22% dos funcionários avaliam desempenho geral da sua empresa em práticas ambientais, sociais e de governança como “muito bom” ou “excelente”, de acordo com pesquisa realizada pela consultoria de inovação TEC Institute
Para entender como os indicadores ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) adotados por empresas brasileiras estão sendo percebidos pelos seus funcionários, a consultoria de inovação Tec Institute, realizou uma pesquisa online, em parceria com a MIT Tech Review Brasil, publicação do Instituto de Tecnologia de Massachusetts no país. Entre as conclusões, descobriu que 75% das organizações não possuem nenhuma certificação de sustentabilidade ou ESG.
Quando realizadas por instituições sérias e criteriosas, as certificações demonstram um compromisso real da empresa com aquilo que a certificadora atesta, e são concedidas às empresas que atendem critérios rigorosos. Isso envolve a implementação de políticas e práticas corporativas que vão além do mínimo exigido por lei.
No caso da sustentabilidade e dos aspectos ESG, as certificações são importantes para evitar que as empresas realizem greenwashing, ESGwashing, diversitywashing – ou seja, façam parecer em suas campanhas de marketing, publicidade e relações públicas que suas práticas ambientais, de ESG, ou diversidade e inclusão, por exemplo, sejam maiores e mais relevantes do que realmente são na prática.
Como exemplo, a pesquisa cita a certificação Global Reporting Initiative (GRI), que criou um padrão para o reporte de resultados que facilita empresas a compreender e comunicar os seus impactos em questões como mudanças climáticas, direitos humanos e corrupção. E a certificação B-Corp, ou Empresa B, para companhias que visam, como modelo de negócio, o desenvolvimento social e ambiental.
A pesquisa também descobriu que quase 8 em cada 10 funcionários não acreditam que suas empresas estão fazendo um trabalho muito bom ou excelente nos quesitos ESG. Entre as principais iniciativas trabalhadas estão a gestão de resíduos e reciclagem (30%); o respeito pelos direitos humanos (40%) e prevenção à corrupção (31%).
A instituição de pesquisa aponta que o perfil dos respondentes não é determinante para as percepções sobre as práticas de ESG trabalhadas nas empresas: “O gênero, idade e faixa salarial têm pouco impacto na percepção das práticas de ESG”, diz o TEC Institute. “Independentemente desses fatores, os colaboradores tendem a ter uma visão semelhante sobre as práticas de sustentabilidade das empresas”, conclui.
Ao todo, 108 pessoas, a maioria homens, responderam ao formulário online da pesquisa com perguntas objetivas – 32% atuam em empresas de serviços financeiros, educação e saúde, seguido dos segmentos de tecnologia da informação e comunicações (25%), e serviços (21%), como atividades científicas, técnicas, administrativas, artes, cultura e serviços domésticos. E os demais atuam em transporte e logística; agricultura, mineração e recursos naturais; comércio e serviços de hospitalidade; e indústria e construção.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2024/05/images.jpg170297Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2024-05-07 15:08:452024-05-07 15:08:4575% das empresas não têm alguma certificação de sustentabilidade e ESG, diz pesquisa
Desde que a China endureceu as leis sobre importação de resíduos, aumentaram as cargas que chegam de modo ilícito à Indonésia, ao Vietnã e à Tailândia, com graves riscos ambientais, econômicos e humanos.Países do Sudeste Asiático como Malásia, Vietnã, Tailândia e Indonésia estão vivenciando um influxo de carregamentos de lixo ilegal de nações industrializadas, sendo uma parcela considerável traficada da União Europeia. Apesar das normas existentes, os traficantes são incentivados pelo policiamento inefetivo e penas brandas, se apanhados, além da tentação de lucros fáceis.
A Comissão Europeia estima que de 15% a 30% dos lotes de resíduos partindo da UE sejam ilegais, gerando anualmente bilhões de euros em faturamento ilícito. “Uma vez que o lixo é descartado indevidamente, ele se torna um problema de todo mundo”, observa Masood Karimipour, representante do Sudeste Asiático na Agência das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC). “Não há como exagerar a urgência de confrontar o tráfico de resíduos.”
O relatório da ONU calcula que, entre 2017 e 2021, os membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) importaram, ao todo, 100 milhões de toneladas de lixo de metal, papel e plástico, no valor de quase 50 bilhões de dólares.
