Maioria das lideranças empresariais se considera acima da média em investimentos sustentáveis
Cerca de 92% dos executivos estão inclinados a elevar seus gastos com políticas ESG (Ambiental, Social e Governança, na sigla em inglês) em ao menos 10%, enquanto 18% preveem aumentar essas despesas em 50% ou mais neste ano. A maioria, ou 64%, já se considera à frente da concorrência tratando-se de investimentos em ESG, enquanto quase 30% se sentem ao menos um pouco atrasados nesse quesito. Os dados foram levantados pela Bloomberg junto à consultoria Adox Research com base em respostas de mais de cem gerentes de portfólio, executivos de risco climático e executivos de gerenciamento de dados da América do Norte, Europa, Ásia e Oceania.
Também segundo a pesquisa, as três principais áreas priorizadas são benchmarks e índices ESG (29% das respostas), dados relatados pela empresa (23%), pontuações ESG (20%) e dívida sustentável (19%). “Uma vez categorizados como uma fonte de dados alternativa, as informações ESG rapidamente se tornaram parte integrante do valor que as empresas financeiras entregam aos seus clientes”, diz Leila Sadiq, Chefe Global de Conteúdo de Dados Empresariais da Bloomberg. O atributo é considerado relevante para a obtenção de vantagens competitivas e conformidade regulatória para 44% e 10% dos participantes, respectivamente.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2023/08/05cd2ecf65a4bb43f3798a9d25b21862.jpg376563Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2023-08-25 17:26:012023-08-25 17:26:01Nove em cada dez executivos planejam aumentar gastos com ESG, diz estudo
Você já deve ter ouvido falar sobre ESG, mas talvez não saiba o significado dessas três letras que estão tão na moda atualmente.
ESG é uma sigla em inglês para Environmental, Social and Governance. Traduzindo, significa Ambiental, Social e Governança.
ESG é a base formada por três pilares fundamentais para garantir a sustentabilidade de empresas, organizações e atuações governamentais. Quando falo de sustentabilidade, não quero me referir a meio ambiente (apesar de estar contido na em um dos pilares). Neste caso, a sustentabilidade se refere à condição da continuidade de negócios e uma vida longínqua.
Para tanto, as instituições que têm a ambição de continuarem vivas fundamentam suas ações com base no ESG. Não é mera publicidade ou tentativa de se vender como uma empresa politicamente correta. ESG garante a redução de riscos em relação a despesas desnecessárias, processos e também impacto em sua imagem.
Mas antes mesmo de ESG virar moda, já se discutia o assunto há muitos anos, mas com nomes diferentes. Desde a Conferência de Estocolmo, em 1972, gerou-se a compreensão que os recursos naturais são finitos e a exploração descontrolada acarreta em efeitos de difícil recuperação ou irreparáveis.
Com o passar dos últimos 50 anos, os discursos começaram a se transformar em ações objetivas, tanto por intermédio de governos quanto por determinação de conselhos e investidores. Além da Governança Corporativa, as políticas Sociais e Ambientais se tornaram bússola para definição de planos estratégicos.
Afinal de contas, quando os carros elétricos entraram nessa história? Calma, já falaremos sobre isso em breve. Como uma das principais ações (se não for a principal ação) do pilar ambiental, a neutralização de carbono das operações tornou-se praticamente como o alvo a ser atingido de forma urgente. Essa pressão não é meramente ideológica, há cobrança por conta de acordos internacionais, políticas de Estado e exigências dos investidores.
A partir da Conferência de Estocolmo, criou-se a consciência de que toda ação do ser humano deixa uma pegada no meio ambiente. Sendo assim, não há como vivermos sem deixar rastros, mas podemos minimizar os impactos com diversas ações. Infelizmente, algumas operações são tão danosas que, mesmo com a evolução de técnicas e adoção de práticas mais “limpas”, ainda sim o impacto será grande. Como o exemplo a extração de petróleo.
Apesar da busca constante pela redução do uso do combustível, ainda assim não temos como substituir definitivamente a exploração. Por conta disso, as principais petrolíferas mudaram o foco e também a identidade. Hoje são empresas de energia. Dessa forma, possuem uma vasta gama de formas para gerar energia de origem renovável e baixo carbono. Mesmo assim, ainda teremos alguma geração de carbono. Por conta disso, as entidades públicas e privadas buscam compensar de outras formas que não estão necessariamente ligadas a sua atividade fim.
