Fundada por Ana Rita Poppi em 2017, a Vegalli destaca-se no mercado brasileiro como uma marca de sapatos sustentáveis que redefine os padrões da indústria calçadista.
Localizada na cidade de Franca (SP), a empresa transforma garrafas PETs e aparas da indústria têxtil em tecidos inovadores para a fabricação de calçados e mochilas.
De acordo com Ana Rita, a Vegalli não busca apenas clientes, mas sim amigos que compartilhem sua visão de mundo.
E essa filosofia é fundamentada em pilares essenciais da marca: a não exploração animal, a ética em todos os sentidos e a preservação ambiental.
A verdade é que a organização adota uma abordagem única em seus processos de criação, priorizando a sustentabilidade desde o início, sem comprometer a qualidade dos produtos.
O compromisso com o “slow fashion” reflete-se em produtos de design simples e minimalista, que atendem os princípios do consumo consciente e sustentável.
Vale destacar que a empresa ostenta o selo Eureciclo e o selo de não crueldade da PEA. Este último garante que os produtos não são testados em animais.
Além disso, a marca mantém uma parceria com a ONG “Cão que Mia” e a cada produto adquirido pelos consumidores, contribui com doações de ração para a causa animal.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2024/01/marca-de-sapatos-sustentaveis-e1625091988396.jpg8591438Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2024-01-15 13:17:352024-01-15 13:17:35MARCA BRASILEIRA TRANSFORMA GARRAFAS PET EM CALÇADOS E MOCHILAS
Reciclagem e escolha de produtos sustentáveis são interesse da maioria das pessoas, aponta pesquisa.
Os brasileiros devem intensificar esforços em prol do meio ambiente em 2024, com 75% dos respondentes de uma pesquisa de opinião afirmando que vão privilegiar o consumo de marcas comprometidas com a sustentabilidade no período. O levantamento, elaborado pelo VTrends, núcleo de pesquisa da operadora Vivo , aponta as ações que população espera desempenhar neste ano.
Atrás da escolha por marcas ambientalmente corretas, três iniciativas de reciclagem aparecem empatadas em segundo lugar, com cerca de 65% das respostas: separar o lixo orgânico do reciclável, a reutilização de produtos e a reciclagem de lixo eletrônico, como pilhas e aparelhos eletrônicos.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2024/01/A-importancia-dos-habitos-sustentaveis-no-dia-a-dia-e1527700802389.jpg488731Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2024-01-08 10:18:332024-01-08 10:18:33Hábitos sustentáveis estão entre as metas dos brasileiros para 2024
Há cada vez mais adeptos do upcycling, no entanto, ainda existem muitas dúvidas sobre o significado concreto deste conceito.
O termo upcycling, que em português significa “reutilização para cima”, vai de encontro com a proposta do modelo da economia circular, cuja ambição é tornar o “lixo” um conceito do passado, propondo a procura de soluções que mantenham os recursos a circular na economia até ao limite da sua capacidade.
Este termo foi popularizado, em grande parte, pela sua utilização no livro publicado em 2002 “Cradle to Cradle: Remaking the Way We Make Things” (em português, “Do Berço ao Berço: Refazendo a maneira como fazemos as coisas”) dos autores William McDonough e Michael Braungart.
Esta obra é um verdadeiro marco, pois apresenta uma visão inovadora de como idealizarmos e desenvolvermos os produtos de uma forma ecológica, segura e sustentável, que perpetue a utilização dos recursos. Em 2013, os criadores do C2C foram mais a fundo neste tema, com a publicação do livro “The Upcycle: Beyond Sustainability – Designing for Abundance”.
Segundo estes autores, o objetivo central do upcycling é evitar que os materiais em bom estado sejam descartados, para assim, prolongar a vida útil destes materiais que são vistos como lixo ou desperdício, dando-lhes uma nova vida. Eles afirmam que esta metodologia reduz a extração de matérias-primas virgens da natureza, além de diminuir a poluição e o consumo de energia e de água necessários para a produção de novos produtos.