Atividade criminosa altamente lucrativa
Nos últimos anos, houve uma transformação significativa do comércio global de resíduos, devido a uma série de medidas impostas em 2018 pela China, a fim de sustar o ingresso de lixo indesejado em seu território.
O efeito cascata dessas restrições provocou um redirecionamento das correntes globais de resíduos, sobretudo em direção ao Sudeste Asiático, que se tornou a destinação primária para carregamentos tanto legais quanto ilícitos. O Departamento de Estatísticas da Indonésia registrou um aumento súbito das importações de resíduos, com papel e plástico principalmente oriundos da Europa Ocidental.
“Na Indonésia não há nenhum ecossistema que promova consumo, produção e reciclagem sustentáveis”, observa Yuyun Ismawati, consultor-chefe da ONG ambientalista Nexus3 Foundation. Além disso, é comum o lixo de papel estar contaminado com plástico, o que representa uma séria ameaça ambiental e sanitária para regiões como Java e Sumatra.
As companhias importadoras de papel ou descartam o plástico problemático ou o doam às comunidades locais, que então realizam triagem e incineração ilegal, emitindo níveis alarmantes de dioxinas e substâncias químicas tóxicas, terminando por infiltrar-se nas cadeias alimentares humanas. A fumaça e a comida contaminada provocam moléstias respiratórias e gástricas entre os habitantes das aldeias, ou mesmo câncer.
Apesar de suas consequências funestas para a saúde e o meio ambiente, o tráfico de resíduos ainda é considerado uma atividade criminosa altamente lucrativa, que passa por debaixo do radar no Sudeste Asiático.
Serena Favarin, criminologista da Università Cattolica del Sacro Cuore, de Milão, Itália, relata que os traficantes utilizam métodos sofisticados e cadeias de abastecimento para escapar dos controles, levando o lixo para países onde as normas são menos rigorosas, e os preços para o descarte ilegal, muito mais baixos.
“O crime não é combatido da mesma forma em países diferentes, o que cria um desalinhamento no modo como o lixo é tratado”. Em diversas destinações, por exemplo, os regulamentos sobre o tráfico sequer pertencem ao direito criminal, mas sim às normas civis e administrativas. Então, mesmo que os traficantes as violem aberta e sistematicamente, as penalidades costumam ser mínimas, permitindo que as operações criminosas prosperem.
Necessidade de quadro legal básico harmonizado
Embora o tráfico ilegal de resíduos cause muitos problemas às comunidades, especialistas reconhecem que o gerenciamento legal e bem regulamentado é necessário, mitigando danos ambientais e contribuindo para a economia circular, ao reduzir, reutilizar e reciclar o material excedente.
Por isso, diversas nações e operações policiais internacionais entre a Ásia e a Europa estão agindo para fechar as lacunas que permitem aos criminosos operar e prejudicar o ciclo econômico.
“É importante fortalecer a dimensão transnacional, a fim de ter regulamentações semelhantes entre os países. Com normas semelhantes, é mais fácil dialogar”, explica a criminologista Favarin.
Uma harmonização dos quadros legais pode contribuir para a adoção de leis mais fortes e penalidades mais severas para os crimes de tráfico de resíduos. A UE está atualmente atualizando as regras sobre transporte de lixo, com sua entrada em vigor prevista para o fim de abril.
Tecnologias modernas também prometem favorecer a proteção ambiental. “Drones ou imagens de satélite podem ajudar a detectar acúmulos ou grandes montes de lixo em áreas específicas, como aterros ilícitos, ou incinerações ilegais em áreas protegidas”, exemplifica Favarin.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2024/04/1515087494_708655_1515087755_album_normal.jpg651980Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2024-04-22 15:17:072024-04-22 15:17:07Como o lixo europeu vai parar ilegalmente no Sudeste da Ásia
Dados divulgados recentemente pelo Green Building Council Brasil, ONG especializada em moradias de baixo impacto ambiental, indicam que a construção de casas sustentáveis disparou no Brasil.
De acordo com o levantamento, o número de construções residenciais verdes cresceu 40% entre 2022 e 2023, índice que sinaliza uma mudança rumo à práticas ambientalmente responsáveis no setor imobiliário.
“Na prática, observamos um interesse cada vez maior do consumidor final em soluções de baixo impacto ambiental, como o steel frame e a energia solar”, destaca a repórter Aline Melo, na Casa e Jardim, fonte desta reportagem.
