Embalagens Biodegradáveis: O que são e quais os tipos

SOLUÇÕES QUE SE DECOMPÕEM NATURALMENTE APÓS O USO E DESCARTE GANHAM FORÇA EM UM MERCADO CADA VEZ MAIS CONSCIENTE E ÁVIDO POR DIMINUIR SEU IMPACTO AMBIENTAL.

O que são embalagens biodegradáveis?

As embalagens biodegradáveis se degradam de forma natural, através de processos orgânicos promovidos pelo próprio meio onde estão, sem causar efeitos nocivos nos ecossistemas.

Vamos ao que diz a ABNT: segundo o órgão, uma embalagem biodegradável deve ser “quebrada” por microorganismos, como fungos e bactérias, em pedacinhos menores que 2 milímetros. E este processo não pode demorar mais que 90 dias, sendo considerados também os níveis de toxicidade envolvidos nesse resultado, bem como as emissões de CO2.

Alguns exemplos de embalagens biodegradáveis são as de papel, as de celofane (produzido a partir de celulose), as de resíduos vegetais e, até mesmo, opções em plástico biodegradável.

O que são embalagens sustentáveis?

Quando falamos de sustentabilidade, diversos outros aspectos — além da degradação natural — precisam ser levados em conta. Por exemplo, a produção da embalagem utiliza recursos naturais de forma desequilibrada? Gera pegada de carbono considerável?

Saquinhos para compras a granel | Produtos Personalizados no Elo7

 

O uso dessa embalagem se justifica, ou sua função é meramente adornar um produto que poderia ser comercializado livre de embalagens ou a granel?

Após o uso, seu descarte proporciona opções de reciclagem ou biodegradação?

Exemplos de embalagens sustentáveis podem ser o vidro e o alumínio, sabia? Pois é! O vidro, no caso, pode ser reutilizado para sempre em sua casa, não é mesmo? E, veja só: ambos materiais não liberam substâncias tóxicas em condições normais e podem ser reciclados inúmeras vezes.

Embalagens biodegradáveis são sustentáveis?

Considerando estes aspectos, começamos a perceber que as embalagens biodegradáveis não são, necessariamente, sustentáveis. Essa análise precisa ser feita caso a caso.

Conheça embalagens sustentáveis para alimentos que estão disponíveis no mercado | Pensamento Verde

Um exemplo de embalagem que pode ser considerada sustentável e biodegradável é a de papel, especialmente o reciclado. Ela tem origem em fontes sustentáveis, não causa qualquer tipo de dano ou contaminação e após seu uso pode tanto ser reciclada novamente ou se degradar naturalmente no meio ambiente em pouco tempo.

Como são feitas as embalagens biodegradáveis?

Os processos de fabricação de uma embalagem biodegradável podem ser os mais variados, dependendo do fim a que se destinam e das matérias-primas envolvidas.

Existem embalagens biodegradáveis produzidas a partir de recursos orgânicos como milho, mandioca, cogumelos, algas, casca de tomate e até mesmo camarão — já imaginou?

Em muitos casos, o bacana é que esses recursos são sobras de outros processos, o que dá mais sentido para seu uso. Já em outros, recursos naturais que poderiam alimentar pessoas acabam sendo empregados para produzir essas embalagens e isso, claro, gera questionamentos.

Como possuem origem em recursos vegetais, muitas dessas embalagens biodegradáveis se propõem a serem consumidas após o uso: por isso, se auto-proclamam embalagens comestíveis. Mas, claro, é preciso cuidado com eventuais distúrbios alimentares advindos dessa ingestão.

Embalagens biodegradáveis para alimentos

Falar em distúrbios alimentares nos leva a pensar em um tipo específico de embalagem biodegradável: as embalagens biodegradáveis para alimentos.

Assim como as não biodegradáveis, as embalagens biodegradáveis de alimentos precisam cumprir com normas rígidas que atestem sua segurança e comprovem que não causam nenhum tipo de contaminação ao entrar em contato com os alimentos.

Algumas são produzidas a partir de amido de milho, por exemplo, com resistência e textura aprovados por certificações. Outro exemplo de embalagem biodegradável para alimentos é o PLA (plástico poliácido lático), um tipo de plástico considerado biodegradável e que não gera nenhum tipo de intoxicação em contato com os alimentos. Quaisquer partículas plásticas que fiquem nos alimentos não causam nenhum prejuízo à saúde humana.

Como funciona o plástico biodegradável? 

No caso do PLA, bactérias produzem o ácido lático durante o processo de fabricação desse plástico. Isso faz com que, além de ser biodegradável, esse plástico ainda seja reciclável, biocompatível e bioabsorvível.

O fator complicador do PLA é que sua degradação adequada só ocorre em determinadas condições específicas de umidade, temperatura e meio — e que quase nunca estão presentes nos oceanos, aterros ou lixões onde, infelizmente, a maioria dos plásticos acaba.

Além disso, seu custo de produção ainda é consideravelmente mais alto que as demais opções.

Como saber se um plástico é biodegradável?

Procure sempre por selos e certificados de plástico biodegradável nos produtos que for adquirir. Hoje em dia, não é difícil encontrar sacolinhas, sacos de lixo, copinhos e talheres descartáveis produzidos com plástico biodegradável.

plastico embalagem biodegradável

No entanto, vale reforçar: esses materiais plásticos precisa sem descartados corretamente, sendo destinados a empresas de reciclagem ou projetos de compostagem que garantam sua degradação correta na natureza.

Plásticos biodegradáveis são prejudiciais?