É aí que chegamos aos veículos elétricos. É fato que os veículos elétricos terão, ao longo de sua vida útil, menor impacto na emissão de carbono que seus irmãos a combustão. Para termos uma ideia, se formos considerar apenas a eficiência energética dos motores, os veículos a combustão possuem um aproveitamento inferior a 40% para a tração do veículo, enquanto os motores elétricos têm uma eficiência energética de aproximadamente 95%. Soma-se a isso também o impacto ambiental deixado pela produção do combustível fóssil e a geração de energia.
Algumas pessoas consideram uma falácia potencial de neutralização de carbono pelos veículos elétricos por alegarem que a energia elétrica na Europa é produzida por meio de termelétricas. Em partes é verdade, mas ainda assim, o uso de um gerador para produção de eletricidade é ainda mais eficiente que o uso de combustíveis fósseis em motores térmicos.
Mas se você ainda não se convenceu, posso dizer também que a fonte de energia na Europa já não está tão dependente de fontes poluidoras como era há poucos anos atrás. Basta dar uma olhada nos dados apresentados pelo site electricitymaps.com para observar que as mudanças de fontes de energias estão aceleradas para opções mais limpas.
Se formos avaliar a matriz energética do Brasil, o impacto positivo da adoção de uma frota elétrica é ainda maior. Temos 90% da produção de origem de baixo carbono e 87%, de fonte renovável. Na América do Sul, apenas o Uruguai possui matriz energética mais limpa que o Brasil.
Outro ponto importante que precisamos destacar é a redução de peças de desgaste natural e a longa vida daquelas existentes. São menos resíduos descartados.
Para finalizar, os veículos elétricos também podem ser considerados uma ótima ferramenta para cumprir objetivos do pilar Social. Afinal, eles ajudam a reduzir o adoecimento dos condutores por esforços repetitivos, diminuem o estresse e o desgaste físico por ser uma condução mais agradável.
Sabemos que não é tão simples substituir uma frota operacional em um curto período de tempo. Por isso, mudar os veículos que atende os executivos é estratégico para uma transição estruturada. Além da isenção de rodízio na cidade de São Paulo e ficarem menos tempo parados em uma revisão, geralmente são veículos mais modernos e confortáveis. Que tal considerar um carro elétrico para retenção de talentos?
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2023/08/ddgdsg.jpeg10781199Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2023-08-16 12:40:022023-08-16 12:40:19ESG: carros elétricos se tornam aliados para metas de sustentabilidade
Um relatório conjunto da Divisão de Desenvolvimento Econômico da Cepal e do Escritório da OIT para o Cone Sul da América Latina trouxe à tona uma abordagem inovadora sobre a relação entre reciclagem e emprego.
Segundo o documento, a transição para uma economia circular, onde a eficiência e a vida útil dos materiais são otimizadas, com enfoque em durabilidade, reparo, remanufatura, reutilização e reciclagem, poderia impulsionar a criação de 4,8 milhões de empregos até 2030.
Essa estimativa é respaldada pela projeção de que os setores de reprocessamento de aço, alumínio, madeira e outros metais desempenharão um papel crucial na geração de novas oportunidades de trabalho, superando as perdas de empregos associadas à tradicional extração de minerais e materiais.
O relatório ressalta a relevância dessas indústrias emergentes que abraçam a sustentabilidade ambiental do planeta e afirma que o impacto positivo será uma realidade incontestável.
Contudo, as perspectivas se tornam ainda mais promissoras quando consideramos a inclusão dos chamados “empregos verdes”, que incluem setores como eficiência energética, energia renovável, transporte e mobilidade sustentável.
Ao somar essas áreas de atuação, estima-se que um impressionante total de 15 milhões de novos postos de trabalho poderiam ser gerados em toda a região do Cone Sul latino-americano.
No entanto, é importante destacar que essa é uma análise específica para essa área geográfica e que o impacto real pode ser ainda maior quando toda a América Latina e o Caribe são levados em consideração.
Vale ressaltar que a proposta de uma economia circular e os empregos associados à transição não são apenas números e estatísticas, mas também carregam um importante papel na proteção e bem-estar dos trabalhadores.
A OIT alertou em outro relatório que a degradação ambiental representa uma ameaça direta aos empregos e agrava as condições de trabalho, principalmente para os segmentos mais vulneráveis da população mundial.