Caroline Siqueira, sócia vice-presidente do Grupo Innova Steel, explica que enquanto as obras de alvenaria consomem em média 500 litros de água por m², o método steel frame consome apenas 5 L/m².
“Além disso, o uso de água é somente no momento da fundação, ou seja, após a base não é necessário mais trabalhar com água. Outro ponto que mostra a sustentabilidade presente é que não se utiliza cimento e argamassa no processo de montagem”, conta Siqueira.
Outra tecnologia verde vinculada ao setor que não para de crescer é a energia solar, cada vez mais barata acessível.
Um estudo realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, mostra que 66% dos entrevistados consideram importante ter energia solar em casa.
“Estamos vindo de uma queda de preço dos equipamentos fotovoltaicos, além de diminuição da taxa de juros e um posicionamento dos bancos, que demonstram estarem mais abertos ao financiamento da energia solar, o que facilita o acesso da população”, diz Luca Milani, CEO e fundador da 77Sol.
Para se ter uma ideia, fontes renováveis de energia podem ser responsáveis por 95% da geração de eletricidade no Brasil em 2026, é o que prevê um relatório publicado recentemente pela Agência Internacional de Energia (AIE).
Ainda de acordo com o documento, no mundo esse índice pode chegar, no melhor dos cenários, a 37%, dado que coloca o Brasil na vanguarda da transição para energias limpas: nuclear, eólica, solar, hidroelétrica.
Boa parte dessa melhora, informam os pesquisadores, é resultado da popularização de sistemas domésticos de energia solar fotovoltaica, cada vez mais acessíveis e baratos, e dos investimentos em energia eólica no país.
“Em nossa previsão, a geração combinada de energia eólica e solar fotovoltaica em 2026 será quase 50% maior que a de 2022”, avalia a equipe de pesquisa.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2024/04/energia_solar.jpg305545Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2024-04-15 10:05:092024-04-15 10:05:09CONSTRUÇÃO DE CASAS SUSTENTÁVEIS CRESCE NO BRASIL
Um relatório da ONU divulgado na última semana revelou que o mundo produziu 62 milhões de toneladas de lixo eletrônico em 2022.
Segundo o texto final do Monitor Global de Lixo Eletrônico, a produção de eletrolixo pela humanidade aumentou cinco vezes mais rápido do que as estimativas recentes indicavam.
Para se ter uma ideia, esse volume seria capaz de preencher 1,5 milhões de caminhões de coleta com capacidade para 40 toneladas de resíduos.
Já a quantidade de resíduos eletrônicos registrada como coletada e reciclada foi de aproximadamente 14 milhões de toneladas, ou 22% do que foi gerado.
Infelizmente, a previsão é que esse total caia para 20% até 2030, devido à crescente lacuna nos esforços de reciclagem em relação à alta na produção mundial do setor.
“O aumento das disparidades em todo o mundo é atribuído a desafios que incluem o aumento do consumo, a redução de conserto e a obsolescência dos aparelhos”, afirma a ONU em nota enviada à imprensa.
Contam-se ainda o rápido avanço tecnológico, a limitação nas opções de conserto, os ciclos de vida cada vez mais curtos dos produtos e a infraestrutura inadequada para a implantação de projetos de logística reversa.
Neste contexto, o relatório estimula os países a aumentarem as taxas de recolhimento e reciclagem de lixo eletrônico para 60% até 2030.
Entre os benefícios da medida, afirma a ONU, estão a minimização dos riscos para a saúde humana, que superaria os custos em mais de US$ 38 bilhões.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2024/04/A-Importancia-da-Reciclagem-do-Lixo-Eletronico.webp450700Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2024-04-08 10:02:262024-04-08 10:03:33MUNDO PRODUZIU 62 MILHÕES DE TONELADAS DE LIXO ELETRÔNICO EM 2022
No dia 22 de março de 1992, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o Dia Mundial da Água, uma iniciativa global para destacar as questões cruciais relacionadas à água e promover a conscientização sobre a importância desse recurso vital. A cada ano, o Dia Mundial da Água aborda temas específicos para enfatizar diferentes aspectos relacionados à gestão, preservação e utilização sustentável da água.
Em 2024, o tema escolhido é “Água para a Paz”. Esta escolha reflete a crescente compreensão da interconexão entre a água, a segurança, o desenvolvimento sustentável e a paz mundial. A água, que é um recurso fundamental para a vida e o bem-estar humano, desempenha um papel crucial na estabilidade e prosperidade de comunidades, regiões e países inteiros.
