6 prioridades globais para a COP27

A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas deste ano, a COP27, acontece em um cenário de diferentes crises globais.

Os efeitos múltiplos desencadeados pela Covid-19 e a invasão da Ucrânia pela Rússia fizeram os preços da energia alcançarem recordes de alta. Ao mesmo tempo, desastres climáticos sem precedentes causam abalos devastadores e generalizados. Níveis históricos de chuvas, calor, secas, incêndios e tempestades vêm atingindo praticamente todas as partes do mundo.

Uma catástrofe climática no Paquistão tirou a vida de mais de mil pessoas e deixou outras dezenas de milhões desabrigadas. Enchentes e inundações no sul da África no primeiro semestre de 2022 mataram centenas de habitantes e afetaram seriamente as atividades econômicas na região. Milhões de pessoas no nordeste da África estão passando fome devido a uma seca sem precedentes. Uma seca severa também afetou a produção de alimentos e energia na China, causando contínuos apagões e levando ao racionamento de água e eletricidade. E a Europa passa por sua pior seca em 500 anos, junto a intensas ondas de calor.

enchente grave no paquistão

 

Esse conjunto de crises ressalta a urgência dos países juntarem forças na COP27 para acelerar a ação climática e restabelecer a confiança de que esforços globais e coletivos podem ajudar a humanidade a superar seus maiores desafios.

A COP27 acontece em Sharm el-Sheikh, no Egito, entre os dias 6 e 18 de novembro de 2022. É essencial que os tomadores de decisão avancem em seis prioridades para a ação climática internacional.

1) Criar um mecanismo financeiro específico para perdas e danos

No encerramento da COP26, realizada em Glasgow, em 2021, uma das questões era como os países supririam a necessidade de financiamento para perdas e danos – aqueles impactos das mudanças climáticas tão severos que já não é possível solucionar apenas com medidas de adaptação. Os países em desenvolvimento defenderam a implementação de um mecanismo de financiamento específico para perdas de anos, o que implicaria um novo arranjo para canalizar o financiamento.

No entanto, devido a resistências de nações desenvolvidas como os Estados Unidos e a União Europeia, os países decidiram estabelecer o Diálogo de Glasgow sobre Perdas e Danos, dedicado a debater possíveis acordos financeiros e programado para durar até 2024. A primeira sessão do diálogo aconteceu nas negociações climáticas da ONU em Bonn, em junho de 2022, durante as quais diversos países em desenvolvimento deixaram claro que as conversas precisam ter como resultado a criação de um mecanismo específico e que essa medida não pode esperar até 2024. Muitos países desenvolvidos, em paralelo, alegam que já existem mecanismos para canalizar recursos para reverter, minimizar ou lidar com as perdas e danos, como o Fundo Verde Climático (embora este não inclua perdas e danos em seu mandato atual), Global Shield, InsuResilience e o Escritório da ONU para a Redução de Riscos de Desastres. O argumento é que a comunidade global deve fortalecer os canais já existentes em vez de criar um novo mecanismo.

Os países em desenvolvimento e especialistas de organizações da sociedade civil contrapõem que o financiamento disponível atualmente é inadequado, e que são necessários recursos específicos, além de financiamento adicional para adaptação, ajuda humanitária e assistência ao desenvolvimento.

No mínimo, a COP27 precisa dar início a um processo para formalizar um acordo financeiro focado em perdas e danos, vinculado à UNFCCC. Ao mesmo tempo, iniciativas para além das negociações formais também têm um papel importante para que se alcance a escala necessária.

Oficialmente, a programação da COP27 não prevê momentos para debater formalmente arranjos financeiros para perdas e danos, mas o grupo dos 77 e a China (que inclui, basicamente, todas as nações em desenvolvimento) solicitou que uma reunião seja acrescentada à agenda oficial. Para isso, todos países, desenvolvidos e em desenvolvimento, devem chegar a um consenso no primeiro dia de negociações. Se os países não chegarem a um acordo sobre acrescentar o novo item na agenda, potenciais avanços durante a conferência podem ser inviabilizados desde o começo.

Entre as boas notícias, com base em compromissos feitos pela Escócia, por Valônia (Bélgica) e por um grupo de instituições filantrópicas durante a COP26, a Dinamarca anunciou em setembro de 2022 a promessa de destinar 100 milhões de krones dinamarqueses (aproximadamente US$ 13 milhões) para perdas e danos. O Fórum dos Vulneráveis Climáticos e o Grupo dos Vinte Vulneráveis (V20) também lançarão uma campanha coletiva para o financiamento de perdas e anos este mês. Esses são avanços positivos que destacam a necessidade de promover o debate sobre perdas e danos na COP27.

Além de possíveis discussões sobre a criação de acordos financeiros específicos, na COP27 os negociadores estarão em vias de operacionalizar a Rede de Santiago sobre Perdas e Danos. A rede foi criada em 2019 para oferecer aos países conhecimento e assistência técnica em perdas e danos. Se os negociadores operacionalizarem totalmente a rede, este será outro resultado de sucesso para a COP27.

2) Ampliar o apoio para medidas de adaptação

À medida que cada vez mais países finalizam seus planos nacionais de adaptação e estabelecem compromissos mais detalhados e ambiciosos em suas NDCs, o foco da ação global passa do planejamento para a implementação – na hora certa. O último relatório do IPCC observou que os impactos das mudanças climáticas têm se tornado mais intensos e exigem que ações de adaptação sejam ampliadas e aceleradas para que possam atender às necessidades de países e comunidades vulneráveis.

O financiamento precisa aumentar de forma significativa para suprir as necessidades de adaptação. Na COP26, os países desenvolvidos concordaram em dobrar o financiamento para a adaptação até 2025 (em relação aos níveis de 2019), o que equivale a aproximadamente US$ 40 bilhões. Muitas partes têm defendido destinar ainda mais recursos para adaptação – e que esses recursos sejam equiparáveis aos destinados à redução de emissões (os últimos dados disponíveis mostram que o financiamento dedicado à adaptação representa apenas um terço do financiamento climático total). Um relatório recente da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta um aumento no financiamento para adaptação, de 2019 para 2020 (o último ano sobre o qual existem dados disponíveis), de US$ 20,3 bilhões para US$ 28,6 bilhões, mas esse aumento precisa continuar se quisermos atingir ou ultrapassar a meta de US$ 40 bilhões.

Na COP27, os países desenvolvidos também precisam especificar como vão garantir que esse financiamento chegue a quem mais precisa. Isso implica se comprometer com mais recursos para iniciativas de adaptação lideradas localmente, assegurando que os habitantes e organizações locais – com frequência afetados de forma desproporcional pelos impactos climáticos – participem das decisões de investimento e tenham acesso às verbas e outros recursos necessários para aumentar a resiliência.

vista aérea de Sharm el-Sheikh, Egito

 

Na conferência, os países também serão pressionados a promover avanços em relação ao Objetivo Global de Adaptação. Estabelecido sob o Artigo 7.1 do Acordo de Paris em 2015, esse objetivo visa fornecer uma estrutura para definir o processo, a ação e o apoio necessários para ampliar os esforços de adaptação, fortalecer a resiliência e reduzir a vulnerabilidade, ao mesmo tempo em que contribui para o desenvolvimento sustentável. Para ajudar a definir a meta e como ela deve ser medida e avaliada, os países estabeleceram, na COP26, o programa de trabalho Glasgow-Sharm el-Sheikh (GlaSS), focado no Objetivo Global de Adaptação, que deve ser executado entre 2022 e 2023. A COP27 sediará mais um dos quatro encontros previstos para o ano no âmbito do programa de trabalho. Durante os próximos encontros do GlaSS, os países devem se concentrar em promover avanços tangíveis; as lideranças precisam garantir que uma meta ambiciosa, com mecanismos de rastreamento robustos, seja uma alta prioridade política.

As discussões do GlaSS também são uma oportunidade para impulsionar ações de adaptação equitativas e lideradas localmente. O Objetivo poderia incluir métricas para acompanhar essas ações, inclusive para contabilizar a quantidade e a qualidade do financiamento que chega às comunidades locais. O GlaSS também pode padronizar as definições de “local” e “liderado localmente”, reconhecer formalmente os Princípios para Adaptação Liderada Localmente e garantir que as comunidades e organizações locais participem das discussões sobre a meta global.

Fortalecer o monitoramento e a avaliação da adaptação também é fundamental à medida que os países começam a implementar suas NDCs e planos nacionais de adaptação. Muitos países têm dificuldade de estabelecer métricas nacionais e sistemas de monitoramento. Na COP27, os avanços em relação ao Objetivo Global de Adaptação devem incluir a consideração de como vincular a meta global aos esforços de cada país para monitorar suas próprias metas.