Portanto, a busca pela sustentabilidade ambiental se apresenta cada vez mais como uma questão crucial de justiça social, e a transformação dos paradigmas econômicos pode ser a chave para um futuro mais equitativo e próspero para o continente.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2023/08/cooperativa-reciclagem.jpg550924Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2023-08-11 09:19:202023-08-11 09:19:20RECICLAGEM TEM POTENCIAL DE GERAR 4,8 MILHÕES DE EMPREGOS
Foram definidas no último dia 29/7 as 15 startups, que seguem para a fase final da edição 2023 do MoviMente, iniciativa do Núcleo de Empreendedorismo e Inovação do Secovi-SP. Nesta etapa, uma banca estrelada composta por grandes personalidades do setor imobiliário e da inovação vai escolher os dois melhores projetos em três categorias (condotech, construtech e proptech).
Saiba quem são as startups finalistas (em ordem alfabética, por categoria):
Bianca Setin – Setin Incorporadora
Caio Yamanaka – Eztec Incorporadora
Edgar Pontim – Porsche Consulting
Guilherme Rosa – iConHub/Sinduscon-SP
Roberta Bigucci – MBigucci Incorporadora
Proptech
Alexandre Pandolfo – Potato Valley
Bruno Loreto – Terracotta Ventures
Caroline Abreu – MPD Engenharia
Caroline Prado – Santander Brasil
Marcelo Dadian – Zap+/OLX e MitHub
Premiação – Os vencedores em cada categoria serão divulgados nos canais do Secovi-SP, no hotsite do MoviMente e terão, ainda, a possibilidade de firmar parcerias, além de negócios com players do setor imobiliário.
O MoviMente Secovi-SP foi criado em 2017 com o objetivo de conectar projetos inovadores a empresários do setor imobiliário.
O fim do desperdício de alimentos pode reduzir as emissões de CO2 pela metade, afirma um estudo da Fundação Ellen MacArthur, ONG parceira da Coalizão de Economia Circular para a América Latina e o Caribe.
Ainda de acordo com o texto final do documento, o equivalente a seis caminhões carregados de resíduos alimentares comestíveis é jogado fora a cada segundo no mundo.
A maior parte desse volume acaba em aterros sanitários, onde é liberado gás metano à medida em que o lixo comum se decompõe.
“Adotando um modelo de economia circular, que inclui a compostagem, as emissões poderiam ser reduzidas em 5,6 bilhões de toneladas de CO2, o que corresponde a uma diminuição de 49% do total estimado para 2050″, explica Jaime Pon, porta-voz do Programa da ONU para o Meio Ambiente.
“Quando falamos de reciclagem, muitas vezes pensamos em papel, vidro ou metal, mas na América Latina e no Caribe os resíduos orgânicos representam 50% do total do lixo descartado”, completa Jaime Pon.
O QUE É COMPOSTAGEM?
Como destacado acima, metade de tudo o que geramos em casa são resíduos orgânicos — restos de alimentos, cascas de frutas, verduras, casca de ovos, saquinhos de chás, borras de café… — que podem (e devem) ser transformados em adubo por meio da compostagem.
A compostagem nada mais é do que um processo biológico de decomposição e transformação de resíduos orgânicos em um composto rico em nutrientes, chamado de composto orgânico, o famoso adubo!
Existem várias formas de compostar: direto na terra, em composteiras de revolvimento manual ou até mesmo em baldinhos, também conhecidos como minhocários com as maravilhosas minhocas californianas.
Com a compostagem o ciclo da nossa alimentação se fecha, pois, após o preparo das nossas refeições, sempre sobram resíduos que ao se decomporem viram um rico adubo cheio de nutrientes para novos plantios.
COMPOSTAGEM DOMÉSTICA
Existem várias formas de compostar: direto na terra, em composteiras de revolvimento manual ou até mesmo em baldinhos, também conhecidos como minhocários com as maravilhosas minhocas californianas.
Com a compostagem o ciclo da nossa alimentação se fecha, pois, após o preparo das nossas refeições, sempre sobram resíduos que ao se decomporem viram um rico adubo cheio de nutrientes para novos plantios.
MOTIVOS PARA FAZER COMPOSTAGEM
1 – Redução de resíduos: a compostagem é uma forma eficaz de reduzir a quantidade de resíduos que vão para os aterros sanitários, o que ajuda a diminuir o impacto ambiental e prolongar a vida útil desses locais.
2 – Fertilização do solo: o composto orgânico produzido pela compostagem é um excelente fertilizante para o solo, rico em nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio.
3 – Redução de custos: a compostagem pode ajudar a reduzir os custos de jardinagem e paisagismo, pois o composto orgânico pode substituir fertilizantes e outros produtos químicos caros.
4 – Contribuição para a saúde do planeta: a compostagem é uma prática sustentável que contribui para a saúde do planeta, reduzindo a quantidade de resíduos que são produzidos e ajudando a conservar os recursos naturais.