A Importância da Água para a Paz
A água é um elemento essencial para a sobrevivência de todos os seres vivos, sendo um recurso indispensável para a agricultura, indústria, geração de energia e consumo humano. Além disso, ela desempenha um papel fundamental na preservação dos ecossistemas aquáticos, garantindo a biodiversidade e a saúde do planeta como um todo.
O tema “Água para a Paz” destaca a necessidade de abordar as questões relacionadas à água como uma parte integrante do caminho para a paz global. Conflitos sobre recursos hídricos têm sido uma realidade em várias partes do mundo, ampliando as tensões entre nações e comunidades. Ao compreendermos e promovermos a gestão sustentável da água, podemos contribuir para a prevenção de conflitos e a construção de sociedades mais pacíficas e resilientes.
A falta de água em muitos lugares é mais comum do que se imagina e pode contribuir ou intensificar conflitos armados colocando em situação de vulnerabilidade muitas comunidades. Alguns exemplos onde isso acontece são: guerra entre Rússia e Ucrânia, conflitos na Faixa de Gaza, Colinas de Golã no Oriente Médio, Planalto do Tibete e muitos outros. Você pode ver mais na matéria “A disputa por água é uma realidade”.
Desafios Atuais e Soluções Futuras
Atualmente, enfrentamos desafios significativos em relação à disponibilidade e qualidade da água. Mudanças climáticas, urbanização desenfreada, poluição e uso irresponsável dos recursos hídricos são ameaças que exigem ação imediata. Ao adotarmos práticas sustentáveis de gestão da água, podemos garantir o acesso equitativo a esse recurso vital, promovendo a justiça social e a cooperação internacional.
Iniciativas que promovem a eficiência hídrica, a reciclagem de água, a proteção de bacias hidrográficas e o desenvolvimento de tecnologias inovadoras são passos fundamentais para alcançar o equilíbrio necessário. Além disso, a educação e conscientização pública desempenham um papel crucial na construção de uma cultura que valoriza a água como um bem coletivo.
Assim, a água sendo um recurso vital para a sobrevivência humana, desenvolvimento de atividades econômicas e manutenção dos ecossistemas, desempenha um papel crucial na estabilidade social e política, tanto internamente quanto nas relações entre países e territórios. É fundamental promover a boa gestão para evitar conflitos, além de:
Ajudar a avançar nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável;
Promover a segurança alimentar, sustentar meios de vida saudáveis, fortalecer ecossistemas e contribuir para a resiliência às mudanças climáticas;
Reduzir riscos de desastres, fornecer energia renovável, apoiar cidades e indústrias e promoção da integração regional;
Promover uma economia circular com respeito aos direitos humanos;
Possibilitar e facilitar que os países estabeleçam acordos para melhor gerenciamento de recursos hídricos transfronteiriços.
Água como Agente de Transformação
Ao celebrarmos o Dia Mundial da Água em 2024 com o tema “Água para a Paz”, reconhecemos a necessidade de cooperação global para enfrentar os desafios relacionados à água e promover a paz duradoura. A gestão sustentável da água não apenas garante a segurança hídrica, mas também contribui para o desenvolvimento sustentável, a equidade e a estabilidade global.
Cada um de nós desempenha um papel vital na preservação desse recurso precioso. Ao adotarmos práticas responsáveis e apoiarmos iniciativas que promovem a conscientização e a ação, podemos construir um futuro onde a água seja um agente de transformação positiva, promovendo a paz e a prosperidade para as gerações futuras.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2024/03/3-dia-mundial-da-agua.webp400600Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2024-03-22 10:32:452024-03-22 10:34:10Água para a Paz – Celebrando o Dia Mundial da Água em 2024
Em votação simbólica, o Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (19) um projeto de lei que cria a Política Nacional de Economia Circular, com o objetivo de estimular o uso mais consciente dos recursos e priorizar produtos mais duráveis, recicláveis e renováveis. A proposição (PL 1.874/2022), de autoria da Comissão de Meio Ambiente (CMA), foi aprovada na forma do relatório do senador Jaques Wagner (PT-BA), que apresentou substitutivo por meio de emenda. Agora o texto segue para análise da Câmara dos Deputados.