3) Fortalecer as metas nacionais de redução de emissões

Pacto Climático de Glasgow estabelecido na COP26 solicitou que os países “revisem e fortaleçam” suas metas de redução de emissões para 2030 – as chamadas contribuições nacionalmente determinadas, ou NDCs – até o fim de 2022. Isso deve ser feito para que as metas nacionais estejam em linha com a meta do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C. Desde a COP26 até agora, apenas 23 países anunciaram novos compromissos.

Entre os principais emissores que já submeteram planos climáticos mais ambiciosos, estão Índia, Austrália, Indonésia e Egito. Muitos outros, entre os quais México, Turquia, Vietnã e Chile, devem lançar suas NDCs atualizadas ainda este ano, embora já tenham perdido o prazo para a incluí-las no relatório-síntese da ONU, que deve ser publicado antes da COP27. Até o início da conferência, todos os países, em especial os maiores emissores, devem fortalecer suas metas de redução de emissões para 2030. Essas metas também precisam contar com o apoio de políticas públicas – e, principalmente, de investimentos – para que sejam concretizadas.

Embora não haja tempo para retroceder nos compromissos climáticos, em 2022, em uma reação à crise de energia desencadeada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, alguns dos principais países emissores parecem estar fazendo exatamente isso. Diante da escassez de gás natural, diversos membros da União Europeia estão reativando usinas de carvão e apelando a países da África e de outras partes do mundo em busca de novos fornecedores de gás. O think tank Ember Climate estima que os governos europeus gastarão mais de US$ 48 bilhões nos próximos meses (durante o inverno no hemisfério norte) em infraestrutura, nova ou expandida, para os suprimentos de combustíveis fósseis.

Mina de carvão Turow, no sudoeste da Polônia

 

O tempo dirá se esses investimentos são temporários ou se vão comprometer as metas climáticas nacionais. Ao mesmo tempo, a Europa tem tomado medidas sem precedentes para ampliar a geração de energia a partir de fontes renováveis, aumentar a eficiência energética e diminuir o consumo de energia.

Este mês, o secretariado de Mudanças Climáticas da ONU deve publicar um relatório sintetizando os compromissos assumidos pelos países em suas NDCs e estratégias de longo prazo. Considerando a falta de progresso até agora, o relatório certamente mostrará uma lacuna entre as metas e tendências atuais de emissões nos países e os níveis necessários para limitar o aquecimento a 1,5°C.

O Pacto Climático de Glasgow estabeleceu um programa de trabalho para “ampliar com urgência a escala das ações de mitigação e adaptação ainda nesta década”. Anteriormente este ano, os países deram início às negociações de como esse programa de trabalho vai funcionar, incluindo seus objetivos, escopo, resultados, acordos e cronograma. O programa poderia ter como objetivo, por exemplo, estabelecer metas para 2030 em setores-chave. No Egito, no entanto, os países vão retomar essas negociações e espera-se que a decisão sobre como deve ser esse programa do trabalho seja um dos resultados da COP27.

4) Garantir que a promessa de US$ 100 bilhões em financiamento climático seja cumprida e convertida em novos compromissos

Mais uma vez o financiamento climático será um tópico central na COP27, com um número significativo de discussões agendadas e relações com a maioria dos demais assuntos em pauta. Os países desenvolvidos serão pressionados a reassegurar a oferta de apoio financeiro adequado para os países em desenvolvimento – em especial para os mais vulneráveis aos impactos climáticos.

Em 2009, os países desenvolvidos se comprometeram a mobilizar US$ 100 bilhões por ano para ajudar as nações em desenvolvimento em suas ações climáticas, mas relatórios oficiais da UNFCCC comprovam que esse compromisso não tem sido mantido. Uma avaliação recente da OCDE, por exemplo, mostrou que os países desenvolvidos mobilizaram apenas US$ 83,3 bilhões em financiamento climático em 2020.

Antes da COP26, ministros da Alemanha e do Canadá apresentaram um Plano de Entrega do Financiamento Climático. O documento detalhava como os países desenvolvidos não foram capazes de cumprir o compromisso e expressava a confiança de que a meta dos US$ 100 bilhões seria atingida em 2023. Uma atualização desse plano deve ser lançada antes da COP27 e lançar luz sobre os avanços do compromisso de dobrar o financiamento para adaptação até 2025. A viabilização desses recursos é essencial porque é um símbolo de solidariedade global e um elemento importante para manter a confiança no sistema multilateral e acelerar a ação climática nos países em desenvolvimento.

Os bancos multilaterais de desenvolvimento, com a estrutura de capital que possuem, também podem contribuir mais, conforme foi solicitado pelo Pacto de Glasgow e, mais recentemente, pela Revisão Independente das Estruturas de Adequação de Capital dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (iniciada pelo G20). Os bancos multilaterais de desenvolvimento continuam sendo uma peça fundamental na arquitetura do financiamento climático e precisam expandir suas ações, em especial no que diz respeito à adaptação. Essas instituições também precisam fazer com que todos os tipos de financiamento que oferecem estejam alinhados às metas climáticas globais e ajudem a construir resiliência climática.

A COP27 precisa garantir a certeza de que os US$ 100 bilhões serão viabilizados até 2023. Isso pode ser feito por meio do cumprimento das promessas feitas em Glasgow ao Fundo de Adaptação e do anúncio de novos compromissos aos fundos multilaterais ou de apoio bilateral. A COP27 também precisa sinalizar que o financiamento para adaptação proveniente de doações também aumentará, uma vez que as medidas de adaptação permanecem consideravelmente subfinanciadas em comparação com os esforços de mitigação. Novas ofertas de recursos públicos, mobilização do setor privado, melhor acesso ao financiamento e sustentabilidade da dívida também serão tópicos importantes nas discussões da COP27. O objetivo é mobilizar os trilhões de dólares necessários para preencher as lacunas de investimento e atingir as metas de longo prazo do Acordo de Paris.

Com uma série de debates em andamento, os países também estão se preparando para definir uma nova meta coletiva de financiamento, que deve entrar em vigor depois de 2025. Espera-se que esse acordo seja estabelecido até 2024, com base em diálogos técnicos e políticos que devem acontecer ao longo dos próximos dois anos, incluindo discussões ministeriais de alto nível. As lições aprendidas com a meta de US$ 100 bilhões são uma referência importante para estabelecer a nova meta (em relação a escala, escopo, qualidade e responsabilização). E há ainda a possibilidade de que o financiamento para perdas e danos seja acrescentado como área temática.

Além disso, em 2021 a África do Sul anunciou uma nova parceria com França, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos e União Europeia para mobilizar US$ 8,5 bilhões em apoio a uma transição justa para uma economia climática resiliente e de baixa emissão. Transformar esse anúncio em ações tangíveis exige que os países financiadores garantam que os arranjos financeiros atendam aos requisitos fiscais da África do Sul e que a África do Sul, por sua vez, articule e lance um plano de investimento até a COP27.

Em junho de 2022, o G7+ registrou seu interesse em promover parcerias similares com Índia, Indonésia, Senegal e Vietnã. Durante a COP27, veremos se essas parcerias serão bem-sucedidas em oferecer apoio e financiamento para comunidades e trabalhadores em sua transição energética.

5) Avançar com o Balanço Global para definir um ritmo para a ação climática

O Acordo de Paris estabeleceu o Balanço Global (do inglês “Global Stocktake”), um processo realizado de cinco em cinco anos para avaliar os avanços coletivos em relação às metas de longo prazo do acordo. O primeiro Balanço Global começou em 2021, na COP26, e terminará em 2023, na COP28, que deve acontecer nos Emirados Árabes. A COP26 abriu o primeiro Balanço Global com um chamado a todos os países e demais entidades não-estatais para que contribuíssem com o processo enviando informações; os diálogos técnicos vão ter continuidade na COP27, a fim de avaliar as informações recebidas.

Este ano, formatos inovadores do Balanço Global – incluindo um conjunto de debates baseados na metodologia world café – possibilitaram algumas conversas interessantes entre países, especialistas e entidades não-estatais. Ainda assim, o Balanço Global precisa dedicar o próximo ano à análise técnica do progresso coletivo em relação às metas do Acordo de Paris, antes de chegar à COP28 com um pacote de medidas políticas que conduzirá as ações daqui para frente. É preciso fazer isso considerando, ao mesmo tempo, sinergias com uma série de outros diálogos e processos iniciados na COP26 – incluindo discussões sobre o Objetivo Global de Adaptação, perdas e danos, mitigação e uma nova meta de financiamento – para garantir ações coesas e ambiciosas nesta década decisiva.

Por fim, é essencial que o resultado do Balanço Global seja politicamente relevante – e não apenas um exercício de compartilhamento de informações com recomendações vagas e pouco práticas. A COP27 pode ajudar a direcionar o Balanço Global oferecendo espaço para que países, especialistas e entidades não-estatais construam uma visão comum.