5 – Benefícios sociais: criação de empregos na coleta e processamento de resíduos orgânicos e uma excelente atividade educativa para crianças e adultos que desejam aprender sobre sustentabilidade e meio ambiente.
Observando os nossos resíduos conseguimos ver aquilo que estamos comendo e, consequentemente, analisamos a nossa qualidade de vida por meio do “lixo” que produzimos.
Se geramos muitas embalagens, sabemos que nossa alimentação está focada no industrializado, se geramos mais resíduos orgânicos, percebemos que temos uma alimentação mais natural.
E lembre-se: os resíduos orgânicos estão no ciclo da nossa alimentação.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2023/08/compostagem-organica.jpg14402560Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2023-08-01 17:09:322023-08-01 17:09:32COMPOSTAGEM PODE REDUZIR EMISSÕES DE CO2 PELA METADE
Segundo o Distrito, de 2010 para cá foram feitas 199 rodadas de investimento em startups do tipo, somando US$ 1,12 bilhões
O ESG tem entrado de vez para a agenda de inovação de diversas empresas. Muitas organizações têm orientado suas estratégias ESG com base nas expectativas dos consumidores. Esse é um caminho que tem sido utilizado para obter resultados para o negócio e justificar a adoção de práticas ambientais, sociais e de governança.
Nesse sentido, as startups são parceiras fundamentais para a implementação de soluções voltadas para essa temática dentro das corporações brasileiras, que podem não apenas quantificar seus resultados, mas também implementar ações alinhadas às boas práticas, combatendo assim o greenwashing – prática de “maquiar informações” sobre sustentabilidade – e o diversity washing – engajamento com a diversidade somente no discurso e não na prática.
Em 2022, os investimentos em startups ESG no Brasil atingiram seu pico histórico devido ao forte impacto econômico e às consequências da pandemia em muitos setores. Segundo o relatório ESG Report 2023 do Distrito , foram realizadas 90 rodadas de investimento em startups ESG no ano passado, somando US$ 861,6 milhões.
No entanto, é possível observar um considerável recuo nos investimentos durante o primeiro trimestre de 2023, tanto no número de rodadas quanto no montante de capital investido. Foram 10 aportes que totalizaram US$ 155,3 milhões.
“Esse movimento não necessariamente representa uma diminuição no interesse pelo tema, mas sim um ajuste diante do cenário econômico mais difícil, marcado por taxas de juros e inflação elevadas”, explica Gustavo Gierun, CEO e cofundador do Distrito , em nota.
Social atrai mais investimentos
Considerando os últimos 13 anos, as startups brasileiras de ESG levantaram um total de US$ 2,43 bilhões em 501 rodadas de investimento. Séries B e C representam apenas 6% do número de deals e 58% do volume de investimento. Isso porque muitas startups investidas ainda não tiveram tempo suficiente para desenvolver suas soluções, alcançando um estágio de amadurecimento capaz de justificar um investimento late-stage.
Apesar de as quatro das cinco maiores rodadas terem sido recebidas por startups da área ambiental, é a categoria social que mais levantou recursos, com US$ 1,1 bilhão em 199 rodadas de financiamento. Destaque para a série A de R$ 20 milhões levantada pela brasiliense Ribon em 2022, eleita uma das startups mais inovadoras do mundo pela fundação do Bill Gates.
Ainda de acordo com o report do Distrito, o Brasil possui atualmente 950 startups ESG, sendo as focadas no meio ambiente em maior abundância (357 empresas). Em seguida, estão as startups focadas em aspectos sociais (306) e governança (287). Aqui no Startups algumas startups ESG que se destacam no ecossistema já foram notícia. É o caso da Trashin, que desenvolve projetos de logística reversa e gestão de resíduos para empresas, e a baiana SOLOS , que promove a economia circular e o descarte correto de resíduos, cuja história foi contada em nossa série Além da Faria Lima.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2023/07/62914b60-a626-11ec-95d7-f7d5207d66fd.jpg8001199Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2023-07-25 12:44:112023-07-25 12:44:11ESG no Brasil: startups com foco social são as que mais recebem aportes
SOLUÇÕES QUE SE DECOMPÕEM NATURALMENTE APÓS O USO E DESCARTE GANHAM FORÇA EM UM MERCADO CADA VEZ MAIS CONSCIENTE E ÁVIDO POR DIMINUIR SEU IMPACTO AMBIENTAL.
O que são embalagens biodegradáveis?
As embalagens biodegradáveis se degradam de forma natural, através de processos orgânicos promovidos pelo próprio meio onde estão, sem causar efeitos nocivos nos ecossistemas.