O projeto foi apresentado pela CMA após uma série de debates do Fórum da Geração Ecológica, realizados no âmbito da própria comissão. Além de estabelecer os objetivos, os princípios e os instrumentos da Política Nacional de Economia Circular, o texto altera a nova Lei de Licitações (Lei 14.133, de 2021), a lei que cria programas de incentivo à pesquisa (Lei 10.332, de 2001), e a lei que instituiu o Fundo Social (Lei 12.351, de 2010).
Segundo o projeto, a economia circular difere da economia linear, caracterizada pela sequência extração-produção-consumo-descarte. Na modalidade circular, a meta é “conservar o valor dos recursos extraídos e produzidos, mantendo-os em circulação por meio de cadeias produtivas integradas”. O modelo prioriza o reaproveitamento de resíduos, o reparo, o reúso e a remanufatura.
O que diz o projeto
A Política Nacional de Economia Circular prevê, entre outros pontos, conscientizar a sociedade sobre o uso dos recursos naturais; estimular a pesquisa e a adoção de soluções em economia circular; e promover a gestão estratégica, o mapeamento e o rastreamento dos estoques e fluxos dos recursos no território nacional. Para atingir seus objetivos, o projeto determina a criação do Fórum Nacional de Economia Circular, com representantes de ministérios, sociedade e empresários. O fórum deverá elaborar planos de ação nacionais e estimular os estados e municípios a criarem instâncias similares.
O projeto também prevê a adoção de compras públicas sustentáveis; o financiamento de pesquisa e a promoção de processos destinados à adoção da circularidade; o estímulo ao direito dos consumidores de repararem seus produtos; a criação de incentivos fiscais; e a conscientização da sociedade quanto à utilização do potencial de vida útil dos produtos.
Substitutivo
O relatório de Jaques Wagner tinha sido previamente aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), acolhendo em substitutivo uma série de emendas oferecidas no colegiado. O senador Rogério Carvalho (PT-SE) teve 14 emendas acatadas, incluindo a previsão de que produtores e fabricantes devem priorizar o uso de fonte de matérias-primas que apliquem métodos de produção regenerativos; o fomento do poder público a programas de colaboração entre fabricantes e produtores a fim de promover a utilização desses métodos; e a destinação de uma porcentagem do rendimento anual do Fundo Social para o desenvolvimento da economia circular.
Outras três emendas apresentadas na comissão foram aceitas pelo relator. Uma delas prevê que a estruturação, regulamentação e implementação dos instrumentos relacionados à economia circular, quando implicarem aumento de despesas, serão sempre antecedidas de análise de impacto regulatório com a participação de representantes dos setores econômicos e seus usuários.
Para Jaques Wagner, o projeto busca gerar um ciclo de produção virtuoso, apoiado na circularidade e na reciclagem de recursos, insumos, produtos e materiais em geral, utilizados em diversas cadeias produtivas. “Corresponde, pois, a um novo modelo de produção, mais responsável e sustentável, em linha convergente com objetivos, metas e pretensões no âmbito do equilíbrio e da preservação do meio ambiente. Trata-se, portanto, de um PL econômico e socialmente meritório”, sustenta o relator.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2024/03/MicrosoftTeams-image-217.jpg280480Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2024-03-20 14:25:042024-03-20 14:30:35Senado aprova Política Nacional de Economia Circular; texto vai à Câmara
Fundada por Ana Rita Poppi em 2017, a Vegalli destaca-se no mercado brasileiro como uma marca de sapatos sustentáveis que redefine os padrões da indústria calçadista.
Localizada na cidade de Franca (SP), a empresa transforma garrafas PETs e aparas da indústria têxtil em tecidos inovadores para a fabricação de calçados e mochilas.
De acordo com Ana Rita, a Vegalli não busca apenas clientes, mas sim amigos que compartilhem sua visão de mundo.
E essa filosofia é fundamentada em pilares essenciais da marca: a não exploração animal, a ética em todos os sentidos e a preservação ambiental.
A verdade é que a organização adota uma abordagem única em seus processos de criação, priorizando a sustentabilidade desde o início, sem comprometer a qualidade dos produtos.
O compromisso com o “slow fashion” reflete-se em produtos de design simples e minimalista, que atendem os princípios do consumo consciente e sustentável.
Vale destacar que a empresa ostenta o selo Eureciclo e o selo de não crueldade da PEA. Este último garante que os produtos não são testados em animais.