6) Colocar os compromissos climáticos de Glasgow em ação

Em Glasgow, governos, empresas e outros atores anunciaram muitos compromissos promissores – para citar apenas alguns: reduzir as emissões de metano, reduzir e reverter a perda florestal, alinhar o setor financeiro com o zero líquido até 2050, acelerar o ritmo da redução do uso de carvão, duplicar o financiamento para adaptação até 2025 (em relação aos níveis de 2019), ampliar iniciativas de adaptação lideradas localmente e interromper o financiamento para combustíveis fósseis. Essas promessas precisam ser convertidas em ações concretas e incluir evidências visíveis de avanços em direção a metas audaciosas. E, à medida que novas promessas são feitas, as discussões sobre responsabilização se tornam cada vez mais importantes.

Na COP27, aqueles que anteriormente aderiram a alguma iniciativa ou anunciaram compromissos ambiciosos devem atualizar esses compromissos e comunicar quaisquer barreiras existentes. E os governos, principalmente, precisam demonstrar em que áreas avançaram ou não.

Este ano, o Secretário-Geral da ONU designou um Grupo de Especialistas de Alto Nível em Zero Líquido, reunindo entidades não-estatais para estabelecer padrões claros e robustos para o crescente número de compromissos de emissões líquidas zero anunciados. Esse grupo tem debatido com uma ampla gama de atores sobre como definir o zero líquido, estabelecer metas de governança, garantir o alinhamento com objetivos de curto prazo e traçar planos para transições justas, entre outros tópicos. O grupo entregará um conjunto de recomendações ao Secretário-Geral ainda este ano, mas as discussões sobre responsabilização podem e devem ser mais elevadas na COP27.

O sucesso na COP27

A COP27 vai acontecer em um cenário de instabilidades, mas oferece a possibilidade de promover cooperação no momento em que o mundo mais precisa. Esse é o potencial que deve ser aproveitado por líderes, governos e empresas no Egito.

 

Fonte: WRI Brasil

Missão da Prefeitura de São Paulo leva 10 startups ao Web Summit 2022, em Lisboa

A maior cidade da América Latina está presente em um dos eventos de mais importância para o ecossistema empreendedor de Portugal.

Dez startups que passaram por programas de aceleração da Prefeitura de São Paulo foram selecionadas para participar da edição deste ano do Web Summit, de 1 a 4 de novembro em Lisboa, evento que ao longo de seis anos de realização tornou-se referência na prospecção de parcerias de negócios focados em tecnologia e inovação.

Os programas Vai Tec, voltado a negócios inovadores e de base tecnológica nas periferias de São Paulo, e o Hub Green Sampa, que oferta aceleração e residência para empresas de tecnologia verde, são iniciativas da Prefeitura de São Paulo realizadas por meio da Agência São Paulo de Desenvolvimento (Adesampa), ligada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (SMDET).

A ida ao Web Summit 2022 foi parceria com a Secretaria Municipal de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo. A missão internacional está conectando os empreendedores paulistanos com o mercado europeu.

Em Lisboa, estão presentes o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, que assinará junto ao prefeito de Lisboa, Carlos Moedas, um Memorando de Entendimento entre ambas cidades para aprofundamento dos laços de cooperação em temáticas de comum interesse, como a Agenda 2030; desenvolvimento econômico, inovação e tecnologia.

“Teremos, durante o Web Summit, reuniões com mais de mais de 70 investidores interessados em fazer negócios e gerar empregos, para a gente mostrar a cidade de São Paulo, comentou o prefeito Ricardo Nunes logo após a cerimônia de abertura do evento. Uma das principais motivações da cidade são as novas tecnologias de aplicação do conceito de Smart Cities, para “colocar São Paulo no caminho de um grande futuro de cidades inteligentes, com muita informação e tecnologia, levando muito investimento para as startups da cidade, que estão aqui alinhadas às temáticas mais relevantes e inovadoras do mundo’, ressaltou.

“A presença institucional da Prefeitura de São Paulo mostrará ao público do Web Summit todo o nosso potencial cultural, tecnológico e econômico. Elementos que, certamente, atrairão investidores para a geração de emprego e renda”, explica a ex-prefeita de São Paulo e ex-Ministra de Turismo e de Cultura do Brasil, Marta Suplicy, integrante da comitiva oficial no evento em Lisboa, atualmente à frente da Secretaria Municipal de Relações Internacionais de São Paulo.

Compromissos

A programação do Web Summit contará ainda com a solenidade da assinatura do Memorando entre Lisboa e São Paulo, com o apoio da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP); com a realização de uma Masterclass intitulada “São Paulo – polo de negócios e inovação na América Latina” e a celebração do São Paulo Day – uma ação realizada pela organização do Web Summit, pela Câmara de Comércio Portuguesa em São Paulo e a AICEP.

A Web Summit Lisboa é a maior conferência da Europa em tecnologias, com sua primeira edição anual realizada em 2009. A equipe do Web Summit também realiza eventos a nível mundial, incluindo o RISE, em Hong Kong e o Collision, em Toronto. Em maio de 2023 ocorrerá a primeira edição deste evento na América Latina.

Conheça os programas de aceleração da cidade de São Paulo:

Green Sampa – Reconhecido em maio deste ano como a segunda melhor iniciativa em sustentabilidade das cidades Ibero-Americanas pela União das Cidades Capitais Ibero-Americanas (UCCI), o Green Sampa é a primeira iniciativa pública que busca reunir atores estratégicos do setor de tecnologias sustentáveis para a implementação de uma plataforma que busca soluções inovadoras para apoiar o desenvolvimento do setor, com trocas de boas práticas entre Empresas, Instituições, Centros de Pesquisas, Aceleradoras e Organizações que atuam com Tecnologias Limpas.

Vai Tec – O Programa Vai Tec é um programa municipal gerido pela Ade Sampa que tem a finalidade de estimular e apoiar, por meio de aporte financeiro e por meio de programa de aceleração, o desenvolvimento de empreendimentos inovadores que utilizem tecnologia como parte essencial do modelo de negócios, em especial aqueles ligados à Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), desenvolvidas por jovens de baixa renda e de regiões menos privilegiadas da cidade de São Paulo.

Conheça as startups paulistanas participantes do Web Summit:

Valora – Uma cleantech de impacto socioambiental positivo. Atua como operador logístico em toda a cadeia da reciclagem, fazendo programas educacionais, treinamentos, coleta dos resíduos em condomínios residenciais e grandes geradores. A startup também faz a triagem do material coletado para a venda dos produtos aos recicladores e dos créditos de logística reversa às marcas interessadas em comprovar a recuperação de embalagens.

Mais 1 Code – Com o propósito de transformar a vida de jovens da periferia, a MAIS1CODE é uma escola de programação, que atua de forma online e gratuita.

Recicla.se – Uma plataforma de gestão de resíduos, que soluciona o desafio do descarte adequado de resíduos sólidos. Por meio de tecnologia e uma rede de parceiros (cooperativas, coletores, empresas de logística e reciclagem), a startup coleta, destina e certifica todo ciclo de vida dos resíduos recicláveis e orgânicos.

{Parças} Developers School® EduTech de Impacto Social que atua no apagão técnico de TI, formando novos Desenvolvedores de Periferias, Favelas e egressos de medidas socioeducativas.

ProHound – A startup tem o objetivo de otimizar o uso e facilitar a gestão de equipamentos de ar condicionado, proporcionando controle, visibilidade dos processos, eficiência energética e garantia de qualidade para operações de empresas, de forma inteligente e automatizada.

Literatura postal – O projeto Literatura Postal foi criado por professores e artistas da periferia de São Paulo. Adquirindo cartões postais, o usuário acessa a história em Realidade Aumentada (RA) com recursos de trilha, locução, animação 3D e recursos de acessibilidade.

Lemon Chef – O Lemonchef é um app de delivery que potencializa o trabalho do pequeno empreendedor e de motoboys parceiros, que recebem 100% do que é pago pela entrega.

Mama Filó – A missão da Mama é produzir comida saudável com valor acessível para todos. A Mama opera em parceria com mercados residenciais, smart-freezers próprios instalados em empresas, prefeituras, grandes eventos e também realiza entregas.

Um bom app – Desenvolve tecnologias de logística reversa, com mapeamento de ponto de geração de excedentes e resíduos, instalação de centrais de recebimentos e desenvolvimento de mecanismo de cashback e comercialização.

Jovens Hackers – Negócio de impacto social voltado ao ensino de programação, robótica e cultura maker para crianças e adolescentes das periferias. Em 2021, após a primeira etapa de um financiamento coletivo, ofereceram gratuitamente formação online lúdica para mais de 1.200 crianças.