Descartar um plástico biodegradável de forma irresponsável pode acarretar prejuízos ambientais. No caso do PLA, do qual já falamos, ele acaba reagindo de maneira incorreta quando vai parar em um lixão ou em aterros sanitários.

Geralmente, as condições desses locais acabam levando o PLA a uma degradação anaeróbia, com baixa concentração de oxigênio. Isso leva à liberação de gás metano na reação, que é um dos gases mais agressivos à camada de ozônio, causando o efeito estufa.

Além disso, as normas técnicas de diferentes países como Estados Unidos e Brasil permitem a adição de outros tipos de plástico não biodegradáveis na mistura do PLA (mantendo, mesmo assim, sua classificação biodegradável). Isso leva esses materiais nocivos diretamente para o meio ambiente no descarte.

Fonte: BOB

Europa quer ‘imposto de reciclagem” para roupas

Objetivo é responsabilizar o setor têxtil pelo ciclo de vida completo de seus produtos e incentivar iniciativas de circularidade

Pilha de roupas de fundo | Foto Premium

A Comissão da União Europeia apresentou hoje a proposta para criação de um sistema de Responsabilidade Estendida do Produtor (EPR scheme) para os resíduos têxteis, à similaridade do que já existe para outros setores/resíduos.

O continente europeu produz 12,6 milhões de toneladas de resíduos têxteis por ano, sendo que roupas e calçados contabilizam 5,2 milhões de toneladas, o equivalente a 12kg por pessoa por ano, dos quais 22% são coletados de forma separada.

A proposta apresentada torna os produtores responsáveis por todo o ciclo de vida dos produtos têxteis colocados no mercado, devendo apoiar a gestão sustentável e a circularidade dos resíduos têxteis em todo os países membros da União Europeia.

Pelas novas regras, que agora serão apreciadas pelo Parlamento Europeu como uma emenda à Diretiva-chave de Resíduos (Waste Framework Directive), estão previstos os seguintes pontos, dentre outros:

– Os produtores terão que cobrir os custos de gestão dos resíduos têxteis;
– As iniciativas devem prever ações de redução de resíduos e aumento da circularidade dos produtos têxteis;
– Estão contemplados incentivos para a pesquisa e desenvolvimento de tecnologias inovadoras para a circularidade dos produtos, incluindo a reciclagem fibra-a-fibra
– Prevenção e combate à exportação ilegal de resíduos têxteis

Certamente a tramitação dessa proposta será objeto de bons debates e abrirá oportunidade para aperfeiçoamentos com vistas à construção de uma norma bastante emblemática.

Total 81+ imagem pilha de roupas - br.thptnganamst.edu.vn

Problema ambiental

As marcas de fast fashion e de ultra fast fashion, cujo maior exemplo é a chinesa Shein, têm sofrido críticas ao redor do mundo por promoverem, direta ou indiretamente, o consumo desenfreado e por não serem transparentes quanto às consequências sociais e ambientais de seus modelos de negócio.

Quando considerada toda a cadeia de produção, da plantação do algodão ao descarte, a indústria da moda é responsável por quase 10% das emissões de gases de efeito estufa no mundo – algo próximo ao setor de aviação, por exemplo.

Só na Europa, espera-se que o consumo anual de roupas e sapatos passe dos 63 milhões de toneladas registrados em 2019 para 102 milhões de toneladas no fim da década, segundo informações da Agência Ambiental Europeia.

“A relação prejudicial que criamos com os têxteis polui nosso mundo. Ela exige o uso de grandes quantidades de água, faz mal à natureza e lança gases de efeito estufa na atmosfera”, afirmou Frans Timmermans, responsável pelas políticas de descarbonização do bloco.

Em nota, o diretor geral da EuroCommerce, que representa o comércio varejista no bloco, Christel Delberghe, diz reconhecer a importância da circularidade e da redução do desperdício.

Um estudo realizado em parceria com a McKinsey estima que são necessários € 35 bilhões até 2030 para promover a circularidade no setor, destaca ele, complementados por subsídios e acompanhados por uma regulamentação “harmonizada”.

Fontes: European Commission e Reset

Absolut Vodka lança garrafa de papel, mas precisamos mesmo dela?

Quase 60% de papel, com barreira integrada de plástico reciclável, com menor pegada de carbono e 8 vezes menos peso que as garrafas de vidro tradicionais .

Especificamente, a garrafa é feita de 57% de papel e 43% de plástico reciclado. “ Um passo importante para os objetivos de se tornar um produto zero carbono até 2030 e de obter uma garrafa totalmente de base biológica ”, diz a empresa, que confiou o projeto à Paboco (The Paper Bottle Company), que agora também trabalha com marcas como The Coca-Cola Company , Carlsberg, P&G e L’Oréal.

Há um cheiro de greenwashing , portanto, e vamos explicar o porquê.

Uma garrafa de papel e plástico reciclado não é mais ecológica do que uma de vidro.

A escolha da embalagem não deve ser subestimada: comprar alimentos com embalagens leves e proporcionais feitas de materiais reciclados e compostáveis ​​faz toda a diferença. Assim, pensar-se-á que o papel, mais leve, é preferível ao vidro (razão pela qual multinacionais como a Coca-Cola não abrem mão das garrafas de plástico, substituindo-as por vidro e latas, por serem mais cômodas, mais leves e entre os mais populares entre os clientes.

Nem sempre. Não era melhor em vidro? Claro que sim.

Se ao menos o vidro continuasse sendo o único material 100% puro , seguro porque é feito com substâncias não tóxicas, reciclável facilmente e sem limites. Também não altera o sabor dos alimentos e bebidas, sendo por isso ideal para a saúde.