Além disso, a marca mantém uma parceria com a ONG “Cão que Mia” e a cada produto adquirido pelos consumidores, contribui com doações de ração para a causa animal.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2024/01/marca-de-sapatos-sustentaveis-e1625091988396.jpg8591438Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2024-01-15 13:17:352024-01-15 13:17:35MARCA BRASILEIRA TRANSFORMA GARRAFAS PET EM CALÇADOS E MOCHILAS
Reciclagem e escolha de produtos sustentáveis são interesse da maioria das pessoas, aponta pesquisa.
Os brasileiros devem intensificar esforços em prol do meio ambiente em 2024, com 75% dos respondentes de uma pesquisa de opinião afirmando que vão privilegiar o consumo de marcas comprometidas com a sustentabilidade no período. O levantamento, elaborado pelo VTrends, núcleo de pesquisa da operadora Vivo , aponta as ações que população espera desempenhar neste ano.
Atrás da escolha por marcas ambientalmente corretas, três iniciativas de reciclagem aparecem empatadas em segundo lugar, com cerca de 65% das respostas: separar o lixo orgânico do reciclável, a reutilização de produtos e a reciclagem de lixo eletrônico, como pilhas e aparelhos eletrônicos.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2024/01/A-importancia-dos-habitos-sustentaveis-no-dia-a-dia-e1527700802389.jpg488731Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2024-01-08 10:18:332024-01-08 10:18:33Hábitos sustentáveis estão entre as metas dos brasileiros para 2024
Há cada vez mais adeptos do upcycling, no entanto, ainda existem muitas dúvidas sobre o significado concreto deste conceito.
O termo upcycling, que em português significa “reutilização para cima”, vai de encontro com a proposta do modelo da economia circular, cuja ambição é tornar o “lixo” um conceito do passado, propondo a procura de soluções que mantenham os recursos a circular na economia até ao limite da sua capacidade.
Este termo foi popularizado, em grande parte, pela sua utilização no livro publicado em 2002 “Cradle to Cradle: Remaking the Way We Make Things” (em português, “Do Berço ao Berço: Refazendo a maneira como fazemos as coisas”) dos autores William McDonough e Michael Braungart.
Esta obra é um verdadeiro marco, pois apresenta uma visão inovadora de como idealizarmos e desenvolvermos os produtos de uma forma ecológica, segura e sustentável, que perpetue a utilização dos recursos. Em 2013, os criadores do C2C foram mais a fundo neste tema, com a publicação do livro “The Upcycle: Beyond Sustainability – Designing for Abundance”.
Segundo estes autores, o objetivo central do upcycling é evitar que os materiais em bom estado sejam descartados, para assim, prolongar a vida útil destes materiais que são vistos como lixo ou desperdício, dando-lhes uma nova vida. Eles afirmam que esta metodologia reduz a extração de matérias-primas virgens da natureza, além de diminuir a poluição e o consumo de energia e de água necessários para a produção de novos produtos.
Exemplo de upcycling: antigo telefone que se transformou numa luminária. Foto de Johnny Briggs (Fonte: Unsplash)
A importância e as vantagens do Upcycling
O upcycling não é somente uma tendência, é uma atitude que todos nós precisamos ter perante o nosso mundo. Utilizar técnicas de upcycling traz muitos benefícios para as pessoas, para o nosso planeta e para as organizações, visto que:
Fomenta um consumo mais consciente e uma responsabilidade ambiental;
Reduz o consumo excessivo e o desperdício;
Diminui a poluição do nosso planeta;
Minimiza a quantidade de resíduos gerados;
Reduz a necessidade de consumir novas matérias-primas;
Abranda a extração desenfreada de recursos virgens da natureza;
Modera o uso de água e de energia;
Reduz a emissão de gases do efeito estufa;
Prolonga a vida útil dos materiais que já se encontram a circular na economia;
Potencia a circularidade dos produtos no seu fim de vida.
Upcycling, Downcycling e Recycling: qual a diferença?
O Upcycling, Downcycling e o Recycling são três conceitos que estão relacionados com o reaproveitamento e a transformações de materiais, no entanto, o processo e os produtos gerados em cada um deles são diferentes.
Upcycling significa, como dito anteriormente, “utilização para cima”, onde os produtos gerados geralmente apresentam funções diferentes do produto original e qualidade igual ou superior.
Downcycling, por sua vez, é a “utilização para baixo”, cujos materiais passam por um processo de transformação, gerando produtos com funções diferentes do produto original e com uma qualidade inferior.
Recycling, significa “reciclagem”, onde os materiais passam por um processo de recuperação industrial, dando origem a produtos com funções, qualidade e valor iguais ao produto original.