Vamos ao que diz a ABNT: segundo o órgão, uma embalagem biodegradável deve ser “quebrada” por microorganismos, como fungos e bactérias, em pedacinhos menores que 2 milímetros. E este processo não pode demorar mais que 90 dias, sendo considerados também os níveis de toxicidade envolvidos nesse resultado, bem como as emissões de CO2.
Alguns exemplos de embalagens biodegradáveis são as de papel, as de celofane (produzido a partir de celulose), as de resíduos vegetais e, até mesmo, opções em plástico biodegradável.
O que são embalagens sustentáveis?
Quando falamos de sustentabilidade, diversos outros aspectos — além da degradação natural — precisam ser levados em conta. Por exemplo, a produção da embalagem utiliza recursos naturais de forma desequilibrada? Gera pegada de carbono considerável?
O uso dessa embalagem se justifica, ou sua função é meramente adornar um produto que poderia ser comercializado livre de embalagens ou a granel?
Após o uso, seu descarte proporciona opções de reciclagem ou biodegradação?
Exemplos de embalagens sustentáveis podem ser o vidro e o alumínio, sabia? Pois é! O vidro, no caso, pode ser reutilizado para sempre em sua casa, não é mesmo? E, veja só: ambos materiais não liberam substâncias tóxicas em condições normais e podem ser reciclados inúmeras vezes.
Embalagens biodegradáveis são sustentáveis?
Considerando estes aspectos, começamos a perceber que as embalagens biodegradáveis não são, necessariamente, sustentáveis. Essa análise precisa ser feita caso a caso.
Um exemplo de embalagem que pode ser considerada sustentável e biodegradável é a de papel, especialmente o reciclado. Ela tem origem em fontes sustentáveis, não causa qualquer tipo de dano ou contaminação e após seu uso pode tanto ser reciclada novamente ou se degradar naturalmente no meio ambiente em pouco tempo.
Como são feitas as embalagens biodegradáveis?
Os processos de fabricação de uma embalagem biodegradável podem ser os mais variados, dependendo do fim a que se destinam e das matérias-primas envolvidas.
Existem embalagens biodegradáveis produzidas a partir de recursos orgânicos como milho, mandioca, cogumelos, algas, casca de tomate e até mesmo camarão — já imaginou?
Em muitos casos, o bacana é que esses recursos são sobras de outros processos, o que dá mais sentido para seu uso. Já em outros, recursos naturais que poderiam alimentar pessoas acabam sendo empregados para produzir essas embalagens e isso, claro, gera questionamentos.
Como possuem origem em recursos vegetais, muitas dessas embalagens biodegradáveis se propõem a serem consumidas após o uso: por isso, se auto-proclamam embalagens comestíveis. Mas, claro, é preciso cuidado com eventuais distúrbios alimentares advindos dessa ingestão.
Embalagens biodegradáveis para alimentos
Falar em distúrbios alimentares nos leva a pensar em um tipo específico de embalagem biodegradável: as embalagens biodegradáveis para alimentos.
Assim como as não biodegradáveis, as embalagens biodegradáveis de alimentos precisam cumprir com normas rígidas que atestem sua segurança e comprovem que não causam nenhum tipo de contaminação ao entrar em contato com os alimentos.
Algumas são produzidas a partir de amido de milho, por exemplo, com resistência e textura aprovados por certificações. Outro exemplo de embalagem biodegradável para alimentos é o PLA (plástico poliácido lático), um tipo de plástico considerado biodegradável e que não gera nenhum tipo de intoxicação em contato com os alimentos. Quaisquer partículas plásticas que fiquem nos alimentos não causam nenhum prejuízo à saúde humana.
Como funciona o plástico biodegradável?
No caso do PLA, bactérias produzem o ácido lático durante o processo de fabricação desse plástico. Isso faz com que, além de ser biodegradável, esse plástico ainda seja reciclável, biocompatível e bioabsorvível.
O fator complicador do PLA é que sua degradação adequada só ocorre em determinadas condições específicas de umidade, temperatura e meio — e que quase nunca estão presentes nos oceanos, aterros ou lixões onde, infelizmente, a maioria dos plásticos acaba.
Além disso, seu custo de produção ainda é consideravelmente mais alto que as demais opções.
Como saber se um plástico é biodegradável?
Procure sempre por selos e certificados de plástico biodegradável nos produtos que for adquirir. Hoje em dia, não é difícil encontrar sacolinhas, sacos de lixo, copinhos e talheres descartáveis produzidos com plástico biodegradável.
