internacionais de São Paulo.
Compromissos
A programação do Web Summit contará ainda com a solenidade da assinatura do Memorando entre Lisboa e São Paulo, com o apoio da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP); com a realização de uma Masterclass intitulada “São Paulo – polo de negócios e inovação na América Latina” e a celebração do São Paulo Day – uma ação realizada pela organização do Web Summit, pela Câmara de Comércio Portuguesa em São Paulo e a AICEP.
A Web Summit Lisboa é a maior conferência da Europa em tecnologias, com sua primeira edição anual realizada em 2009. A equipe do Web Summit também realiza eventos a nível mundial, incluindo o RISE, em Hong Kong e o Collision, em Toronto. Em maio de 2023 ocorrerá a primeira edição deste evento na América Latina.
Conheça os programas de aceleração da cidade de São Paulo:
Green Sampa – Reconhecido em maio deste ano como a segunda melhor iniciativa em sustentabilidade das cidades Ibero-Americanas pela União das Cidades Capitais Ibero-Americanas (UCCI), o Green Sampa é a primeira iniciativa pública que busca reunir atores estratégicos do setor de tecnologias sustentáveis para a implementação de uma plataforma que busca soluções inovadoras para apoiar o desenvolvimento do setor, com trocas de boas práticas entre Empresas, Instituições, Centros de Pesquisas, Aceleradoras e Organizações que atuam com Tecnologias Limpas.
Vai Tec – O Programa Vai Tec é um programa municipal gerido pela Ade Sampa que tem a finalidade de estimular e apoiar, por meio de aporte financeiro e por meio de programa de aceleração, o desenvolvimento de empreendimentos inovadores que utilizem tecnologia como parte essencial do modelo de negócios, em especial aqueles ligados à Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), desenvolvidas por jovens de baixa renda e de regiões menos privilegiadas da cidade de São Paulo.
Conheça as startups paulistanas participantes do Web Summit:
Valora – Uma cleantech de impacto socioambiental positivo. Atua como operador logístico em toda a cadeia da reciclagem, fazendo programas educacionais, treinamentos, coleta dos resíduos em condomínios residenciais e grandes geradores. A startup também faz a triagem do material coletado para a venda dos produtos aos recicladores e dos créditos de logística reversa às marcas interessadas em comprovar a recuperação de embalagens.
Mais 1 Code – Com o propósito de transformar a vida de jovens da periferia, a MAIS1CODE é uma escola de programação, que atua de forma online e gratuita.
Recicla.se – Uma plataforma de gestão de resíduos, que soluciona o desafio do descarte adequado de resíduos sólidos. Por meio de tecnologia e uma rede de parceiros (cooperativas, coletores, empresas de logística e reciclagem), a startup coleta, destina e certifica todo ciclo de vida dos resíduos recicláveis e orgânicos.
{Parças} Developers School®– EduTech de Impacto Social que atua no apagão técnico de TI, formando novos Desenvolvedores de Periferias, Favelas e egressos de medidas socioeducativas.
ProHound – A startup tem o objetivo de otimizar o uso e facilitar a gestão de equipamentos de ar condicionado, proporcionando controle, visibilidade dos processos, eficiência energética e garantia de qualidade para operações de empresas, de forma inteligente e automatizada.
Literatura postal – O projeto Literatura Postal foi criado por professores e artistas da periferia de São Paulo. Adquirindo cartões postais, o usuário acessa a história em Realidade Aumentada (RA) com recursos de trilha, locução, animação 3D e recursos de acessibilidade.
Lemon Chef – O Lemonchef é um app de delivery que potencializa o trabalho do pequeno empreendedor e de motoboys parceiros, que recebem 100% do que é pago pela entrega.
Mama Filó – A missão da Mama é produzir comida saudável com valor acessível para todos. A Mama opera em parceria com mercados residenciais, smart-freezers próprios instalados em empresas, prefeituras, grandes eventos e também realiza entregas.
Um bom app – Desenvolve tecnologias de logística reversa, com mapeamento de ponto de geração de excedentes e resíduos, instalação de centrais de recebimentos e desenvolvimento de mecanismo de cashback e comercialização.