Garrafas de papel? Também não.

carta tem alguns elementos fundamentais a seu favor:

  • o menor peso do papelão permite reduzir a poluição decorrente do transporte
  • geralmente (e é desejável) o papel usado para embalagens é obtido de florestas sustentáveis
  • é reciclável sem muita dificuldade e compostável

Deve-se dizer, no entanto, que papel e papelão não podem ser regenerados indefinidamente. A cada reciclagem, o papelão é tratado quimicamente para remover tinta e outras impurezas de sua superfície. O uso repetido dessas substâncias faz com que o material perca resistência, que é destinado a ir parar em aterros sanitários após uma série de ciclos.

Vidro é melhor

Ao contrário do papel e papelão, o vidro é infinitamente processável sem perda de qualidade. O vidro é, portanto, um dos poucos materiais de embalagem inesgotáveis. E não só:

  • o vidro protege da melhor forma o que está dentro, sendo ideal para a conservação segura de alimentos e bebidas, que não alteram seus sabores
  • a percentagem média de reciclagem de vidro, nos países da União Europeia, ultrapassa os 70%
  • fazer vidro a partir de vidro reciclado requer 40% menos energia do que uma produção que parte de matérias-primas
  • recipientes de vidro são 40% mais leves do que os populares há 20 anos

Sistemas de depósito de segurança

São provavelmente a única ferramenta capaz de reduzir seriamente a poluição ambiental e promover a prossecução de objetivos de reutilização para uma verdadeira transição para uma economia mais circular, seria urgentemente necessária a introdução de um sistema de depósito para embalagens mono para bebidas (plástico, alumínio, vidro).

É um esquema de coleta seletiva para embalagens de bebidas descartáveis ​​em que o consumidor paga um pequeno depósito totalmente reembolsável além do preço normal de varejo de uma bebida. Essa caução, ou caução, é então paga integralmente ao consumidor mediante a devolução da embalagem vazia. Em essência, o consumidor compra o conteúdo e pega emprestado a embalagem.

Normalmente, os sistemas DRS incluem embalagens de plástico (principalmente PET), metal (latas de alumínio) e vidro, mas alguns sistemas (na Austrália e no Canadá) também incluem embalagens cartonadas para bebidas.

Fonte: Green Me

Sustentabilidade será cada vez mais decisiva na escolha da compra

Estudo da IBM aponta que os consumidores estão dispostos a gastar mais com marcas ambientalmente responsáveis e que, embora as empresas tenham ações, faltam métricas para acompanhá-las

“O consumidor está disposto a pagar um prêmio. Entre 61% e 70% falaram que estariam dispostos a pagar a mais. É uma porcentagem considerável de pessoas que estão dispostas a pagar a mais”, enfatiza Carlos Capps, head de consultoria e serviços para as indústrias de varejo e produtos de consumo da IBM América Latina.

Consumidores mais sustentáveis

“A pandemia levantou a atenção dos consumidores para a sustentabilidade e a saudabilidade. As pessoas estão mais preocupadas com o que elas consomem e a procedência dos alimentos. Quando você une com a agenda de sustentabilidade, se um fabricante diz que a carne não tem antibióticos, existe um público que gostaria de pagar um pouco a mais por essa carne. Mas é preciso garantir uma rastreabilidade para que o consumidor tenha certeza que isso não é uma mentira”.

O estudo ainda aponta que os consumidores não estão olhando para a sustentabilidade apenas ao escolher uma marca, mas também ao investir, ao escolher o emprego e o meio de transporte

Estudo da IBM aponta que os consumidores estão dispostos a gastar mais com marcas ambientalmente responsáveis e que, embora as empresas tenham ações, faltam métricas para acompanhá-las

As empresas estão realmente engajadas com a sustentabilidade? Os clientes estão dispostos a pagar um pouco mais por uma marca ambientalmente responsável? A resposta para ambas as perguntas é sim. De acordo com o estudo “A última chamada para a sustentabilidade” realizado pela IBM Institute for Business Value (IBV), ao qual a Consumidor Moderno teve acesso com exclusividade, hoje, cerca de 40% dos consumidores apontam que os fatores de impacto ambiental são mais importantes do que custo, conforto e conveniência.

“O consumidor está disposto a pagar um prêmio. Entre 61% e 70% falaram que estariam dispostos a pagar a mais. É uma porcentagem considerável de pessoas que estão dispostas a pagar a mais”, enfatiza Carlos Capps, head de consultoria e serviços para as indústrias de varejo e produtos de consumo da IBM América Latina.

Consumidores mais sustentáveis

“A pandemia levantou a atenção dos consumidores para a sustentabilidade e a saudabilidade. As pessoas estão mais preocupadas com o que elas consomem e a procedência dos alimentos. Quando você une com a agenda de sustentabilidade, se um fabricante diz que a carne não tem antibióticos, existe um público que gostaria de pagar um pouco a mais por essa carne. Mas é preciso garantir uma rastreabilidade para que o consumidor tenha certeza que isso não é uma mentira”.

O estudo ainda aponta que os consumidores não estão olhando para a sustentabilidade apenas ao escolher uma marca, mas também ao investir, ao escolher o emprego e o meio de transporte.