No entanto, vale reforçar: esses materiais plásticos precisa sem descartados corretamente, sendo destinados a empresas de reciclagem ou projetos de compostagem que garantam sua degradação correta na natureza.
Plásticos biodegradáveis são prejudiciais?
Descartar um plástico biodegradável de forma irresponsável pode acarretar prejuízos ambientais. No caso do PLA, do qual já falamos, ele acaba reagindo de maneira incorreta quando vai parar em um lixão ou em aterros sanitários.
Geralmente, as condições desses locais acabam levando o PLA a uma degradação anaeróbia, com baixa concentração de oxigênio. Isso leva à liberação de gás metano na reação, que é um dos gases mais agressivos à camada de ozônio, causando o efeito estufa.
Além disso, as normas técnicas de diferentes países como Estados Unidos e Brasil permitem a adição de outros tipos de plástico não biodegradáveis na mistura do PLA (mantendo, mesmo assim, sua classificação biodegradável). Isso leva esses materiais nocivos diretamente para o meio ambiente no descarte.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2023/07/1-embalagem-alimento.jpg415640Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2023-07-20 17:09:362023-07-27 08:15:57Embalagens Biodegradáveis: O que são e quais os tipos
Objetivo é responsabilizar o setor têxtil pelo ciclo de vida completo de seus produtos e incentivar iniciativas de circularidade
A Comissão da União Europeia apresentou hoje a proposta para criação de um sistema de Responsabilidade Estendida do Produtor (EPR scheme) para os resíduos têxteis, à similaridade do que já existe para outros setores/resíduos.
O continente europeu produz 12,6 milhões de toneladas de resíduos têxteis por ano, sendo que roupas e calçados contabilizam 5,2 milhões de toneladas, o equivalente a 12kg por pessoa por ano, dos quais 22% são coletados de forma separada.
A proposta apresentada torna os produtores responsáveis por todo o ciclo de vida dos produtos têxteis colocados no mercado, devendo apoiar a gestão sustentável e a circularidade dos resíduos têxteis em todo os países membros da União Europeia.
Pelas novas regras, que agora serão apreciadas pelo Parlamento Europeu como uma emenda à Diretiva-chave de Resíduos (Waste Framework Directive), estão previstos os seguintes pontos, dentre outros:
– Os produtores terão que cobrir os custos de gestão dos resíduos têxteis;
– As iniciativas devem prever ações de redução de resíduos e aumento da circularidade dos produtos têxteis;
– Estão contemplados incentivos para a pesquisa e desenvolvimento de tecnologias inovadoras para a circularidade dos produtos, incluindo a reciclagem fibra-a-fibra
– Prevenção e combate à exportação ilegal de resíduos têxteis
Certamente a tramitação dessa proposta será objeto de bons debates e abrirá oportunidade para aperfeiçoamentos com vistas à construção de uma norma bastante emblemática.
Problema ambiental
As marcas de fast fashion e de ultra fast fashion, cujo maior exemplo é a chinesa Shein, têm sofrido críticas ao redor do mundo por promoverem, direta ou indiretamente, o consumo desenfreado e por não serem transparentes quanto às consequências sociais e ambientais de seus modelos de negócio.
Quando considerada toda a cadeia de produção, da plantação do algodão ao descarte, a indústria da moda é responsável por quase 10% das emissões de gases de efeito estufa no mundo – algo próximo ao setor de aviação, por exemplo.
Só na Europa, espera-se que o consumo anual de roupas e sapatos passe dos 63 milhões de toneladas registrados em 2019 para 102 milhões de toneladas no fim da década, segundo informações da Agência Ambiental Europeia.
“A relação prejudicial que criamos com os têxteis polui nosso mundo. Ela exige o uso de grandes quantidades de água, faz mal à natureza e lança gases de efeito estufa na atmosfera”, afirmou Frans Timmermans, responsável pelas políticas de descarbonização do bloco.
Em nota, o diretor geral da EuroCommerce, que representa o comércio varejista no bloco, Christel Delberghe, diz reconhecer a importância da circularidade e da redução do desperdício.
Um estudo realizado em parceria com a McKinsey estima que são necessários € 35 bilhões até 2030 para promover a circularidade no setor, destaca ele, complementados por subsídios e acompanhados por uma regulamentação “harmonizada”.
Quase 60% de papel, com barreira integrada de plástico reciclável, com menor pegada de carbono e 8 vezes menos peso que as garrafas de vidro tradicionais .