Jovens Hackers – Negócio de impacto social voltado ao ensino de programação, robótica e cultura maker para crianças e adolescentes das periferias. Em 2021, após a primeira etapa de um financiamento coletivo, ofereceram gratuitamente formação online lúdica para mais de 1.200 crianças.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2022/11/1667598824094.jpeg16001200Silvio Correahttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngSilvio Correa2022-11-16 11:20:042022-11-16 11:20:04Missão da Prefeitura de São Paulo leva 10 startups ao Web Summit 2022, em Lisboa
As taxas de reciclagem de plástico estão em queda nos Estados Unidos, enquanto a produção deste material aumenta, afirma um relatório publicado nesta segunda-feira pelo Greenpeace USA, que chamou de “mito” as alegações da indústria sobre a criação de uma economia circular eficiente para o produto.
De acordo com a análise, as residências americanas geraram 51 milhões de toneladas de resíduos plásticos em 2021, dos quais foram recicladas apenas 2,4 milhões de toneladas.
A tendência é de queda, em particular desde que a China parou de aceitar os resíduos plásticos do Ocidente em 2018 e, ao mesmo tempo, de reciclar parte deles. Além disso, os preços da produção de plástico estão em baixa devido a uma indústria em rápido desenvolvimento.
“Os grupos industriais e as grandes corporações têm pressionado pela reciclagem como uma solução”, declarou à AFP Lisa Ramsden, do Greenpeace USA.
“Ao fazer isto, elas se esquivaram de toda responsabilidade” de garantir que a reciclagem realmente funcione, acrescentou. A ativista mencionou empresas como Coca-Cola, PepsiCo, Unilever e Nestlé.
De acordo com o Greenpeace, a maioria dos 375 centros de recuperação de materiais dos Estados Unidos aceita apenas dois tipos de plásticos. O primeiro é o polietileno tereftalato (PET), muito utilizado para garrafas de água e refrigerante, e o segundo é o polietileno de alta densidade (PEAD), usado por exemplo para produtos de limpeza.
Os dois tipos de plástico são classificados nas categorias 1 e 2, segundo as normas, que incluem sete tipos. Mas ser teoricamente reciclável não significa que os produtos são realmente reciclados.
De acordo com o relatório, PET e PEAD registraram taxas de renovação de 20,9% e 10,3% respectivamente, índices menores que o da pesquisa anterior do Greenpeace nos Estados Unidos em 2020.
Além disso, plásticos do tipo 3 a 7, que incluem bolsas, brinquedos e embalagens de iogurte, entre outros, registraram taxas de reciclagem inferiores a 5%.
Embora muitas vezes apresentem o símbolo que indica a possível reciclagem, os produtos que usam os tipos de plástico 3 a 7 não atendem sempre à classificação de reciclável da Comissão Federal de Comércio (FTC).
– Economicamente insustentável –
De acordo com o documento da ONG, a reciclagem de plásticos não funciona por cinco razões.
A primeira é a quantidade de resíduos plásticos, que torna extremamente difícil recolher todos.
Além disso, mesmo se todo o material fosse recuperado, como os resíduos não podem ser reciclados juntos, na prática seria “impossível classificar trilhões de produtos”.
Em terceiro lugar, o próprio processo de reciclagem de plástico é prejudicial ao meio ambiente, porque expõe os trabalhadores a produtos químicos tóxicos e gera microplásticos.
A quarta razão é o risco de toxicidade por contaminação com outros tipos de plástico nas lixeiras, o que impede que os plásticos reciclados sejam reutilizados com alimentos.
E, finalmente, reciclar é muito caro. “Os novos plásticos competem diretamente com os reciclados e os primeiros são muito mais baratos de produzir, de melhor qualidade”, destaca o Greenpeace.
Ramsden pediu o estímulo das embalagens que não utilizam plástico e são retornáveis. Além disso, ela fez um apelo para que as empresas apoiem um tratado internacional sobre o plástico, apresentado este ano pela ONU.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2022/11/lixo-plastico-1200x675-1.jpg6751200Silvio Correahttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngSilvio Correa2022-11-09 11:03:372022-11-09 11:03:37Reciclagem de plástico permanece um “mito”, alerta o Greenpeace
Os liners (versos das figurinhas) são materiais que necessitam de um processo específico para a sua reciclagem e apenas uma empresa em São Paulo detém a tecnologia para isso.