Preocupação é crescente, mas carece de métricas

Carlos Capps, head de consultoria e serviços para as indústrias de varejo e produtos de consumo da IBM América Latina

Carlos Capps, head de consultoria e serviços para as indústrias de varejo e produtos de consumo da IBM América Latina

O estudo, que entrevistou mais de 1,9 mil executivos globais de empresas de varejo e bens de consumo (CPG), incluindo líderes da América Latina, vai a fundo e mostra que existem ações de sustentabilidade. Afinal, 9 em cada 10 empresas afirmaram que trabalharão em várias iniciativas de sustentabilidade até o final de 2021.

Porém, há lacunas. A principal delas é a falta de métricas específicas para o acompanhamento das ações, pois menos de um terço definiram formas de medir suas metas de sustentabilidade. Apenas 10% das empresas do setor de consumo definiram métricas únicas e menos de 20% alinharam métricas de desempenho organizacional para medir o progresso da sustentabilidade. O estudo ainda aponta que a maioria das organizações está em processo de definição de métricas ou pretende fazê-la em breve.

“Um exemplo é a meta de ser carbono zero em 2030. Para isso, é necessário rastrear todas as iniciativas que tenho para chegar lá. É preciso ter métricas  dessas ações para que eu construa o resultado. Do outro lado, é necessário ter uma governança preocupada com isso que crie incentivos para os executivos que estão relacionados à essa nova agenda. Também preciso criar formas de capturar qual é o valor gerado por essa nova agenda”, destaca Capps.

Em que canal o consumidor busca informação?

O consumidor busca checar o compromisso das marcas quando o assunto é sustentabilidade. As fontes variam de acordo com a faixa etária. Os consumidores de 40 a 54 anos buscam o online search e a mídia social. Os mais jovens, de 18 a 24 anos, estão concentrados na mídia social, enquanto o consumidor que tem entre 65 e 70 anos observa a etiqueta.

“Na comparação entre as fontes de informações, vê-se que o ‘boca a boca’ é pouco importante. As empresas devem se preocupar em fazer um investimento em mídia social e também nos mecanismos de busca”, destaca o head da IBM

Impacto da poluição plástica no mundo é medido em estudo do Credit Suisse

Impacto da poluição plástica no mundo é medido em estudo do Credit Suisse

Exame – 06/06/2023

O uso do plástico tem crescido continuamente com um aumento de 130% desde os anos 2000. A má administração do material também cresceu, correspondendo a uma elevação de quase 100%
Anualmente, são produzidas mais de 400 milhões de toneladas de plástico ao redor do mundo anualmente, afirma o estudo Plastic pollution: Pathways to net zero do banco Credit Suisse . O número corresponde a, aproximadamente, 57 quilogramas de plástico por habitante. O levantamento ainda diz que, a cada ano, mais de 350 milhões de toneladas de plástico viram resíduos.

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Enquanto, globalmente, cerca de 2/3 dos países adotaram alguma forma de legislação para regulamentação de usos comuns do plástico, como é o caso de sacolas plásticas, 1/3 têm regulamentações para estender a responsabilidade produtiva para plásticos de uso único, como a utilização de depósitos e centros de reciclagem.

Pensando neste contexto, a Credit Suisse traz esse estudo sobre o impacto da poluição plástica no mundo – além das perspectivas até 2060 e sugestão de caminhos para as empresas alcançarem o Net Zero. Ainda de acordo com o estudo, dos 350 milhões de toneladas de plástico que se tornam resíduos, 40% do material vem em diferentes formas de embalagem, porém nem todo resíduo plástico se torna poluição.

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Além disto, aterros sanitários coletam cerca de 46% dos resíduos plásticos globais, já a incineração controlada responde por mais 17% e a reciclagem arrecada 15% – o que deixa mais de 20% de resíduos plásticos mal administrados. Esse contingente corresponde a um total de quase 80 milhões de toneladas por ano

“Embora a poluição plástica possa ser desagradável, o plástico em si é um material eficaz. Quer seja garantir a qualidade dos alimentos, envolvendo nosso consumo de eletrônicos ou fazendo parte de processos industriais complexos envolvendo maquinário pesado, o plástico é difundido em nossa economia. O foco principal do relatório não é para eliminar todo o plástico, mas sim para garantir descarte adequado de plástico para minimizar o desperdício de plástico interação negativa com terrestres e aquáticos ambientes”, diz a executiva Emma Crystal, chief sustainability officer do Credit Suisse no relatório.

Conscientização sobre o uso do plástico

De acordo com o estudo, a conscientização sobre as consequências negativas do plástico tem crescido desde a década de 1960, com as políticas de resposta desde a virada do milênio. Mesmo assim, o uso do plástico tem crescido continuamente com um aumento de 130% desde os anos 2000. A má administração do material também cresceu, correspondendo a uma elevação de quase 100% desde os anos 2000, o que fez o número dobrar de 40 milhões de toneladas por ano para o atual número de 80 milhões de toneladas plásticas produzidas anualmente.

As expectativas para o futuro

O Credit Suisse constrói as estimativas para 2060 com base nas atuais tendências de mercado. Além disso, o estudo considera as modificações das atividades econômicas que influenciam na diminuição da intensidade do resíduo plástico tendo em vista o produto interno bruto (PIB) de 15% e a trajetória existente para gerenciar gastos e diminuir a má gestão plástica de 22% para 15%.

Com isso, os resultados afirmam que o desperdício plástico de aproximadamente 80 milhões de toneladas deve alcançar 100 milhões de toneladas em 2060. Ou seja, o estudo demonstra que, enquanto o PIB real global tem expectativas de perder o ritmo de crescimento, é esperado que o desperdício plástico cresça exponencialmente nas próximas décadas.