Fonte: Prefeitura de São Paulo

 

Reciclagem de plástico permanece um “mito”, alerta o Greenpeace

As taxas de reciclagem de plástico estão em queda nos Estados Unidos, enquanto a produção deste material aumenta, afirma um relatório publicado nesta segunda-feira pelo Greenpeace USA, que chamou de “mito” as alegações da indústria sobre a criação de uma economia circular eficiente para o produto.

De acordo com a análise, as residências americanas geraram 51 milhões de toneladas de resíduos plásticos em 2021, dos quais foram recicladas apenas 2,4 milhões de toneladas.

A tendência é de queda, em particular desde que a China parou de aceitar os resíduos plásticos do Ocidente em 2018 e, ao mesmo tempo, de reciclar parte deles. Além disso, os preços da produção de plástico estão em baixa devido a uma indústria em rápido desenvolvimento.

A diferença entre bioplástico, plástico oxidegradável e biodegradável

“Os grupos industriais e as grandes corporações têm pressionado pela reciclagem como uma solução”, declarou à AFP Lisa Ramsden, do Greenpeace USA.

“Ao fazer isto, elas se esquivaram de toda responsabilidade” de garantir que a reciclagem realmente funcione, acrescentou. A ativista mencionou empresas como Coca-Cola, PepsiCo, Unilever e Nestlé.

De acordo com o Greenpeace, a maioria dos 375 centros de recuperação de materiais dos Estados Unidos aceita apenas dois tipos de plásticos. O primeiro é o polietileno tereftalato (PET), muito utilizado para garrafas de água e refrigerante, e o segundo é o polietileno de alta densidade (PEAD), usado por exemplo para produtos de limpeza.

Os dois tipos de plástico são classificados nas categorias 1 e 2, segundo as normas, que incluem sete tipos. Mas ser teoricamente reciclável não significa que os produtos são realmente reciclados.

De acordo com o relatório, PET e PEAD registraram taxas de renovação de 20,9% e 10,3% respectivamente, índices menores que o da pesquisa anterior do Greenpeace nos Estados Unidos em 2020.

Além disso, plásticos do tipo 3 a 7, que incluem bolsas, brinquedos e embalagens de iogurte, entre outros, registraram taxas de reciclagem inferiores a 5%.

Embora muitas vezes apresentem o símbolo que indica a possível reciclagem, os produtos que usam os tipos de plástico 3 a 7 não atendem sempre à classificação de reciclável da Comissão Federal de Comércio (FTC).

– Economicamente insustentável –

De acordo com o documento da ONG, a reciclagem de plásticos não funciona por cinco razões.

A primeira é a quantidade de resíduos plásticos, que torna extremamente difícil recolher todos.

Além disso, mesmo se todo o material fosse recuperado, como os resíduos não podem ser reciclados juntos, na prática seria “impossível classificar trilhões de produtos”.

Em terceiro lugar, o próprio processo de reciclagem de plástico é prejudicial ao meio ambiente, porque expõe os trabalhadores a produtos químicos tóxicos e gera microplásticos.

A quarta razão é o risco de toxicidade por contaminação com outros tipos de plástico nas lixeiras, o que impede que os plásticos reciclados sejam reutilizados com alimentos.

E, finalmente, reciclar é muito caro. “Os novos plásticos competem diretamente com os reciclados e os primeiros são muito mais baratos de produzir, de melhor qualidade”, destaca o Greenpeace.

Ramsden pediu o estímulo das embalagens que não utilizam plástico e são retornáveis. Além disso, ela fez um apelo para que as empresas apoiem um tratado internacional sobre o plástico, apresentado este ano pela ONU.

Produção de plástico em 2020 diminuiu pela primeira vez desde 2008 -  Revista Galileu | Um Só Planeta

Fonte: IstoÉ Dinheiro 

Saiba como descartar e reciclar o verso das suas figurinhas da copa!

Os liners (versos das figurinhas) são materiais que necessitam de um processo específico para a sua reciclagem e apenas uma empresa em São Paulo detém a tecnologia para isso.

Pensando na quantidade de materiais que estão sendo gerados por conta da Copa, a Valora juntamente com vários parceiros irá coletar os liners em diversos locais para serem destinados para a reciclagem.

Conheça todos os envolvidos nesse projeto:

Quem organizou?

Movimento Sobre Nós
Movimento formado pela Patricia Meirelles e pelo Sergio Talocchi, pais de 3 filhos, ambientalistas de coração e de formação com longa atuação na área de sustentabilidade e muito atentos à destinação dos resíduos, principalmente em casa.

Quem irá coletar?

Valora
Seremos responsáveis pela coleta e armazenamento dos materiais em todas as instituições cadastradas.

Quem irá reciclar?

Polpel
A Polpel desenvolveu uma tecnologia exclusiva capaz de separar o papel dos outros componentes do liner dos adesivos, utilizando um processo de reciclagem limpo e ecologicamente sustentável.

Quem irá transformar em papel?

MD Papéis
Empresa que atua produzindo papel cartão para atender o mercado de embalagem editorial. Utilizam fibras procedentes de áreas reflorestadas e aparas pré e pós consumo.

Não é de São Paulo?

Se você não mora em São Paulo mas quer participar do projeto e reciclar o verso das suas figurinhas da Copa, você pode enviar para a Polpel pelos correios para o endereço: Rua Padre Marcos, 761, Cidade Aracilia – Guarulhos – CEP: 07250-071.

Caso você seja de São Paulo, segue alguns pontos de entrega voluntária para vocês levar seus liners:

Colégio Ofelia Fonseca
Rua Bahia, 892 – Higienópolis, SP
Recebimento: 2ºa a 6ºa, das 09h às 13h

Loja Magia de Brincar
Rua Salvador Tolezano, 679 – Parque Mandaqui, SP
2ºa a 6ºa, das 09h às 19h
Sábados das 09h às 17h
A coleta está sendo realizada na entrada da loja

Colégio PM
R. Dr. Luís Carlos, 1000 – Penha de França, SP
Recebimento: de 2ª a 6ª feira, das 8h às 13h

Loja Macikalu
Rua São Benedito, 415 – Santo Amaro, SP
Recebimento: de 2ºa a 6ºa, das 09h às 18h
Sábado, das 9h às 16h

SEE-SAW
Rua Visconde de Nacar, 86 – Real Parque, SP
Recebimento: de 2ª a 6ª feira, das 8h às 13h

Academia Ecofit
Rua Cerro Corá, 580 – Alto de Pinheiros, SP
Recebimento: de 2ºa a 6ºa, das 06h às 21h
Sábado, das 9h às 14h

Galpão Valora
Rua Albion, 327 – Lapa, SP
Recebimento: de 2ª a 6ª feira – *Agendar horário pelo WhatsApp (11) 93372-5032

Faça parte desse projeto, descarte de forma consciente esses materiais!

Contamos com todos vocês!

Por que investir em reciclagem? Especialistas respondem

Além dos benefícios ambientais e sociais, a reciclagem traz resultados financeiros e de aumento da competitividade.

A indústria do plástico vem fazendo sua parte para atender à crescente demanda da sociedade por sustentabilidade. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), em 2020 os plásticos reciclados representaram 11,5% das resinas consumidas no país, sendo que o PET responde por 41% desta parcela.

Por que investir em reciclagem?

“A gente fala que a sustentabilidade tem três pilares: o econômico, o social e o ambiental. Basta tirar um desses que a sustentabilidade não fica em pé”, ilustra Miguel Bahiense, presidente da Plastivida, Instituto Socioambiental de Plásticos.

“Então, sem dúvida”, continua, “a reciclagem precisa ser olhada também como um negócio lucrativo. A gente precisa que cada vez mais a indústria se envolva com essa temática do ponto de vista deste pilar da sustentabilidade, que é o econômico”.

Segundo levantamento da Abiplast, estão em atividade 1.119 empresas do setor de reciclagem de material plástico no Brasil, responsáveis pela geração de 13.180 empregos. São os maiores números da série histórica iniciada em 2010.

Para Vinicius Saraceni, empreendedor social, fundador da Atina Educação e CEO do Movimento Circular, o mundo está caminhando para a economia circular, e o plástico é um agente muito relevante nessa cadeia. “Estar posicionado tanto com o produto cuja embalagem tem um alto índice de reciclabilidade, quanto em ter um produto que utilize mais resina pós-consumo é imperativo para se posicionar estrategicamente à frente dos competidores neste cenário”, aponta.

Seja no processo industrial (reaproveitamento de aparas), seja no pós-consumo (coleta e reciclagem dos produtos colocados no mercado), a questão da imagem da empresa é o grande ponto positivo para as indústrias que investem em reciclagem, segundo Alexandre de Castro, presidente do Instituto Brasileiro do PVC.

A história da Reciclagem no Brasil e no Mundo

Responsabilidade socioambiental

Para se ter uma ideia, cada tonelada de material reciclado produzido reduz em média 1,1 tonelada de resíduo plástico depositado em aterros e gera emprego para 3,16 catadores que recolhem esse volume de material no mês.