Pensando na quantidade de materiais que estão sendo gerados por conta da Copa, a Valora juntamente com vários parceiros irá coletar os liners em diversos locais para serem destinados para a reciclagem.
Conheça todos os envolvidos nesse projeto:
Quem organizou?
Movimento Sobre Nós
Movimento formado pela Patricia Meirelles e pelo Sergio Talocchi, pais de 3 filhos, ambientalistas de coração e de formação com longa atuação na área de sustentabilidade e muito atentos à destinação dos resíduos, principalmente em casa.
Quem irá coletar?
Valora
Seremos responsáveis pela coleta e armazenamento dos materiais em todas as instituições cadastradas.
Quem irá reciclar?
Polpel
A Polpel desenvolveu uma tecnologia exclusiva capaz de separar o papel dos outros componentes do liner dos adesivos, utilizando um processo de reciclagem limpo e ecologicamente sustentável.
Quem irá transformar em papel?
MD Papéis
Empresa que atua produzindo papel cartão para atender o mercado de embalagem editorial. Utilizam fibras procedentes de áreas reflorestadas e aparas pré e pós consumo.
Não é de São Paulo?
Se você não mora em São Paulo mas quer participar do projeto e reciclar o verso das suas figurinhas da Copa, você pode enviar para a Polpel pelos correios para o endereço: Rua Padre Marcos, 761, Cidade Aracilia – Guarulhos – CEP: 07250-071.
Caso você seja de São Paulo, segue alguns pontos de entrega voluntária para vocês levar seus liners:
Colégio Ofelia Fonseca
Rua Bahia, 892 – Higienópolis, SP
Recebimento: 2ºa a 6ºa, das 09h às 13h
Loja Magia de Brincar
Rua Salvador Tolezano, 679 – Parque Mandaqui, SP
2ºa a 6ºa, das 09h às 19h
Sábados das 09h às 17h
A coleta está sendo realizada na entrada da loja
Colégio PM
R. Dr. Luís Carlos, 1000 – Penha de França, SP
Recebimento: de 2ª a 6ª feira, das 8h às 13h
Loja Macikalu
Rua São Benedito, 415 – Santo Amaro, SP
Recebimento: de 2ºa a 6ºa, das 09h às 18h
Sábado, das 9h às 16h
SEE-SAW
Rua Visconde de Nacar, 86 – Real Parque, SP
Recebimento: de 2ª a 6ª feira, das 8h às 13h
Academia Ecofit
Rua Cerro Corá, 580 – Alto de Pinheiros, SP
Recebimento: de 2ºa a 6ºa, das 06h às 21h
Sábado, das 9h às 14h
Galpão Valora
Rua Albion, 327 – Lapa, SP
Recebimento: de 2ª a 6ª feira – *Agendar horário pelo WhatsApp (11) 93372-5032
Faça parte desse projeto, descarte de forma consciente esses materiais!
Contamos com todos vocês!
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2022/11/unnamed-2.jpg16001200Silvio Correahttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngSilvio Correa2022-11-01 09:42:072022-11-01 09:42:07Saiba como descartar e reciclar o verso das suas figurinhas da copa!
Além dos benefícios ambientais e sociais, a reciclagem traz resultados financeiros e de aumento da competitividade.
A indústria do plástico vem fazendo sua parte para atender à crescente demanda da sociedade por sustentabilidade. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), em 2020 os plásticos reciclados representaram 11,5% das resinas consumidas no país, sendo que o PET responde por 41% desta parcela.
Por que investir em reciclagem?
“A gente fala que a sustentabilidade tem três pilares: o econômico, o social e o ambiental. Basta tirar um desses que a sustentabilidade não fica em pé”, ilustra Miguel Bahiense, presidente da Plastivida, Instituto Socioambiental de Plásticos.
“Então, sem dúvida”, continua, “a reciclagem precisa ser olhada também como um negócio lucrativo. A gente precisa que cada vez mais a indústria se envolva com essa temática do ponto de vista deste pilar da sustentabilidade, que é o econômico”.
Segundo levantamento da Abiplast, estão em atividade 1.119 empresas do setor de reciclagem de material plástico no Brasil, responsáveis pela geração de 13.180 empregos. São os maiores números da série histórica iniciada em 2010.