Por esse motivo, ter uma abordagem Net Zero trabalha com duas variáveis: mitigação e ações adaptativas. A mitigação entra para reduzir o uso plástico – por meio da tributação – para suprimir a demanda do material. Já as adaptações são estratégias que aceitam a necessidade plástica na economia, mas, ao mesmo tempo, tentam buscar reduzir o mau gerenciamento do material.

Os próximos passos para a mitigação

Segundo o estudo, é estimado que os plásticos capturados são, na maior parte, de lixões ou queimados em fogos descontrolados – onde aproximadamente apenas ¼ (25%) de todos os plásticos mal administrados e resíduos são perdidos por meio de vazamentos e interagem em ambientes terrestres e aquáticos. Apesar do estudo se mostrar otimista com números gerais mais baixos que outras pesquisas, o levantamento afirma que, sem políticas adicionais até 2060, poderia haver mais toneladas plásticas no mar do que a biomassa de baleia – sendo que apenas uma baleia pode pesar de 40 a cerca de 150 toneladas – a informação é relativamente menos dramática que a declaração da Fundação Ellen MacArthur que dizia que, até 2050, haveria mais plásticos do que peixes no mar.

O levantamento ainda diz que para atingir o Net Zero da poluição plástica, a remoção de plástico de ambientes naturais é uma parte necessária para essa trajetória. Em conclusão, os números para a poluição plástica – e poluição plástica mal gerenciada – também são menores do que o documento da OCDE. O estudo explica que a maior razão para as previsões serem um ponto percentual menor por ano do que aqueles usados no estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) é a utilização do crescimento do PIB global.

Para a Credit Suisse, é necessário haver mais pesquisas sobre o tópico da poluição plástica, e particularmente, o vazamento para entender como os resíduos plásticos se tornam poluição plástica. “Finalmente, ao olharmos para o futuro, expressamos otimismo cauteloso. Acreditamos que as negociações para um tratado global de plásticos iniciadas pela Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente tem o potencial de ser a mais significativa proposta multilateral com foco em sustentabilidade desde o Acordo de Paris em 2015”, conclui o estudo.

Reciclagem de Resíduos no Brasil: Um Potencial Bilionário para o Futuro Sustentável

A reciclagem de resíduos é uma prática fundamental para promover a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente. No Brasil, o setor de reciclagem está em constante crescimento e apresenta um potencial impressionante. De acordo com o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, o país tem capacidade para faturar R$ 1 trilhão com reciclagem de resíduos e alcançar 30 milhões de cooperados até 2027. Esses números representam o dobro do valor faturado em 2021, demonstrando o enorme potencial econômico e social desse setor. No entanto, é importante destacar os desafios que ainda existem, como a falta de coleta seletiva em muitos municípios, impactando a destinação adequada dos resíduos e a preservação dos recursos naturais.

O Crescimento do Setor de Reciclagem no Brasil

O Brasil possui atualmente 4.880 cooperativas de reciclagem, das quais 2.535 estão no mercado há mais de 20 anos. Essas cooperativas contam com cerca de 18,9 milhões de cooperados, sendo uma importante fonte de emprego e renda para milhares de brasileiros. Segundo dados do anuário da OCB de 2022, o setor emprega atualmente 493 mil pessoas, evidenciando seu papel na geração de oportunidades de trabalho.

Importância do Cooperativismo

Um dos principais impulsionadores do setor de reciclagem no Brasil é o cooperativismo. As cooperativas desempenham um papel fundamental na coleta, triagem e processamento dos resíduos, promovendo a inclusão social e econômica de diversos trabalhadores. O cooperativismo tem sido uma das conquistas mais importantes para celebrar o Dia Internacional da Reciclagem, comemorado em 17 de maio. Por meio do trabalho conjunto e da cooperação, as cooperativas possibilitam a transformação dos resíduos em recursos valiosos, contribuindo para a economia circular.

Desafios e Oportunidades

Apesar do crescimento significativo do setor de reciclagem, ainda há desafios a serem superados. Um deles é a falta de coleta seletiva em mais de um quarto das cidades brasileiras, o que compromete a destinação adequada dos resíduos e impacta negativamente a extração de recursos naturais. É necessário investir em infraestrutura e conscientização para expandir a coleta seletiva em todo o país, garantindo que os resíduos recicláveis sejam corretamente separados e encaminhados para a reciclagem.

Além disso, é importante destacar as oportunidades que a reciclagem oferece. O Brasil produziu 27,7 milhões de toneladas de resíduos recicláveis em 2021, incluindo plásticos, papel e papelão, vidros, metais e embalagens multicamadas. Esses materiais representam uma valiosa fonte de matérias-primas secundárias, que podem ser reintroduzidas na cadeia produtiva, reduzindo a dependência de recursos naturais e promovendo a sustentabilidade.

Conclusão

A reciclagem de resíduos no Brasil apresenta um potencial econômico expressivo, capaz de gerar receitas da ordem de R$ 1 trilhão e envolver 30 milhões de cooperados até 2027. O setor de reciclagem, impulsionado pelo cooperativismo, desempenha um papel crucial na preservação ambiental e na geração de emprego e renda. No entanto, é necessário investir em infraestrutura e conscientização para expandir a coleta seletiva em todo o país, garantindo a destinação adequada dos resíduos e a maximização do potencial da reciclagem. Ao adotar práticas sustentáveis, como a reciclagem, estamos construindo um futuro mais consciente e responsável com o nosso planeta.

O que acontece com as ações de uma empresa quando ela investe em ESG?