Considerando que em 2020 a produção física de resina pós-consumo foi de 884,4 mil toneladas, dá para calcular a dimensão do impacto positivo que a reciclagem de plástico traz para o meio ambiente e a sociedade.

“Não importa o formato que se dê, todo o material plástico ou não que eu separo e mando para uma cooperativa, seja ela com o apoio de governo ou de uma organização da própria sociedade, tem um lado social muito importante”, ressalta Miguel.

Ele acrescenta que o pilar ambiental é o “grande gol do processo”. “Tudo isso traz benefício ao meio ambiente, porque eu não vou ter mais mares e ruas poluídos nem praças sujas. Os benefícios ambientais são claros quando, em vez de destinar os resíduos para um aterro sanitário após sua vida útil, você dá uma nova vida a eles.”

Vinícius reforça que quando uma indústria compra resina pós-consumo, está apoiando a inclusão econômica e social de milhares de pessoas, e gerando renda para milhares de famílias.

“Conforme o produto, o plástico que você coloca na prateleira passa a ter valor econômico depois do consumo. Você está adicionando valor a este material, que passa a ser atrativo para as cooperativas de catadores e para todas as empresas que vão beneficiá-lo. Havendo um valor adicionado maior nas embalagens plásticas, a gente não vai mais vê-las escapando para a natureza quando o devido cuidado não é tomado no seu descarte.”

Centrais de Reciclagem RioMar completam 8 anos de atuação com ações em prol  do socioambiental -

Como começar a investir em reciclagem?

Esta distinção é importante para quem está pensando em aderir à reciclagem de plástico. Vinícius explica que uma indústria pode começar a fomentar a cadeia da reciclagem com sua própria linha, desenvolvendo produtos que tenham maior índice de reciclabilidade e que utilizem resina pós-consumo.

“Agora, caso você queira abrir um negócio vinculado à reciclagem, entenda que é um novo negócio. Ou seja, você vai comprar determinado plástico de uma cooperativa, por exemplo, e transformar esse plástico num novo material, numa nova resina pós-consumo. É uma decisão estratégica, e você não precisa tirar o foco do negócio do qual você já é expert.”

Consumo consciente

Miguel chama atenção que a questão do consumo consciente é tão importante quanto a da reciclagem, e que a indústria tem grande relevância no amadurecimento da discussão em torno do plástico de uso único.

“A gente precisa ter um entendimento para que todos os atores unam esforços no sentido de mostrar que o plástico é útil à sociedade, e que a sociedade cada vez mais consegue utilizar o plástico de forma adequada. A indústria, como catalisadora de todo o processo de circularidade, pode ser o espelho para que a gente perceba este movimento de promoção da reciclagem.”

Sua indústria já investe em reciclagem? Quais têm sido os benefícios mais visíveis?

CETESB participa de live sobre as iniciativas para desenvolver a gestão dos  resíduos sólidos urbanos no Estado | CETESB - Companhia Ambiental do Estado  de São Paulo

 

Fonte: Mundo do Plástico

Sustentabilidade: como ter uma vida sustentável e transformar o planeta?

Entenda qual a importância de adotar hábitos mais sustentáveis e como mudar seu estilo de vida.

Hoje em dia muito se fala sobre ter iniciativas mais responsáveis em relação ao meio ambiente, mas você já parou para pensar o que significa ser sustentável?

Basicamente, é possível definir uma vida pautada na sustentabilidade como um estilo que não prejudica o planeta e onde há uma busca constante para reduzir o uso de recursos naturais. Mas não para por aí. Esse conceito está diretamente atrelado ao de desenvolvimento sustentável, que é a procura por satisfazer as necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade das gerações futuras conseguirem contentar suas próprias necessidades.

“O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e deixa bem clara a importância de reconhecer que os recursos naturais são finitos. Sua exploração, somada à poluição da água, à contaminação do solo, ao desmatamento e tantos outros fatores, agrava os problemas ambientais que devem ser resolvidos por toda a sociedade e que são discutidos fortemente por tantos atores relevantes ao redor do mundo”, explica Marina Mancini, responsável pela área de Impacto do C6 Bank.

Ou seja, o significado de sustentabilidade não está atrelado apenas à questão ambiental. Ele se relaciona com pautas econômicas e sociais, já que está sempre em busca de criar uma harmonia entre esses três pilares para assim conseguir construir uma vida sustentável.

Pensando em explicar melhor este conceito tão amplo, a importância de ter a sustentabilidade como estilo de vida e muito mais, o C6 Bank preparou este texto. Nele, você encontrará as respostas para as seguintes questões:

  • O que é sustentabilidade?
  • Tipos de sustentabilidade
  • O que é ser sustentável?
  • Qual a importância da sustentabilidade?
  • Cenário da sustentabilidade no Brasil
  • Dicas para uma vida mais sustentável

Um ramo de alecrim para representar um estilo de vida pautado na sustentabilidade

O que é sustentabilidade?

A origem do termo sustentabilidade remete à palavra sustentável, que é derivada do latim sustentare e significa sustentar, defender, favorecer, apoiar, conservar ou cuidar. Além disso, este é um conceito que aborda a maneira como pessoas, empresas e organizações devem agir perante a natureza.

A base para o conceito de sustentabilidade ambiental surgiu em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, conhecida como a Conferência de Estocolmo. Este evento ficou marcado como a primeira conferência para discutir o meio ambiente realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Nele, participaram 113 países e foram debatidas questões como:

  • A industrialização como causa da degradação da natureza;
  • Controle de natalidade;
  • Estagnação econômica.

A Declaração de Estocolmo com 26 princípios e ações propôs aos participantes a introdução de medidas para reduzir o impacto ambiental, como o compromisso dos Estados em assegurar que as organizações realizem um trabalho coordenado, eficaz e dinâmico na conservação do meio ambiente.

No mesmo ano, foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) pelas entidades da ONU, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável e coordenar ações mundiais de proteção ao planeta.

Outro evento fundamental para a propagação e popularização do termo sustentabilidade foi a Eco 92, reunião de cúpula que o Rio de Janeiro sediou. Ela teve como objetivo minimizar os impactos ambientais através de um desenvolvimento justo e sustentável.

Tanto Estocolmo 72 e Rio 92 serviram de grande influência para introduzir a sustentabilidade no Brasil, a primeira das reuniões inspirando até mesmo a Constituição Federal de 1988. Nela, há uma seção para essa temática, já que o meio ambiente equilibrado foi considerado um direito fundamental reconhecido com caráter intergeracional e coletivo. Confira o artigo 225 que reforça isso:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”

Após essa implementação, foi fundado em 1989 o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, ele tem como missão “proteger o meio ambiente, garantir a qualidade ambiental e assegurar a sustentabilidade no uso de recursos naturais, executando as ações de competência federal”.

Tipos de sustentabilidade

tripé da sustentabilidade é um conceito criado por John Elkington em seu artigo The Triple Bottom Line: What is It and How Does It Work? Ele é uma forma de mensurar o impacto das organizações dentro de seus três pilares: social, ambiental e financeiro. Vamos destrinchar cada um deles a seguir. Confira:

Dois prédios empresariais com árvores na varanda como uma iniciativa sustentável

Sustentabilidade social

Está diretamente relacionada à forma que uma empresa impacta todo o contexto no qual está inserida, seja ele interno (seus funcionários e colaboradores) ou externo (a comunidade ao seu redor e todos que são impactos por seus produtos e serviços).

Ou seja, este tipo de sustentabilidade traduz a ideia de que as organizações devem ser flexíveis, remunerar de forma justa seus funcionários, gerar inclusão e diversidade, além de fornecer bem-estar a toda comunidade ao seu redor através de ações para promover cultura e educação.

Sustentabilidade ambiental

Como seu próprio nome já pressupõe, diz respeito ao impacto de uma empresa no meio ambiente. Ou seja, é através deste pilar que são avaliadas ações sustentáveis de uma organização, como o descarte correto de matérias-primas e até mesmo o controle na emissão de poluentes.

O C6 Bank tem algumas iniciativas extremamente relevantes para minimizar seu impacto ambiental. São elas:

  • Incentivo à redução da pegada de carbono. Em 2021 o banco recebeu, pela segunda vez consecutiva, o selo de carbono neutro da Carbonext por compensar as emissões decorrentes de sua operação;
  • Valorização de boas práticas no uso de recursos naturais em prédios corporativos, como uma arquitetura que privilegia a iluminação natural e o uso de redutores de vazão para evitar o desperdício de água;
  • Disponibilização do primeiro cartão biodegradável do Brasil, o Acqua, que leva de seis meses a dois anos para se decompor em condições próprias de compostagem.
  • Divulgação de diversas instituições no aplicativo para facilitar o contato entre pessoas que desejam ajudar alguma causa específica, como é o caso do Instituto Terra, iniciativa do casal Lélia Wanick Salgado e Sebastião Salgado (fotógrafo brasileiro considerado um dos maiores talentos da fotografia mundial pelo teor social de seu trabalho), voltada para a restauração ecossistêmica, educação ambiental e desenvolvimento rural sustentável.