Para Vinicius Saraceni, empreendedor social, fundador da Atina Educação e CEO do Movimento Circular, o mundo está caminhando para a economia circular, e o plástico é um agente muito relevante nessa cadeia. “Estar posicionado tanto com o produto cuja embalagem tem um alto índice de reciclabilidade, quanto em ter um produto que utilize mais resina pós-consumo é imperativo para se posicionar estrategicamente à frente dos competidores neste cenário”, aponta.
Seja no processo industrial (reaproveitamento de aparas), seja no pós-consumo (coleta e reciclagem dos produtos colocados no mercado), a questão da imagem da empresa é o grande ponto positivo para as indústrias que investem em reciclagem, segundo Alexandre de Castro, presidente do Instituto Brasileiro do PVC.
“Ser vista e reconhecida como uma empresa que oferece produtos com conteúdo reciclado agrega valor. A consciência ambiental tem cada vez mais permeado o dia a dia da população de forma geral, e estar envolvido ativamente com esta questão tem um apelo que acaba chamando a atenção do consumidor final”, afirma Alexandre.
Responsabilidade socioambiental
Para se ter uma ideia, cada tonelada de material reciclado produzido reduz em média 1,1 tonelada de resíduo plástico depositado em aterros e gera emprego para 3,16 catadores que recolhem esse volume de material no mês.
Considerando que em 2020 a produção física de resina pós-consumo foi de 884,4 mil toneladas, dá para calcular a dimensão do impacto positivo que a reciclagem de plástico traz para o meio ambiente e a sociedade.
“Não importa o formato que se dê, todo o material plástico ou não que eu separo e mando para uma cooperativa, seja ela com o apoio de governo ou de uma organização da própria sociedade, tem um lado social muito importante”, ressalta Miguel.
Ele acrescenta que o pilar ambiental é o “grande gol do processo”. “Tudo isso traz benefício ao meio ambiente, porque eu não vou ter mais mares e ruas poluídos nem praças sujas. Os benefícios ambientais são claros quando, em vez de destinar os resíduos para um aterro sanitário após sua vida útil, você dá uma nova vida a eles.”
Vinícius reforça que quando uma indústria compra resina pós-consumo, está apoiando a inclusão econômica e social de milhares de pessoas, e gerando renda para milhares de famílias.
“Conforme o produto, o plástico que você coloca na prateleira passa a ter valor econômico depois do consumo. Você está adicionando valor a este material, que passa a ser atrativo para as cooperativas de catadores e para todas as empresas que vão beneficiá-lo. Havendo um valor adicionado maior nas embalagens plásticas, a gente não vai mais vê-las escapando para a natureza quando o devido cuidado não é tomado no seu descarte.”
Como começar a investir em reciclagem?
Hoje, o maior volume de resina plástica pós-consumo está concentrado na indústria de transformação para produção de novos produtos (70% do total), e o restante é transformado por recicladoras verticalizadas, ou seja, que possuem em uma mesma empresa a reciclagem e a produção de novos produtos.
Esta distinção é importante para quem está pensando em aderir à reciclagem de plástico. Vinícius explica que uma indústria pode começar a fomentar a cadeia da reciclagem com sua própria linha, desenvolvendo produtos que tenham maior índice de reciclabilidade e que utilizem resina pós-consumo.
“Agora, caso você queira abrir um negócio vinculado à reciclagem, entenda que é um novo negócio. Ou seja, você vai comprar determinado plástico de uma cooperativa, por exemplo, e transformar esse plástico num novo material, numa nova resina pós-consumo. É uma decisão estratégica, e você não precisa tirar o foco do negócio do qual você já é expert.”
Consumo consciente
Miguel chama atenção que a questão do consumo consciente é tão importante quanto a da reciclagem, e que a indústria tem grande relevância no amadurecimento da discussão em torno do plástico de uso único.
“A gente precisa ter um entendimento para que todos os atores unam esforços no sentido de mostrar que o plástico é útil à sociedade, e que a sociedade cada vez mais consegue utilizar o plástico de forma adequada. A indústria, como catalisadora de todo o processo de circularidade, pode ser o espelho para que a gente perceba este movimento de promoção da reciclagem.”
Sua indústria já investe em reciclagem? Quais têm sido os benefícios mais visíveis?