Exemplo de upcycling: antigo telefone que se transformou numa luminária. Foto de Johnny Briggs (Fonte: Unsplash)
A importância e as vantagens do Upcycling
O upcycling não é somente uma tendência, é uma atitude que todos nós precisamos ter perante o nosso mundo. Utilizar técnicas de upcycling traz muitos benefícios para as pessoas, para o nosso planeta e para as organizações, visto que:
Fomenta um consumo mais consciente e uma responsabilidade ambiental;
Reduz o consumo excessivo e o desperdício;
Diminui a poluição do nosso planeta;
Minimiza a quantidade de resíduos gerados;
Reduz a necessidade de consumir novas matérias-primas;
Abranda a extração desenfreada de recursos virgens da natureza;
Modera o uso de água e de energia;
Reduz a emissão de gases do efeito estufa;
Prolonga a vida útil dos materiais que já se encontram a circular na economia;
Potencia a circularidade dos produtos no seu fim de vida.
Upcycling, Downcycling e Recycling: qual a diferença?
O Upcycling, Downcycling e o Recycling são três conceitos que estão relacionados com o reaproveitamento e a transformações de materiais, no entanto, o processo e os produtos gerados em cada um deles são diferentes.
Upcycling significa, como dito anteriormente, “utilização para cima”, onde os produtos gerados geralmente apresentam funções diferentes do produto original e qualidade igual ou superior.
Downcycling, por sua vez, é a “utilização para baixo”, cujos materiais passam por um processo de transformação, gerando produtos com funções diferentes do produto original e com uma qualidade inferior.
Recycling, significa “reciclagem”, onde os materiais passam por um processo de recuperação industrial, dando origem a produtos com funções, qualidade e valor iguais ao produto original.
Note que, comparativamente, o processo de upcycling é “limpo”, pois não utiliza químicos na transformação dos materiais, como acontece nos processos de downcycling e o recycling que, além de utilizarem produtos nocivos à saúde, utilizam uma quantidade muito elevada de água e energia.
No processo de recycling, por exemplo, as garrafas de plástico ou as latas de alumínio, passam por um processo industrial de recuperação (que incluem lavagens e aplicação de químicos), cujas matérias-primas são utilizadas na produção de garrafas e latas novas.
Já no downcycling são misturados diferentes materiais (plástico, alumínio, etc.) com qualidades, texturas e cores diferentes, resultando num produto híbrido e com qualidade baixa. Neste processo, por exemplo, vários tipos de plásticos são misturados entre si, que se transformam, após a aplicação de produtos químicos, em pequenos pedaços de plástico que, geralmente, são utilizados para outros fins, como aplicações de madeira plástica. Na verdade, quando nos referimos aos processos de reciclagem, estamos muitas vezes a falar de downcycling.
“O processo upcycling compreende a percepção de valor em todos os produtos potencialmente descartáveis, de forma a minimizar possíveis impactos negativos ao meio ambiente, por não utilizar energia e produtos químicos como acontece no Downcycling. O material, uma embalagem de biscoito, por exemplo, poderia ser descartada no meio ambiente, sem passar por processos físicos e químicos, podem-se transformar em guarda-chuvas, bolsas e diversos outros produtos de valor. Para tanto, observa-se a necessidade de criatividade agregada ao processo e, principalmente, de tecnologia que configure um processo inovativo.” (MOREIRA et al., 2017).
Exemplos de Upcycling
Felizmente, o movimento do upcycling vêm ganhado um maior destaque na nossa sociedade. O crescimento na utilização do processo de upcycling deve-se, em grande parte, à sua atual aceitação comercial e os custos reduzidos de materiais reutilizados.
E como prova disso, temos muitos exemplos de práticas de upcycling na indústria, na moda, na arte, na decoração e na arquitetura, que podem servir de inspiração para a sua empresa.
Para o brasileiro Christian Ullmann, um dos fundadores do movimento Lixo Invisível:
“O upcycling propõe sim reciclar, porém, aumentando o valor criando novas peças ‘surpreendentes’ para fazer assim um melhor uso de toda a riqueza natural, do próprio material utilizado, da energia usada para a fabricação deste produto/material e especialmente do tempo que foi necessário”.
Upcycling na Moda
A indústria da moda é segunda mais poluente do mundo e tem gerado problemas muito graves não só para o meio-ambiente, mas para os seres humanos.1/4 dos componentes químicos produzidos destinam-se a este sector e a maioria é prejudicial para a nossa saúde.