Sustentabilidade econômica

Está relacionada a forma que a empresa cuida de seu patrimônio e investe em novas tecnologias para garantir mais eficiência, qualidade e rentabilidade.

Além disso, neste pilar da sustentabilidade é reforçada a importância da transparência das organizações perante o público, como um compromisso com os acionistas e todos que são impactados pelos seus serviços.

Isso é um incentivo para que todas as empresas se comprometam em cumprir com suas ações e demonstrar resultados da maneira adequada, seguindo todas as normas.

Segundo Felipe Saboya, diretor adjunto do Instituto Ethos, associado ao C6 Bank, negócios sustentáveis e responsáveis são aqueles na qual “a atividade econômica está orientada para a geração de valor econômico-financeiro, ético, social e ambiental, cujos resultados são compartilhados com os públicos afetados”. Além disso, ele defende que essas empresas possuam “produção e comercialização organizadas de modo a reduzir continuamente o consumo de bens naturais e de serviços ecossistêmicos, a conferir competitividade e continuidade à própria atividade, a promover e manter o desenvolvimento sustentável da sociedade”.

O que é ser sustentável?

Ser sustentável é ter um estilo de vida no qual há um cuidado no uso de tudo o que a natureza nos fornece para que não falte nada ao próximo. Ou seja, é também se importar com o próximo e fazer de tudo para criar uma cadeia solidária com o objetivo de preservar o meio ambiente da melhor forma possível.

“Cabe a cada um adotar hábitos sustentáveis em prol do meio ambiente e da sociedade. A afirmação do Greenpeace de que “cada gesto conta” mostra claramente que as escolhas e atitudes do dia a dia de cada um impactam significativamente o cenário ambiental que vamos enfrentar nos próximos anos”, explica Marina Mancini.

Portanto, ter uma vida pautada na sustentabilidade e no meio ambiente vai muito além de praticar a reciclagem e plantar árvores. É sobre repensar os pequenos atos do seu dia a dia, desde o consumo excessivo de água durante o banho ou na lavagem da louça até a escolha de uma marca que respeita os recursos naturais durante o processo de fabricação.

Um outro exemplo é reduzir o consumo de carne, que envolveu a criação da Campanha Segunda Sem Carne, que propõe conscientizar as pessoas sobre os impactos que produtos de origem animal para alimentação têm sobre a saúde humana, animais e o planeta.

Mais adiante traremos diversos exemplos de atitudes sustentáveis que podem ser aplicadas na sua rotina e têm um grande potencial de transformar o meio ambiente.

Mão plantando uma muda de planta na terra como uma atitude para ser sustentável

Qual a importância da sustentabilidade?

A sustentabilidade é essencial para reforçar o entendimento da finitude dos recursos naturais. Ela é uma forma de forçar nas pessoas um questionamento de todas as suas atitudes em prol de um planeta mais saudável e duradouro.

Para reforçar a sua importância, foi criado pela ONG Global Footprint Network o Dia de Sobrecarga da Terra, que é quando a população mundial consome todos os recursos (alimentos, água, fibras, madeira, terra, emissões de carbono, etc) em volume superior ao que o planeta é capaz de renovar.

Confira as datas deste marco desde que foi criado:

  • 1971: 25 de dezembro;
  • 1980: 8 de novembro;
  • 1990: 14 de outubro;
  • 2000: 25 de setembro;
  • 2010: 8 de agosto;
  • 2019: 29 de julho;
  • 2020: 22 de agosto;
  • 2021: 29 de julho;
  • 2022: 28 de julho.

Ou seja, o limite está cada vez pior e esta é uma conta que está fechando negativamente. Justamente por isso é que a sustentabilidade deve estar enraizada no comportamento das pessoas, para que elas sempre pensem em um longo prazo e consigam criar uma gestão mais sustentável dos recursos naturais. Se continuarmos no ritmo que estamos, não seremos capazes de suprir a capacidade da população em breve.

Cenário da sustentabilidade no Brasil

Segundo uma pesquisa realizada pela Opinion Box em julho de 2021, 82% dos brasileiros consideram a sustentabilidade como um tema importante. O estudo analisou a opinião de 2.203 pessoas em relação ao tema de meio ambiente e negócios. Além disso, 37% afirmaram que já deixaram de consumir produtos de empresas que não pensam na preservação do meio ambiente durante o processo de produção.

Infográfico sobre o Posicionamento sustentável do consumidor brasileiro. 82% dos brasileiros consideram a sustentabilidade importante ao cotidiano; 62% das pessoas consideram a postura da marca em relação ao meio ambiente no momento da compra; 37% dos entrevistados já deixaram de consumir produtos de empresas que não preservam o meio ambiente; 60% da população usa lâmpadas econômicas e controla o uso de água; 49% das pessoas reutilizam as embalagens e separa o lixo para reciclagem. Fonte: Plataforma de pesquisa, Opinion Box

Os dados também reforçam que muitas pessoas estão dispostas a pagar mais por um produto sustentável: são 62% de brasileiros com este pensamento. Esse número está diretamente relacionado com a satisfação em comprar produtos sustentáveis, já que 81% afirmam sentir um prazer maior ao comprar estes itens.

Em relação às atitudes que são colocadas em prática no dia a dia, apenas 2% dos participantes da pesquisa afirmaram não praticar nenhuma ação sustentável. Do total dos entrevistados, 60% disseram adotar medidas como uso de lâmpadas econômicas e o controle do uso d’água. Além disso, 49% afirmaram reutilizar as embalagens e separar o lixo para reciclagem.

Porém, estes números vão de embate com o cenário que o Brasil enfrenta em relação ao desenvolvimento sustentável. O compromisso brasileiro com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 estão em retrocesso, principalmente devido ao impacto da pandemia de Covid-19.

A ONU separou algumas recomendações para que o Brasil consiga voltar ao caminho do desenvolvimento inclusivo e sustentável, enfrentando as consequências da pandemia de Covid-19. São elas:

  • Revogar o Teto de Gastos;
  • Valorizar o SUS, a educação e as pesquisas;
  • Socorrer famílias em vulnerabilidade;
  • Reforçar a Lei de Acesso à Informação;
  • Combater discriminações.

Dicas para uma vida mais sustentável

Confira a seguir 6 dicas para transformar o seu dia a dia e deixá-lo mais sustentável.

Infográfico com dias sustentáveis para o seu dia a dia. 1.Diminua o tempo de banho - Um minuto a menos economiza no mês o suficiente para carregar 750 vezes o celular durante uma hora. 2.Recicle - Quase todos os materiais podem ser reaproveitados através da reciclagem e compostagem. 3.Faça compostagem - Dá o destino correto a resíduos domésticos, além de produzir adubo para hortas e jardins. 4.Use sacolas retornáveis - Os modelos em algodão cru levam apenas 6 meses para se decompor, enquanto as sacolas plásticas demoram cercas de 300 anos. 5.Escolha marcas sustentáveis para consumir - O consumo consciente é um estímulo para que marcas sejam parceiras do meio ambiente e tenham atitudes mais responsáveis. 6.Ande a pé ou de bicicleta - Você ajudará a reduzir a poluição, os efeitos do aquecimento global e a demanda de recursos naturais.

Adote um transporte mais sustentável

Ao reduzir o uso do carro, você ajudará a reduzir a poluição na cidade, os efeitos do aquecimento global e até mesmo a demanda de recursos naturais.

Dentre as opções de substituição estão as bicicletas, transportes públicos e até mesmo caminhadas. Caso não seja possível abrir mão do carro, aposte nas caronas. Dessa forma, além de economizar no combustível e ajudar alguém a chegar no seu destino, você estará colaborando para reduzir a quantidade de veículos nas avenidas, reduzindo a poluição.

Tenha um consumo consciente

consumo consciente leva em consideração fatores como meio ambiente, saúde humana e animal, relações de trabalho por trás do produto, reputação da marca e mais na hora de comprar algo. Além disso, ele é pautado na ideia do aproveitamento total dos recursos adquiridos, garantindo um equilíbrio entre satisfação e sustentabilidade.

Saiba mais sobre algumas práticas de consumo consciente aqui.

O C6 Bank, como forma de incentivar seus colaboradores a repensarem seus hábitos, lançou o Desafio do Consumo Consciente para celebrar a data, 15 de outubro. Com 21 desafios práticos relacionados a essa temática, ele tem como objetivo auxiliar na formação de hábitos sustentáveis e conscientes nos funcionários da Carbon Holding.