Especificamente, a garrafa é feita de 57% de papel e 43% de plástico reciclado. “ Um passo importante para os objetivos de se tornar um produto zero carbono até 2030 e de obter uma garrafa totalmente de base biológica ”, diz a empresa, que confiou o projeto à Paboco (The Paper Bottle Company), que agora também trabalha com marcas como The Coca-Cola Company , Carlsberg, P&G e L’Oréal.
Há um cheiro de greenwashing , portanto, e vamos explicar o porquê.
Uma garrafa de papel e plástico reciclado não é mais ecológica do que uma de vidro.
A escolha da embalagem não deve ser subestimada: comprar alimentos com embalagens leves e proporcionais feitas de materiais reciclados e compostáveis faz toda a diferença. Assim, pensar-se-á que o papel, mais leve, é preferível ao vidro (razão pela qual multinacionais como a Coca-Cola não abrem mão das garrafas de plástico, substituindo-as por vidro e latas, por serem mais cômodas, mais leves e entre os mais populares entre os clientes.
Nem sempre. Não era melhor em vidro? Claro que sim.
Se ao menos o vidro continuasse sendo o único material 100% puro , seguro porque é feito com substâncias não tóxicas, reciclável facilmente e sem limites. Também não altera o sabor dos alimentos e bebidas, sendo por isso ideal para a saúde.
Garrafas de papel? Também não.
A carta tem alguns elementos fundamentais a seu favor:
o menor peso do papelão permite reduzir a poluição decorrente do transporte
geralmente (e é desejável) o papel usado para embalagens é obtido de florestas sustentáveis
é reciclável sem muita dificuldade e compostável
Deve-se dizer, no entanto, que papel e papelão não podem ser regenerados indefinidamente. A cada reciclagem, o papelão é tratado quimicamente para remover tinta e outras impurezas de sua superfície. O uso repetido dessas substâncias faz com que o material perca resistência, que é destinado a ir parar em aterros sanitários após uma série de ciclos.
Vidro é melhor
Ao contrário do papel e papelão, o vidro é infinitamente processável sem perda de qualidade. O vidro é, portanto, um dos poucos materiais de embalagem inesgotáveis. E não só:
o vidro protege da melhor forma o que está dentro, sendo ideal para a conservação segura de alimentos e bebidas, que não alteram seus sabores
a percentagem média de reciclagem de vidro, nos países da União Europeia, ultrapassa os 70%
fazer vidro a partir de vidro reciclado requer 40% menos energia do que uma produção que parte de matérias-primas
recipientes de vidro são 40% mais leves do que os populares há 20 anos
Sistemas de depósito de segurança
São provavelmente a única ferramenta capaz de reduzir seriamente a poluição ambiental e promover a prossecução de objetivos de reutilização para uma verdadeira transição para uma economia mais circular, seria urgentemente necessária a introdução de um sistema de depósito para embalagens mono para bebidas (plástico, alumínio, vidro).
É um esquema de coleta seletiva para embalagens de bebidas descartáveis em que o consumidor paga um pequeno depósito totalmente reembolsável além do preço normal de varejo de uma bebida. Essa caução, ou caução, é então paga integralmente ao consumidor mediante a devolução da embalagem vazia. Em essência, o consumidor compra o conteúdo e pega emprestado a embalagem.
Normalmente, os sistemas DRS incluem embalagens de plástico (principalmente PET), metal (latas de alumínio) e vidro, mas alguns sistemas (na Austrália e no Canadá) também incluem embalagens cartonadas para bebidas.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2023/07/Paper-Bottle-Some-ATL-1X1_3.jpg10801080Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2023-07-05 09:12:382023-07-05 09:12:38Absolut Vodka lança garrafa de papel, mas precisamos mesmo dela?
Estudo da IBM aponta que os consumidores estão dispostos a gastar mais com marcas ambientalmente responsáveis e que, embora as empresas tenham ações, faltam métricas para acompanhá-las
As empresas estão realmente engajadas com a sustentabilidade? Os clientes estão dispostos a pagar um pouco mais por uma marca ambientalmente responsável? A resposta para ambas as perguntas é sim. De acordo com o estudo “A última chamada para a sustentabilidade” realizado pela IBM Institute for Business Value (IBV), ao qual a Consumidor Moderno teve acesso com exclusividade, hoje, cerca de 40% dos consumidores apontam que os fatores de impacto ambiental são mais importantes do que custo, conforto e conveniência.
“O consumidor está disposto a pagar um prêmio. Entre 61% e 70% falaram que estariam dispostos a pagar a mais. É uma porcentagem considerável de pessoas que estão dispostas a pagar a mais”, enfatiza Carlos Capps, head de consultoria e serviços para as indústrias de varejo e produtos de consumo da IBM América Latina.