Segundo esse grupo de pesquisadores brasileiros, o preço dos papeis está relacionado ao momento ESG das companhias. Quanto melhor, maior

Pergunte a qualquer pessoa que trabalhe com ESG, o conjunto de métricas socioambientais e de governança que ganhou o mercado nos últimos anos, sobre a frase que mais ouve quando descreve o conceito, e ela te dirá: “só funciona se der dinheiro”. Chega a ser cansativo. Até porque, em nenhum momento, os defensores de um capitalismo humanizado, voltado para o avanço do bem-estar social, propuseram a quebra sistemática de empresas como solução. A ideia é bem mais sofisticada.

O engraçado é que, sempre que um pesquisador resolve olhar para a questão, levantar dados e relacionar desempenho financeiro com aderência aos preceitos da sustentabilidade, o retorno é positivo. Foi assim, por sinal, que surgiu o movimento Capitalismo Consciente, a partir do trabalho do professor Raj Sisodia, da Babson College, sobre empresas com marcas muito fortes e pouco investimento em marketing. O segredo? Colocar o propósito à frente do lucro – o que, ironicamente, aumentava o lucro, descobriu Sisodia.

Na semana passada, um grupo de brasileiros apresentou novas evidências dessa relação simbiótica entre não destruir o único planeta capaz de abrigar vida humana e a rentabilidade das empresas no longo prazo. Carolina Sverner, Andrea Minardi e Fernando Tassinari Moraes, mestrandos do Insper, investigaram se as práticas ESG impactam o valor das ações das companhias.

Momento ESG é o mais importante para o desempenho da ação

Talvez a dúvida sobre a relação entre ganhos financeiros e práticas ESG seja motivada por uma diferença entre a lógica do mercado de capitais, e o ritmo constante de benefícios econômicos proporcionado pelo investimento em ESG. Afinal, se tem uma coisa que o investidor mais gosta além de retorno financeiro, é retorno financeiro rápido. Isso, empresas ESG dificilmente irão proporcionar. “Geralmente, essas empresas estão bem precificadas, e o investidor prefere manter”, afirma Carolina Sverner, uma das autoras do estudo.

Aí está o pulo do gato. O preço de uma ação, no final do dia, pode ser resumido a uma relação entre risco e retorno. O risco nas empresas ESG é sempre menor, então as oscilações são menores. O retorno, no entanto, é garantido por um prêmio de risco, e é maior se comparado a companhias não aderentes ao ESG.

Sverner e seus colegas também identificaram algo mais direto sobre essa relação: o movimento das notas de ratings ESG impacta na mesma direção o valor dos papéis. Se sobe, sobe, e vice-versa. Não espere de uma empresa madura social e ambientalmente grandes saltos de preço – a não ser que essa empresa seja uma grande fabricante de cosméticos que resolve comprar a concorrente e acaba com um problema de endividamento. Já aquelas companhias que estão no meio de uma jornada ESG, e começam a ver suas notas de rating avançarem, se apresentam como boas opções para um retorno seguro e, até certo ponto, rápido.

O quanto o ESG influencia no preço da ação

E aí vem o “X” da questão. Estabelecido que o ESG aumenta o preço da ação, de quanto é esse prêmio? Pelas contas do trio do Insper, considerando as ações que compõem o índice S&P 500, ele varia de 0,23% a 0,35%. Parece pouco, mas não é. Essa variação positiva se dá sobre ações que deram retorno, ou seja, considerando empresas com bom desempenho, excluindo as que tiveram queda, os papéis ESG têm maior chance de oferecer retornos acima do mercado, com menos risco. “No mínimo, sai de graça”, afirma Sverner. Se você é da turma do “só acredito vendo”, está aí uma oportunidade: invista em empresas ESG e tire a prova.

Rodrigo Caetano

Editor ESG

fonte:

https://exame.com/esg/o-que-acontece-com-as-acoes-de-uma-empresa-quando-ela-investe-em-esg/

Estudos mostram a presença de microplásticos no organismo de bebês.

Você sabia que há microplásticos no organismo de bebês recém-nascidos? O aumento exponencial da produção de plástico tem se tornado mais urgente a cada dia, afetando até mesmo bebês recém-nascidos. Leia a matéria para saber mais sobre esse assunto!

Estudos recentes mostram que bebês e crianças pequenas têm microplásticos em seus organismos, que podem ter sido originados de diversas fontes, incluindo alimentos, água e ar contaminados. Os microplásticos são partículas muito pequenas de plástico, com menos de 5 milímetros de diâmetro, que podem entrar no corpo humano através da ingestão de alimentos ou da inalação de partículas presentes no ar.

Os efeitos dos microplásticos na saúde humana ainda são pouco conhecidos, mas existem preocupações de que eles possam causar danos ao sistema nervoso, endócrino e imunológico. Além disso, a exposição a longo prazo aos microplásticos pode estar associada a doenças como o câncer.

Estudos realizados sobre o tema

Há vários estudos que relataram a presença de microplásticos no organismo de bebês e crianças. No entanto, um estudo divulgado em outubro de 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Fundação Ellen MacArthur descobriu que os bebês podem estar ingerindo cerca de 1,6 milhão de partículas de microplásticos por dia através de garrafas plásticas, mamadeiras e outros utensílios de alimentação. O estudo foi conduzido pela Universidade de Newcastle, no Reino Unido.

Outro estudo publicado na revista científica Environmental Science & Technology Letters em 2019, liderado pela Universidade de Viena, analisou as fezes de oito voluntários de diferentes partes do mundo e descobriu que todos tinham partículas do material em seus corpos. Esse estudo não se concentrou especificamente em bebês, mas mostrou a presença generalizada de microplásticos em seres humanos.