A queda dos preços das peças de roupas está associado ao movimento do Fast Fashion, onde houve uma considerável redução na qualidade e durabilidade dos produtos, e aumento da exploração humana, sobretudo em países menos desenvolvidos.
Com isso, é de se esperar que a extração de recursos naturais tem sido demasiado acelerada para suprir essa demanda. Segundo a página da Circular Wear, são precisos mais de 2600 litros para produzir uma t-shirt e as roupas podem demorar mais de 40 anos para se decomporem.
Criada pela designer Alexandra Hartmann, na imagem a modelo utiliza uma camisola feita com cortinas de hotel
A cada segundo, o equivalente a um camião de lixo com produtos têxteis é incinerado ou descartado em aterros sanitários.
Todos os anos perdem-se mais de 500 mil milhões de dólares em valor devido às roupas pouco utilizadas e que são raramente recicladas.
Diante destes dados assustadores, fica claro que as empresas do sector precisam urgentemente repensar as suas ações, tornando-as mais circulares e sustentáveis, permitindo assim, gerar valor para a sociedade bem como reduzir a pressão exercida sobre os recursos naturais.
Upcycling na Indústria
Segundo Christian Ullmann, Coordenador de Projetos CR+IED Brasil e um dos fundadores do Movimento Lixo Invisível:
“Todos os materiais e produtos podem ser ‘reaproveitados’. Esta é uma prática antiga – todas e todos já escutaram falar de um ferro velho, uma colcha de retalhos ou o ato de passar o berço para o novo irmão ou prima que está chegando – esta prática sempre existiu no sector industrial e até na própria casa”.
Muitos sectores industriais (têxtil, alimentos, bebidas, automobilística, etc.) geram subprodutos nos seus processos industriais e que podem ser reutilizados para criar novos produtos que irão gerar valor para as sociedades. No entanto, na realidade isso raramente acontece, o que resulta no aumento da poluição, principalmente, gerada pelos resíduos que são descartados indevidamente na natureza.
Esse ciclo contínuo de extração-produção-descarte, que foca no modelo linear, é extremamente nocivo para o meio ambiente e a sociedade. Por este motivo, cada vez mais, encontramos indústrias que conseguem visualizar o poder de reaproveitar estes subprodutos, seja para criar produtos novos, ou para comercializar estes insumos com outros mercados, aumentando a sua lucratividade.
Mesa e bancos de bar produzidos com rodas de bicicletas pela empresa estadunidense Bike Furniture
Na perspetiva do upcycling, restos de materiais, por exemplo, que sobram da indústria de tecidos, pode ser reaproveitada para criar outros itens, como revestimento de sofás, tapetes, etc. Além disso, na indústria de automóveis, as peças que apresentam algum defeito podem ser reaproveitadas para criar outros equipamentos, móveis e objetos, ou mesmo serem utilizadas na decoração de um ambiente. O mais importante aqui é ter esta visão mais sustentável, ecológica e holística, que contemple a circularidade.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2023/11/up-733x445-1.jpg445733Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2023-11-16 10:15:522023-11-16 10:15:52O que é Upcycling: importância e vantagens
O estudo também aponta que os cientistas já detectaram grandes quantidades de microplásticos em humanos e animais.
A produção de plástico já se tornou grande problema para o mundo, não é à toa que existem diversos animais que correm risco de serem extintos por conta da alta quantidade de microplásticos nos oceanos. Contudo, parece que esse material tóxico não está apenas nas águas dos mares; um novo estudo realizado pela Universidade Waseda, no Japão, afirma ter detectado a presença de microplástico nas águas das nuvens japonesas.
De acordo com o artigo Environmental Chemistry Letters, os pesquisadores coletaram as amostras em nuvens de regiões montanhosas e de alta altitude no Japão; especificamente, no cume do Monte Fuji. Após uma análise minuciosa, eles confirmaram a presença de microplásticos nas nuvens, provavelmente, microplásticos transportados pelo ar (AMPs) por meio de aerossolização.