Note que, comparativamente, o processo de upcycling é “limpo”, pois não utiliza químicos na transformação dos materiais, como acontece nos processos de downcycling e o recycling que, além de utilizarem produtos nocivos à saúde, utilizam uma quantidade muito elevada de água e energia.
No processo de recycling, por exemplo, as garrafas de plástico ou as latas de alumínio, passam por um processo industrial de recuperação (que incluem lavagens e aplicação de químicos), cujas matérias-primas são utilizadas na produção de garrafas e latas novas.
Já no downcycling são misturados diferentes materiais (plástico, alumínio, etc.) com qualidades, texturas e cores diferentes, resultando num produto híbrido e com qualidade baixa. Neste processo, por exemplo, vários tipos de plásticos são misturados entre si, que se transformam, após a aplicação de produtos químicos, em pequenos pedaços de plástico que, geralmente, são utilizados para outros fins, como aplicações de madeira plástica. Na verdade, quando nos referimos aos processos de reciclagem, estamos muitas vezes a falar de downcycling.
“O processo upcycling compreende a percepção de valor em todos os produtos potencialmente descartáveis, de forma a minimizar possíveis impactos negativos ao meio ambiente, por não utilizar energia e produtos químicos como acontece no Downcycling. O material, uma embalagem de biscoito, por exemplo, poderia ser descartada no meio ambiente, sem passar por processos físicos e químicos, podem-se transformar em guarda-chuvas, bolsas e diversos outros produtos de valor. Para tanto, observa-se a necessidade de criatividade agregada ao processo e, principalmente, de tecnologia que configure um processo inovativo.” (MOREIRA et al., 2017).
Exemplos de Upcycling
Felizmente, o movimento do upcycling vêm ganhado um maior destaque na nossa sociedade. O crescimento na utilização do processo de upcycling deve-se, em grande parte, à sua atual aceitação comercial e os custos reduzidos de materiais reutilizados.
E como prova disso, temos muitos exemplos de práticas de upcycling na indústria, na moda, na arte, na decoração e na arquitetura, que podem servir de inspiração para a sua empresa.
Para o brasileiro Christian Ullmann, um dos fundadores do movimento Lixo Invisível:
“O upcycling propõe sim reciclar, porém, aumentando o valor criando novas peças ‘surpreendentes’ para fazer assim um melhor uso de toda a riqueza natural, do próprio material utilizado, da energia usada para a fabricação deste produto/material e especialmente do tempo que foi necessário”.
Upcycling na Moda
A indústria da moda é segunda mais poluente do mundo e tem gerado problemas muito graves não só para o meio-ambiente, mas para os seres humanos.1/4 dos componentes químicos produzidos destinam-se a este sector e a maioria é prejudicial para a nossa saúde.
A queda dos preços das peças de roupas está associado ao movimento do Fast Fashion, onde houve uma considerável redução na qualidade e durabilidade dos produtos, e aumento da exploração humana, sobretudo em países menos desenvolvidos.
Com isso, é de se esperar que a extração de recursos naturais tem sido demasiado acelerada para suprir essa demanda. Segundo a página da Circular Wear, são precisos mais de 2600 litros para produzir uma t-shirt e as roupas podem demorar mais de 40 anos para se decomporem.
Criada pela designer Alexandra Hartmann, na imagem a modelo utiliza uma camisola feita com cortinas de hotel
A cada segundo, o equivalente a um camião de lixo com produtos têxteis é incinerado ou descartado em aterros sanitários.
Todos os anos perdem-se mais de 500 mil milhões de dólares em valor devido às roupas pouco utilizadas e que são raramente recicladas.
Diante destes dados assustadores, fica claro que as empresas do sector precisam urgentemente repensar as suas ações, tornando-as mais circulares e sustentáveis, permitindo assim, gerar valor para a sociedade bem como reduzir a pressão exercida sobre os recursos naturais.
Upcycling na Indústria
Segundo Christian Ullmann, Coordenador de Projetos CR+IED Brasil e um dos fundadores do Movimento Lixo Invisível:
“Todos os materiais e produtos podem ser ‘reaproveitados’. Esta é uma prática antiga – todas e todos já escutaram falar de um ferro velho, uma colcha de retalhos ou o ato de passar o berço para o novo irmão ou prima que está chegando – esta prática sempre existiu no sector industrial e até na própria casa”.