É importante destacar que ainda há muito a ser estudado sobre a presença e os efeitos dos microplásticos no organismo humano, e são necessárias mais pesquisas para entender melhor os riscos potenciais e encontrar soluções para o problema da poluição plástica.

 

 Como evitar essa situação no futuro?

Para reduzir a exposição dos bebês e crianças aos microplásticos, algumas medidas podem ser adotadas:

  1. Evite alimentos e bebidas armazenados em plástico. Opte por alimentos frescos ou embalados em vidro ou papel, e bebidas em latas ou garrafas de vidro.
  2. Use utensílios de cozinha de materiais seguros, como vidro, aço inoxidável, cerâmica ou silicone.
  3. Evite mamadeiras e utensílios de plástico, optando por alternativas de vidro ou metal.
  4. Use roupas de cama e roupas feitas de fibras naturais, como algodão, e evite tecidos sintéticos, que podem liberar microplásticos durante a lavagem.
  5. Use produtos de higiene pessoal sem microesferas de plástico, como cremes esfoliantes.
  6. Prefira brinquedos de madeira, tecido, borracha natural ou outros materiais seguros, em vez de plá
  7. Recicle corretamente e evite descartar plásticos no meio ambiente, pois eles podem acabar nos oceanos e entrar na cadeia alimentar.

Essas medidas podem ajudar a reduzir a exposição dos bebês e crianças aos microplásticos e proteger sua saúde! Além disso, é importante que as empresas sejam incentivadas a adotar práticas mais sustentáveis de produção e reduzir a quantidade de plásticos em seus produtos.

São Paulo passa a integrar projeto global para melhorar indicadores de sustentabilidade

Para garantir um plano concreto de melhorias contínuas, o Cidades+B está vinculado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU

No mês em que comemora 469 anos, a cidade de São Paulo passa a integrar o movimento global Cidades+B,que convida empresas, governos e cidadãos a unirem forças para melhorar os indicadores de sustentabilidade do município. Chamado SP+B, o programa é encabeçado pelo Sistema B, iniciativa global com foco na construção de uma economia mais inclusiva, equitativa e regenerativa por meio de parcerias com o setor privado.

O projeto tem como parceiros institucionais a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho e a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, além de BMW Foundation, Wellbeing Economy Alliance, Pacto Global da ONU, Impact Hub, Liga de Intraempreendedores, Instituto de Cidadania Empresarial, Agência Solano Trindade, G10 Favelas, FAUUSP e FecomercioSP.

Para garantir um plano concreto de melhorias contínuas, o Cidades+B está vinculado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU — mais especificamente ao número 11, voltado para cidades e comunidades sustentáveis.

“O nosso principal objetivo é convidar as empresas a medirem seus impactos sociais e ambientais e, assim, criar uma coalizão entre organizações, governos e sociedade capaz de romper com o ciclo da pobreza”, afirma Luciana Scapin, co-líder do Cidades+B.

Nessa primeira etapa, o programa convida empresas para fazer uma autoavaliação do Sistema B. Esse processo é feito por meio do B Impact Assessment, ferramenta online e gratuita que ajuda as empresas a enxergarem sua gestão com foco em cinco pilares: Governança, Colaboradores, Meio Ambiente, Comunidade e Clientes. Mais adiante, deve haver uma etapa para diagnóstico dos ODS da cidade, realização de laboratórios de lideranças para melhoria contínua e ações de impacto territorial.

Acreditamos que corporações devem não só mitigar seu impacto negativo, mas extrapolar seus interesses específicos e fazer parte da construção de uma sociedade mais afortunada. Por meio do SP+B, queremos mostrar que empresas melhores fazem uma cidade melhor”, disse Rodrigo Santini, Diretor Executivo do Sistema B no Brasil. Algumas empresas que já fazem parte do Sistema B estão envolvidas com o SP+B — entre elas, Gerdau, Movida, Nespresso, Hering, Mãe Terra e ComBio.

Soluções Sistêmicas

Ao longo do projeto, o SP+B pretende mapear e apresentar soluções criativas, sustentáveis e participativas para cinco eixos de transformação relevantes para a sociedade: economia circular, habitação, segurança alimentar, mobilidade, trabalho e renda.

“Queremos funcionar como uma espécie de laboratório de inovação que fomenta a colaboração extrema para o desenvolvimento desses pilares, que são interdependentes e, por isso, imprescindíveis quando queremos pensar no futuro de São Paulo”, explica Rennê Nunes, CEO da UP Lab, que trabalha ao lado do Cidades+B no projeto. “Nosso maior desafio é ressignificar o que é sucesso econômico para as empresas”.

“As desigualdades que enfrentamos hoje nos convocam a pensar em soluções sistêmicas para que, de fato, a transformação aconteça. Temos pouquíssimo tempo para atingirmos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e somente por meio de coalizões multissetoriais engajadas e trabalhando juntas é que poderemos avançar rumo à Agenda 2030 da ONU”, comenta Luciana.

Rio foi cidade piloto

No dia 26 de janeiro, o SP+B realiza um evento que marca o lançamento oficial do programa. O encontro acontece no Hub Green Sampa, e deve receber cerca de 100 convidados estratégicos, incluindo organizações e empresas que ajudaram a estruturar o programa ao longo de 2022.