Os participantes vão encontrar pílulas diárias que vão propor cronometrar o tempo do banho, separar o lixo eletrônico e levar em um ponto de descarte adequado, criar um perfil de voluntariado, produzir o próprio desodorante ou sabonete, e muito mais.

Uma avenida limpa e repleta de árvores como uma iniciativa para uma cidade mais sustentável

Pratique e incentive a coleta seletiva

A coleta seletiva é essencial para reduzir os impactos ambientais do consumo já que otimiza os processos de destinação do lixo. Ou seja, ao fazer a separação, há uma diminuição nas chances de impactos nocivos ao meio ambiente e à saúde do planeta.

Portanto, seja na sua casa, condomínio ou até mesmo na sua empresa, distribua as lixeiras coloridas para facilitar o descarte. Confira a seguir as cores que cada recipiente deve receber e o que deve ser colocado em cada um:

  • Azul: papel e papelão;
  • Vermelho: plástico;
  • Verde: vidro;
  • Amarelo: metal;
  • Preto: madeira;
  • Laranja: resíduos perigosos, como pilhas e baterias;
  • Branco: resíduos hospitalares;
  • Marrom: lixo orgânico;
  • Cinza: lixo não reciclável, contaminado ou que não é possível realizar a separação.

Economize água

Esta é uma dica muito simples, mas que muitas pessoas acabam esquecendo no dia a dia. Por isso, feche sempre o chuveiro quando não estiver utilizando. O mesmo serve para as torneiras na hora de lavar a louça ou as mãos.

Além disso, vale realizar a coleta da água de chuva para reutilizá-la na lavagem da garagem e calçada, por exemplo. Outra dica é apostar nos redutores de vazão de água para garantir que não haja um desperdício.

Plante alimentos de forma orgânica

Plantar o próprio alimento é uma forma de reduzir o consumo de recursos naturais que são utilizados no processo de plantio. Além disso, também ajuda a diminuir a poluição causada pelas máquinas nas plantações e a utilização de agrotóxicos.

Se você mora em um condomínio, a dica é incentivar todos os moradores a criar uma horta coletiva para que todos possam desfrutar os benefícios dos alimentos orgânicos.

Dentre os principais benefícios de praticar a agricultura urbana orgânica estão:

  • Redução no desperdício de alimentos;
  • Melhora no aproveitamento de nutrientes e sabor;
  • Redução do consumo de produtos industrializados;
  • Revitalização de espaços ociosos.

Pratique a compostagem

A compostagem é considerada um tipo de reciclagem do lixo orgânico e a boa notícia é que ela pode ser realizada em qualquer cantinho da sua casa. Nela, microrganismos como fungos e bactérias realizam a degradação de matéria orgânica, transformando-a em um material rico em nutrientes.

Mas atenção: não são todos os materiais orgânicos que podem ser colocados em uma composteira. Os recomendados são restos de alimentos, talos e casca de verduras e frutas não cítricas, cascas de ovo e borra de café.

Confira o passo a passo para fazer sua composteira:

  1. Faça um buraco na terra com 30 cm de profundidade. Utilize placas de madeira ou uma caixa sem fundo para dar suporte;
  2. Coloque os resíduos orgânicos até preencher o espaço. Dica: evite o mau cheiro cobrindo com folhas secas e serragem;
  3. Regue a composteira se fizer muito sol ou calor, pois a umidade acelera a decomposição;
  4. De 15 em 15 dias, revire o material para aerar a mistura;
  5. Depois de algumas semanas o resíduo se transformará em terra escura e fofa.

Pronto! Colocando em práticas essas 6 dicas e repensando todas as suas atitudes você estará no caminho para adotar uma vida mais sustentável e que ajudará na saúde do planeta como um todo.

Agora, você conhece melhor todo o conceito em torno do termo sustentabilidade. Além de saber qual a importância de ter atos mais responsáveis, você também compreende o que pode fazer para reduzir seu impacto.

Fonte: C6 Bank

Cerca de 33% do plástico que entra no Brasil pode acabar no oceano, aponta estudo de projeto da ONU

Cada brasileiro pode ser responsável por poluir os mares com 16 kg de plástico por ano. Levantamento foi realizado por um projeto ligado a ONU Brasil e apresentado em Santos, no litoral de São Paulo.

Um diagnóstico nacional mostrou que cerca de 33% de todo o plástico que entra anualmente no mercado brasileiro, quase 3,5 milhões de toneladas, pode acabar no oceano. O estudo foi apresentado em Santos, no litoral de São Paulo, dentro da programação ‘Diálogos para a Cultura Oceânica’, realizado pela Unesco. Na Baixada Santista, os secretários de Meio Ambiente assinaram um acordo para construir ações conjuntas para o combate ao lixo no mar na região.

O estudo foi elaborado pelo Blue Keepers, projeto ligado à Plataforma de Ação pela Água e Oceano do Pacto Global da ONU Brasil. A pesquisa aponta que cada brasileiro pode ser responsável por poluir os mares com 16 kg de plástico por ano. Segundo a pesquisa, as fontes de resíduos que chegam ao mar são diversas e a maioria pode ser encontrada em terra.

Captação e reuso de água no condomínio: 9 dicas para colocar em prática

A preocupação com as questões ambientais e a sustentabilidade tem se espalhado em todos os âmbitos. Desde grandes indústrias até cidadãos comuns têm procurado dar sua contribuição para a melhoria do planeta. Dentro de um condomínio, esta contribuição pode ocorrer por meio da reutilização da água, com a implementação de um sistema de captação e reúso de água, principalmente água da chuva. Na aplicação deste sistema são utilizadas cisternas para o condomínio, que armazenam a água para sua reutilização, gerando assim maior economia.

A falta de água tem sido realidade em muitas regiões do Brasil e, pensando nisso, na questão econômica e principalmente na sustentabilidade, muitos condomínios vêm se preocupando com a instalação de sistemas que auxiliem a minimizar alguns problemas relacionados à utilização da água.

1. Hidrômetros individuais e inspeções são ótimos para poupar água, mas não são suficientes

A instalação de hidrômetros individuais e o cuidado com a inspeção contra vazamentos são medidas importantes para a economia de água e devem ser implementadas no seu condomínio. Porém, elas pouco resolvem quando se trata da falta de água.

2. Economia significativa

A implementação de um sistema de captação e reuso da água, além de ser uma forma inteligente de lidar com uma possível falta de água, contribui financeiramente para o condomínio, uma vez que podem gerar até 40% de economia no consumo de água.

3. Pode ser mais simples do que você espera

Captar e reaproveitar a água da chuva pode ser muito mais simples em um condomínio do que se imagina. Alguns, inclusive, já contam com reservatórios para escoar a água da chuva. O que ocorre é que a água captada acaba sendo bombeada para a rua.

4. Equipamentos básicos para a captação e reuso da água

Agora vamos ver como implementar um sistema de captação e reuso de água. Caso seu condomínio ainda não possua um sistema coletor, é necessário primeiro instalá-lo. Veja os equipamentos necessários:

  • Bacia coletora para o telhado: Ela vai captar a água da chuva;
  • Calhas e coletores: Eles seguram resíduos como galhos, folhas e outras sujeiras maiores;
  • Filtros de areia: Eles seguram a maior parte das partículas contaminantes que estão na água da chuva;
  • Filtro desferrizador: Ele retira o ferro e o manganês que estão na água;
  • Separador de primeiras águas: Separa a primeira chuva, esta água não deve ser reaproveitada.
  • Unidade de desinfecção: O sistema retira as bactérias da água utilizando cloro, ozônio ou algum outro material;
  • Cisterna: É o reservatório fechado que serve para guardar a água da chuva, resguardando-a da entrada de sujeira e luz do sol;
  • Sistema de pressurização: São as bombas que enviarão a água estocada para as caixas de alimentação;
  • Caixas de alimentação: Mais um tipo de reservatório, agora elevado;
  • Tubulação: para uso independente e exclusivo da água reservada para reutilização.

5. Da coleta à distribuição

A água da chuva é captada do telhado e coletada para calhas que a levam até um reservatório. Depois disso, passando por um processo de filtragem, ela é enviada para uma caixa d’água. A partir da caixa d’água, ela é distribuída para uso diverso.

6. É preciso tratar a água

As sujeiras e impurezas desta água captada devem ser eliminadas através de um filtro de linha. A água é armazenada em tanques ou cisternas e depois succionada por uma bomba centrífuga, onde recebe uma solução para eliminar bactérias e outras contaminações. Através de um filtro de profundidade, são retiradas partículas em suspensão e a água é novamente armazenada em tanque ou cisterna, estando pronta para ser reutilizada.

7. Manutenção do sistema de captação e reuso de água

Atenção para a limpeza periódica das peneiras e substituição das pastilhas que fazem o controle e eliminação de bactérias.