Muitos sectores industriais (têxtil, alimentos, bebidas, automobilística, etc.) geram subprodutos nos seus processos industriais e que podem ser reutilizados para criar novos produtos que irão gerar valor para as sociedades. No entanto, na realidade isso raramente acontece, o que resulta no aumento da poluição, principalmente, gerada pelos resíduos que são descartados indevidamente na natureza.
Esse ciclo contínuo de extração-produção-descarte, que foca no modelo linear, é extremamente nocivo para o meio ambiente e a sociedade. Por este motivo, cada vez mais, encontramos indústrias que conseguem visualizar o poder de reaproveitar estes subprodutos, seja para criar produtos novos, ou para comercializar estes insumos com outros mercados, aumentando a sua lucratividade.
Mesa e bancos de bar produzidos com rodas de bicicletas pela empresa estadunidense Bike Furniture
Na perspetiva do upcycling, restos de materiais, por exemplo, que sobram da indústria de tecidos, pode ser reaproveitada para criar outros itens, como revestimento de sofás, tapetes, etc. Além disso, na indústria de automóveis, as peças que apresentam algum defeito podem ser reaproveitadas para criar outros equipamentos, móveis e objetos, ou mesmo serem utilizadas na decoração de um ambiente. O mais importante aqui é ter esta visão mais sustentável, ecológica e holística, que contemple a circularidade.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2023/11/up-733x445-1.jpg445733Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2023-11-16 10:15:522023-11-16 10:15:52O que é Upcycling: importância e vantagens
O estudo também aponta que os cientistas já detectaram grandes quantidades de microplásticos em humanos e animais.
A produção de plástico já se tornou grande problema para o mundo, não é à toa que existem diversos animais que correm risco de serem extintos por conta da alta quantidade de microplásticos nos oceanos. Contudo, parece que esse material tóxico não está apenas nas águas dos mares; um novo estudo realizado pela Universidade Waseda, no Japão, afirma ter detectado a presença de microplástico nas águas das nuvens japonesas.
De acordo com o artigo Environmental Chemistry Letters, os pesquisadores coletaram as amostras em nuvens de regiões montanhosas e de alta altitude no Japão; especificamente, no cume do Monte Fuji. Após uma análise minuciosa, eles confirmaram a presença de microplásticos nas nuvens, provavelmente, microplásticos transportados pelo ar (AMPs) por meio de aerossolização.
Além disso, o estudo também aponta que os cientistas já detectaram grandes quantidades de microplásticos em humanos e animais, até em órgãos como pulmão, coração, sangue e placenta. A descoberta foi realizada por meio do uso de técnicas avançadas de imagem, incluindo imagens por “reflexão total atenuada e a espectroscopia infravermelha por transformada de Fourier microscópica (µFTIR ATR imaging)”.
“Microplásticos na troposfera livre são transportados e contribuem para a poluição global. Se a questão da ‘poluição do ar por plástico’ não for abordada de forma proativa, as mudanças climáticas e os riscos ecológicos podem se tornar uma realidade, causando danos ambientais irreversíveis e graves no futuro”, explica o líder do estudo e professor da Universidade de Waseda, Hiroshi Okochi.
Microplásticos nas nuvens
Ao todo, os pesquisadores encontraram nove tipos diferentes de polímeros plásticos e um tipo de borracha que foram transportados pelas nuvens pelo ar. As descobertas também confirmam que os AMPs podem desempenhar um papel fundamental na formação de nuvens, ou seja, um fenômeno que pode acabar afetando o clima em algum momento.
O artigo explica que a acumulação de AMPs pode afetar principalmente as regiões polares da Terra e, assim, causar alterações significativas na biodiversidade do planeta. No geral, eles encontraram concentrações que variavam de 6,7 a 13,9 peças de microplásticos por litro de água; incluindo polietileno, polipropileno, tereftalato de polietileno e poliuretano.
“Os AMPs são degradados muito mais rapidamente na alta atmosfera do que no solo devido à forte radiação ultravioleta, e esta degradação liberta gases com efeito de estufa e contribui para o aquecimento global. Como resultado, as conclusões deste estudo podem ser usadas para explicar os efeitos dos AMPs nas futuras projeções de aquecimento global”, Okochi conclui em comunicado oficial.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2023/10/clouds_microplastics.jpg464800Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2023-10-30 09:38:142023-10-30 09:38:14Microplásticos foram encontrados nas águas das nuvens, diz estudo no Japão