Consumidores mais sustentáveis
“A pandemia levantou a atenção dos consumidores para a sustentabilidade e a saudabilidade. As pessoas estão mais preocupadas com o que elas consomem e a procedência dos alimentos. Quando você une com a agenda de sustentabilidade, se um fabricante diz que a carne não tem antibióticos, existe um público que gostaria de pagar um pouco a mais por essa carne. Mas é preciso garantir uma rastreabilidade para que o consumidor tenha certeza que isso não é uma mentira”.
O estudo ainda aponta que os consumidores não estão olhando para a sustentabilidade apenas ao escolher uma marca, mas também ao investir, ao escolher o emprego e o meio de transporte
Estudo da IBM aponta que os consumidores estão dispostos a gastar mais com marcas ambientalmente responsáveis e que, embora as empresas tenham ações, faltam métricas para acompanhá-las
As empresas estão realmente engajadas com a sustentabilidade? Os clientes estão dispostos a pagar um pouco mais por uma marca ambientalmente responsável? A resposta para ambas as perguntas é sim. De acordo com o estudo “A última chamada para a sustentabilidade” realizado pela IBM Institute for Business Value (IBV), ao qual a Consumidor Moderno teve acesso com exclusividade, hoje, cerca de 40% dos consumidores apontam que os fatores de impacto ambiental são mais importantes do que custo, conforto e conveniência.
“O consumidor está disposto a pagar um prêmio. Entre 61% e 70% falaram que estariam dispostos a pagar a mais. É uma porcentagem considerável de pessoas que estão dispostas a pagar a mais”, enfatiza Carlos Capps, head de consultoria e serviços para as indústrias de varejo e produtos de consumo da IBM América Latina.
Consumidores mais sustentáveis
“A pandemia levantou a atenção dos consumidores para a sustentabilidade e a saudabilidade. As pessoas estão mais preocupadas com o que elas consomem e a procedência dos alimentos. Quando você une com a agenda de sustentabilidade, se um fabricante diz que a carne não tem antibióticos, existe um público que gostaria de pagar um pouco a mais por essa carne. Mas é preciso garantir uma rastreabilidade para que o consumidor tenha certeza que isso não é uma mentira”.
O estudo ainda aponta que os consumidores não estão olhando para a sustentabilidade apenas ao escolher uma marca, mas também ao investir, ao escolher o emprego e o meio de transporte.
Preocupação é crescente, mas carece de métricas
Carlos Capps, head de consultoria e serviços para as indústrias de varejo e produtos de consumo da IBM América Latina
O estudo, que entrevistou mais de 1,9 mil executivos globais de empresas de varejo e bens de consumo (CPG), incluindo líderes da América Latina, vai a fundo e mostra que existem ações de sustentabilidade. Afinal, 9 em cada 10 empresas afirmaram que trabalharão em várias iniciativas de sustentabilidade até o final de 2021.
Porém, há lacunas. A principal delas é a falta de métricas específicas para o acompanhamento das ações, pois menos de um terço definiram formas de medir suas metas de sustentabilidade. Apenas 10% das empresas do setor de consumo definiram métricas únicas e menos de 20% alinharam métricas de desempenho organizacional para medir o progresso da sustentabilidade. O estudo ainda aponta que a maioria das organizações está em processo de definição de métricas ou pretende fazê-la em breve.
“Um exemplo é a meta de ser carbono zero em 2030. Para isso, é necessário rastrear todas as iniciativas que tenho para chegar lá. É preciso ter métricas dessas ações para que eu construa o resultado. Do outro lado, é necessário ter uma governança preocupada com isso que crie incentivos para os executivos que estão relacionados à essa nova agenda. Também preciso criar formas de capturar qual é o valor gerado por essa nova agenda”, destaca Capps.
Em que canal o consumidor busca informação?
O consumidor busca checar o compromisso das marcas quando o assunto é sustentabilidade. As fontes variam de acordo com a faixa etária. Os consumidores de 40 a 54 anos buscam o online search e a mídia social. Os mais jovens, de 18 a 24 anos, estão concentrados na mídia social, enquanto o consumidor que tem entre 65 e 70 anos observa a etiqueta.
“Na comparação entre as fontes de informações, vê-se que o ‘boca a boca’ é pouco importante. As empresas devem se preocupar em fazer um investimento em mídia social e também nos mecanismos de busca”, destaca o head da IBM
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2023/06/images-32.jpeg452678Silvio Correahttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngSilvio Correa2023-06-23 09:35:002023-06-23 09:52:51Sustentabilidade será cada vez mais decisiva na escolha da compra