8. Onde usar a água captada?

A água coletada poderá ser utilizada para atividades como lavagem de calçadas e áreas externas, regar os jardins e descarga nos banheiros.

9. Cisterna é essencial

A cisterna para condomínio é um dos elementos mais importantes de todo este sistema. É nela que a água a ser reutilizada ficará armazenada. Trata-se de um tanque ou caixa fechada onde a água ficará livre de contaminação e da luz do sol. Leia mais sobre a impermeabilização de cisternas, e veja como dar a atenção adequada a esta estrutura.

E você? Já faz captação e reúso de água em seu condomínio? Comente aqui sobre sua experiência.

 

Fonte: FiberSals

TOP 10 plásticos que parecem impossíveis de abandonar

Muitas são as dicas por aí sobre banir e recusar o plástico descartável da nossa rotina: sacolas de pano pras compras, o copo reutilizável na hora daquela cervejinha de fim de tarde, os talheres de metal pra nunca mais usar os de plástico… Mas existem muitos outros plásticos descartáveis na nossa rotina e que ou você ainda não se deu conta que eles existem ou você acha que são impossíveis de abolir da sua rotina. A gente decidiu te mostrar como é fácil viver sem nenhum plástico na sua vida… nenhunzinho.

Vem que ao TOP10 tá bom!

1. Cadernos

Quantos milhões de cadernos você tem por aí? Já reparou que eles vêm todos embalados em plástico? E os cadernos de brinde? Já tem uma galera que opta pelo celular, tablet ou computador pra anotar tudo, mas sabemos que escrever à mão tem seu valor. Além disso, os pequenos ainda usam muito caderno na escola e cada ano letivo são toneladas de cadernos novinhos que são descartados pela metade. Que tal fazer seu próprio caderno? É super fácil, beeeem terapêutico e personalizado! Dá pra fazer com a capa que você mais gosta, na quantidade de folhas que você precisa e ainda é único, porque só você vai ter :)

2. Creme Hidratante

A dica é: reaproveitar os potes e investir em cremes manipulados. Eles podem ter o que você precisa pra sua pele, sem substâncias tóxicas que a gente não sabe o que são, dos rótulos tradicionais, e você ainda pode levar o pote em uma próxima compra. É só conversar com carinho :)

3. Granel sem plástico

‍E aquele papo de que não tem como não consumir plástico na hora de comprar comida? Bom, sempre dá pra escolher os produtos que têm embalagens alternativas, como macarrão, que dá pra comprar as embalagens de papel ou o molho de tomate que rola ser em lata. Mas tem muita coisa que dá pra comprar nas lojas a granel, com as suas embalagens, já pensou nisso? Levar uma sacolinha de pano pra comprar arroz, na quantidade que você consome e com zero plástico. Bora tentar?

4. Chá

A gente quase nunca para pra pensar dos cházinhos desnecessários em sachê, né? Eles vêm embalados em plástico e vão pro lixo bem rápido. Que tal investir no chá a granel? Dá pra fazer exatamente como você gosta e se você levar sua embalagem de pano ou potinho de vidro, é sem lixo e com amor :) Bora?

5. Plástico-filme tá fora de moda!

‍Plástico-filme não dá, né? Descartável, sem reciclagem e um lixo de segundos completamente desnecessário. Hoje já existem as opções do pano de cera, mas sempre dá pra usar potes com tampas de vidro ou investir em tampas de silicone. A comida fica bem melhor armazenada e não tem lixo descartável.

6. Frios e carnes sem isopor!

Tamo sabendo que essa é uma hora sensível das compras: os frios e as carnes. Mas a gente tá aqui pra te dar as mãos e te contar que tem solução! Simples, simples! Só levar uma embalagem de vidro ou de plástico reutilizável. No mercado ou na padaria eles tiram a tara e você já leva prontinho pra sua geladeira.

7. Vem de tecnologia


Quem nunca comprou milhões de livros por impulso ou pegou folhetos explicativos por aí pra ler mais tarde? Bora usar a tecnologia a nosso favor? Hoje já tem muita coisa incrível na internet (de ebooks com conteúdo até bulas e manuais de instruções) e é bacana investir nesse recurso pra gente não gerar muitos lixos desnecessários. Comprar livro é maravilhoso, viu? Mas só quando não é por impulso e sempre dá pra pegar emprestado ou trocar por aí, né?

8. Viagem sem lixo


Quantas sacolinhas plásticas têm na sua mala de viagem? Aquelas que enrolam o tênis pra não sujar as roupas, o chinelo, os produtos de banheiro pra não vazar? Vamos abandonar esse hábito? As sacolinhas de pano tão aí pra resolver tudo isso :) Depois é só lavar e reutilizar, sem plástico descartável nenhum

9. Sabonete sem plástico

Escolhas de consumo! São 2 segundos pra você se perguntar “mas tem uma embalagem melhor do que plástico”? E não é que tem? São muitas as opções de sabonetes embalados em papel por aí, por exemplo. Você não gasta mais tempo nem mais um centavo com isso. É só praticar o consumo consciente.

10. A dor das frutas no plástico

Fruta embalada em plástico é um dos paradoxos mais doidos! Frutas e legumes já vêm embalados nas cascas :) A natureza, perfeita já resolveu essa equação pra gente. Então, quando for ao mercado a um hortifruti e só tiver frutas embaladas em plástico, pede pra alguém que trabalha por lá pra ir até o estoque e buscar um melão in natura ou um coco sem lixo. Nós somos capazes de revolucionar a cabeça das pessoas com pequenas atitudes, já que essa ação, além de recusar o plástico do alimento, faz a galera pensar. Vamos?

 

Agora que você já pegou essas dicas, que tal colocar tudo em prática e abandonar os plásticos da sua vida pra sempre?

Fonte: Menos1lixo

BIOPLÁSTICOS NÃO SÃO A SOLUÇÃO, DIZEM PESQUISADORES

Embalagens fabricadas com matérias-primas naturais, renováveis e compostáveis parecem ser uma boa ideia e cada vez mais produtos embalados nos chamados bioplásticos podem ser encontrados nas prateleiras.

Mas será que eles são realmente mais ecológicos do que os plásticos derivados do petróleo e podem ser parte da solução da crise do lixo plástico no mundo?

Segundo pesquisadores e especialistas da Alemanha, a resposta é não. Eles não são nada sustentáveis, nem são uma boa opção para a o problema do lixo plástico.

Em princípio, a produção e descarte do bioplástico libera menos CO2 do que o plástico convencional, explica a Agência Federal do Meio Ambiente alemã.

Mas a verdade é que nem tudo que se auto-define orgânico é de fato orgânico e além disso, ainda não existe um padrão instituído e exato do que é e do que não é bioplástico.

Por exemplo, são chamados popularmente de bioplásticos aqueles feitos de matérias-primas renováveis, como milho, batata ou cana-de-açúcar. Isso significa que sua base de fabricação é exclusivamente biológica.

No entanto, a matéria orgânica utilizada nesses processos de fabricação não precisa necessariamente vir de um sistema de cultivo orgânico e ecologicamente correto.

Isso sem contar que os plásticos feitos de matérias-primas fósseis, como o petróleo bruto, se forem biodegradáveis, também são orgânicos.

“Portanto, o rótulo é absolutamente enganoso”, diz Janine Korduan, porta-voz da Federação para o Meio Ambiente e Conservação da Natureza da Alemanha (BUND).

Ainda de acordo com Janine, o baixo equilíbrio e o alto impacto ambiental desses materiais têm várias razões.

A primeira delas é clássica. Por serem feitos principalmente para produtos descartáveis, são itens de uso único que acabam rapidamente nas lixeiras.

E sua decomposição, apesar de impactar menos o meio ambiente, não gera nenhum benefício para o ecossistema onde foi descartado, muito pelo contrário.

Os bioplásticos só se decompõem em condições muito especiais, que não são necessariamente dadas na natureza. Nos oceanos, por exemplo, muitos desses materiais podem não se decompor.

Mesmo os bioplásticos compostáveis geralmente não podem simplesmente serem colocados na composteira da sua casa ou do seu apartamento. Eles precisam ser compostados em instalações especiais.

Além disso, as matérias-primas para sua fabricação vêm, principalmente, da agricultura industrial e cultivá-las requer muita água, fertilizantes e pesticidas.

Outro fator problemático, apontam os especialistas, é que áreas utilizadas na produção de alimentos terão que ser substituídas por áreas para a fabricação de bioplástico.

“Os plásticos de base biológica estão longe de serem mais ecológicos do que os plásticos convencionais”, avalia Gerhard Kotschik, especialista em embalagens da Agência Ambiental Federal da Alemanha.

Em resumo, para as organizações ambientais e para o governo alemão, a única solução viável para a crise é: o mínimo de plástico possível, não importa o tipo, e o máximo possível de plástico reutilizável.

 

Fonte: ReciclaSampa