O programa de São Paulo é inspirado em projetos já aplicados em cidades como Santiago (Chile), Barcelona (Espanha), Assunção (Paraguai), Mendoza (Argentina) e Rio de Janeiro. A capital carioca, inclusive, foi a cidade piloto do programa, em 2016. No Rio+B, a iniciativa contou com 349 empresas que fizeram a autoavaliação de impacto sob os pilares do B Impact Assessment. Dessas empresas, 42 participaram de um laboratório de melhoria contínua de seis meses. Mais de 2.500 pessoas foram impactadas diretamente pelos 15 eventos gerados pelo projeto.

Acompanhe as redes sociais do SP+B e do Sistema B Brasil para acompanhar o projeto e ações

Fonte: https://www.ecycle.com.br/sao-paulo-passa-a-integrar-projeto-global-para-melhorar-indicadores-de-sustentabilidade/

Por que investir em reciclagem? Especialistas respondem

A indústria do plástico vem fazendo sua parte para atender à crescente demanda da sociedade por sustentabilidade. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), em 2020 os plásticos reciclados representaram 11,5% das resinas consumidas no país, sendo que o PET responde por 41% desta parcela.

Por que investir em reciclagem?

“A gente fala que a sustentabilidade tem três pilares: o econômico, o social e o ambiental. Basta tirar um desses que a sustentabilidade não fica em pé”, ilustra Miguel Bahiense, presidente da Plastivida, Instituto Socioambiental de Plásticos.

“Então, sem dúvida”, continua, “a reciclagem precisa ser olhada também como um negócio lucrativo. A gente precisa que cada vez mais a indústria se envolva com essa temática do ponto de vista deste pilar da sustentabilidade, que é o econômico”.

Segundo levantamento da Abiplast, estão em atividade 1.119 empresas do setor de reciclagem de material plástico no Brasil, responsáveis pela geração de 13.180 empregos. São os maiores números da série histórica iniciada em 2010.

Para Vinicius Saraceni, empreendedor social, fundador da Atina Educação e CEO do Movimento Circular, o mundo está caminhando para a economia circular, e o plástico é um agente muito relevante nessa cadeia. “Estar posicionado tanto com o produto cuja embalagem tem um alto índice de reciclabilidade, quanto em ter um produto que utilize mais resina pós-consumo é imperativo para se posicionar estrategicamente à frente dos competidores neste cenário”, aponta.

Seja no processo industrial (reaproveitamento de aparas), seja no pós-consumo (coleta e reciclagem dos produtos colocados no mercado), a questão da imagem da empresa é o grande ponto positivo para as indústrias que investem em reciclagem, segundo Alexandre de Castro, presidente do Instituto Brasileiro do PVC.

Responsabilidade socioambiental

Para se ter uma ideia, cada tonelada de material reciclado produzido reduz em média 1,1 tonelada de resíduo plástico depositado em aterros e gera emprego para 3,16 catadores que recolhem esse volume de material no mês.

Considerando que em 2020 a produção física de resina pós-consumo foi de 884,4 mil toneladas, dá para calcular a dimensão do impacto positivo que a reciclagem de plástico traz para o meio ambiente e a sociedade.

“Não importa o formato que se dê, todo o material plástico ou não que eu separo e mando para uma cooperativa, seja ela com o apoio de governo ou de uma organização da própria sociedade, tem um lado social muito importante”, ressalta Miguel.

Ele acrescenta que o pilar ambiental é o “grande gol do processo”. “Tudo isso traz benefício ao meio ambiente, porque eu não vou ter mais mares e ruas poluídos nem praças sujas. Os benefícios ambientais são claros quando, em vez de destinar os resíduos para um aterro sanitário após sua vida útil, você dá uma nova vida a eles.”

Vinícius reforça que quando uma indústria compra resina pós-consumo, está apoiando a inclusão econômica e social de milhares de pessoas, e gerando renda para milhares de famílias.

“Conforme o produto, o plástico que você coloca na prateleira passa a ter valor econômico depois do consumo. Você está adicionando valor a este material, que passa a ser atrativo para as cooperativas de catadores e para todas as empresas que vão beneficiá-lo. Havendo um valor adicionado maior nas embalagens plásticas, a gente não vai mais vê-las escapando para a natureza quando o devido cuidado não é tomado no seu descarte.”

Como começar a investir em reciclagem?

Esta distinção é importante para quem está pensando em aderir à reciclagem de plástico. Vinícius explica que uma indústria pode começar a fomentar a cadeia da reciclagem com sua própria linha, desenvolvendo produtos que tenham maior índice de reciclabilidade e que utilizem resina pós-consumo.

“Agora, caso você queira abrir um negócio vinculado à reciclagem, entenda que é um novo negócio. Ou seja, você vai comprar determinado plástico de uma cooperativa, por exemplo, e transformar esse plástico num novo material, numa nova resina pós-consumo. É uma decisão estratégica, e você não precisa tirar o foco do negócio do qual você já é expert.”

Consumo consciente

Miguel chama atenção que a questão do consumo consciente é tão importante quanto a da reciclagem, e que a indústria tem grande relevância no amadurecimento da discussão em torno do plástico de uso único.

“A gente precisa ter um entendimento para que todos os atores unam esforços no sentido de mostrar que o plástico é útil à sociedade, e que a sociedade cada vez mais consegue utilizar o plástico de forma adequada. A indústria, como catalisadora de todo o processo de circularidade, pode ser o espelho para que a gente perceba este movimento de promoção da reciclagem.”

Sua indústria já investe em reciclagem? Quais têm sido os benefícios mais visíveis?

DAAE: 22 DE NOVEMBRO – DIA DO RECICLADOR E DA RECICLAGEM DO LIXO - Daae  Araraquara

 

Fonte: Mundo do Plástico