Além disso, o estudo também aponta que os cientistas já detectaram grandes quantidades de microplásticos em humanos e animais, até em órgãos como pulmão, coração, sangue e placenta. A descoberta foi realizada por meio do uso de técnicas avançadas de imagem, incluindo imagens por “reflexão total atenuada e a espectroscopia infravermelha por transformada de Fourier microscópica (µFTIR ATR imaging)”.
“Microplásticos na troposfera livre são transportados e contribuem para a poluição global. Se a questão da ‘poluição do ar por plástico’ não for abordada de forma proativa, as mudanças climáticas e os riscos ecológicos podem se tornar uma realidade, causando danos ambientais irreversíveis e graves no futuro”, explica o líder do estudo e professor da Universidade de Waseda, Hiroshi Okochi.
Microplásticos nas nuvens
Ao todo, os pesquisadores encontraram nove tipos diferentes de polímeros plásticos e um tipo de borracha que foram transportados pelas nuvens pelo ar. As descobertas também confirmam que os AMPs podem desempenhar um papel fundamental na formação de nuvens, ou seja, um fenômeno que pode acabar afetando o clima em algum momento.
O artigo explica que a acumulação de AMPs pode afetar principalmente as regiões polares da Terra e, assim, causar alterações significativas na biodiversidade do planeta. No geral, eles encontraram concentrações que variavam de 6,7 a 13,9 peças de microplásticos por litro de água; incluindo polietileno, polipropileno, tereftalato de polietileno e poliuretano.
“Os AMPs são degradados muito mais rapidamente na alta atmosfera do que no solo devido à forte radiação ultravioleta, e esta degradação liberta gases com efeito de estufa e contribui para o aquecimento global. Como resultado, as conclusões deste estudo podem ser usadas para explicar os efeitos dos AMPs nas futuras projeções de aquecimento global”, Okochi conclui em comunicado oficial.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2023/10/clouds_microplastics.jpg464800Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2023-10-30 09:38:142023-10-30 09:38:14Microplásticos foram encontrados nas águas das nuvens, diz estudo no Japão
Maior parte dos brasileiros espera que empresas adotem práticas ESG, afirma pesquisa; veja como fugir do greenwashing e melhorar a credibilidade com ações sustentáveis.
Não é exagero dizer que o ESG se tornou uma febre no mundo dos negócios. Tanto é que o número de empresas comprometidas com práticas ambientais, sociais e de governança só cresceu nos últimos anos – estudos apontam que essa agenda já é prioridade para 95% das empresas.
E as vantagens dessa escolha vão além de colaborar com a construção de um mundo mais ético e justo. Essas companhias têm a chance de melhorar sua reputação e aumentar a credibilidade diante de parceiros estratégicos, como os consumidores, funcionários e investidores.
Para ter ideia, segundo a empresa de consultoria EY, 99% dos investidores utilizam divulgações ESG para decidir se investem ou não em uma empresa . Isso significa que organizações com diretrizes ESG têm mais chances de receber investimentos financeiros.
Além disso, implementar políticas ESG é uma forma de atender a uma demanda do mercado brasileiro. Uma pesquisa realizada pela consultoria Walk The Talk concluiu que 94% dos brasileiros esperam que empresas adotem práticas ESG . Segundo o levantamento, brasileiros acreditam que essa é uma obrigação das companhias.
Portanto, não dá para negar que o ESG é uma excelente forma de agregar valor aos negócios, o que pode levar a um aumento da confiança dos stakeholders. Mas é preciso atenção: afirmar ser sustentável sem de fato ser pode ter o efeito contrário.
Cuidado com o Greenwashing
Greenwashing é um termo em inglês para “lavagem verde”. A expressão costuma ser atribuída às empresas que fazem divulgações falsas sobre sustentabilidade: afirmam que seus produtos são sustentáveis, mesmo não sendo.
E isso pode acontecer de várias formas. Ocultar dados, usar informações inverídicas e afirmar ações sem comprová-las são alguns exemplos de greenwashing.
Nesse caso, ao invés de agregar valor e trazer mais credibilidade, essas práticas podem prejudicar a imagem da empresa no mercado. Por isso, é fundamental evitar o greenwashing e estar sempre atento com relação às práticas internas da organização.
Fuja do greenwashing: este conteúdo gratuito ensina a aplicar o ESG verdadeiramente no seu negócio!
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2023/10/a69d44b4fcb35d814f384849b0984947.jpg553911Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2023-10-27 15:25:472023-10-27 15:28:17Como trazer valor para a sua marca? Isto é o que 94% dos brasileiros esperam das empresas
Um estudo famoso publicado na revista Science mostrou que, até 2015, cerca de 6,3 bilhões de toneladas de polímeros plásticos haviam sido produzidos e descartados ao longo da história humana. Destes, apenas 9% foram reciclados e 12%, incinerados. Os 79% restantes foram acumulados em aterros sanitários ou em ambientes continentais, dos quais aproximadamente 10% alcançaram ambientes marinhos ou costeiros.
Os dados são de oito anos atrás. E, embora alguns países tenham anunciado políticas de “plástico zero”, a situação está certamente muito pior agora, por efeito cumulativo, uma vez que a produção anual é de 400 milhões de toneladas. Em consequência, a contaminação por microplásticos tornou-se, depois da crise climática, um dos maiores problemas ambientais do planeta. Há microplásticos em todos os lugares: na terra, no mar e no ar. Como afirma o pesquisador Ítalo Castro, professor do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (IMar-Unifesp), “a gente só não encontra microplásticos onde não procura”. No corpo humano, eles já foram detectados no sangue, nos pulmões, no coração e na placenta.
O agravante é que aquilo que deveria ser uma solução muitas vezes constitui um problema a mais. É o que mostra uma investigação coordenada por Castro.
Pesquisadores do Instituto do Mar visitaram 40 supermercados do Brasil e analisaram os produtos supostamente feitos com plásticos biodegradáveis expostos à venda. Os estabelecimentos foram escolhidos entre grandes redes que atuam nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. E um total de 49 produtos diferentes, incluindo sacolas, copos, pratos, talheres e outros utensílios de cozinha, foram encontrados. Esses itens eram, em média, 125% mais caros do que similares feitos de plásticos convencionais. A grande surpresa foi verificar que nenhum deles, mesmo os de grandes marcas, atendia aos requisitos mínimos para serem considerados de fato biodegradáveis.
O estudo teve como primeira autora a doutoranda Beatriz Barbosa Moreno, bolsista da FAPESP sob a orientação de Castro. Os resultados foram publicados no periódico Sustainable Production and Consumption.
“Para ser considerado biodegradável, um produto, quando descartado no meio ambiente, deve-se converter em água [H2O], gás carbônico [CO2], metano [CH4] e biomassa em um intervalo de tempo relativamente curto. Não há consenso sobre que intervalo de tempo é esse. Mas a ideia geral é que varie de algumas semanas a um ano. Nenhum dos 49 itens que investigamos atendeu a esse requisito”, diz Castro.
Segundo o pesquisador, mais de 90% deles eram feitos com uma classe de materiais que se convencionou chamar de oxodegradáveis. Apesar do nome, esses materiais não sofrem degradação em condições ambientais normais. São polímeros de origem fóssil aditivados com sais metálicos. Os sais aceleram o processo de oxidação e fragmentação. Mas os fragmentos podem permanecer por décadas na natureza. Além de não contribuir para a degradação, a fragmentação acelera a formação de microplásticos.
“Os plásticos oxodegradáveis já foram proibidos em vários locais do mundo, incluindo a União Europeia. Na maioria dos casos, as proibições ocorreram pela falta de evidências de biodegradabilidade em ambientes reais, associada ao risco de formação de microplásticos”, informa Castro.
Regulação
Como os plásticos oxodegradáveis ainda não são proibidos no Brasil, sua venda não constitui crime. No entanto, além da denominação capciosa, os consumidores são enganados pela alegação de muitas empresas de que seus produtos foram aprovados por normas técnicas e testes de biodegradabilidade, como ASTM D6954-4 ou SPCR 141. “Essas normas fornecem apenas um guia para comparar taxas de degradação e alterações de propriedades físicas sob condições controladas de laboratório, não avaliando as etapas finais da degradação. Aliás, nas páginas web das próprias normas, há advertências para que não sejam usadas em certificações de biodegradabilidade de produtos plásticos comerciais”, argumenta Castro.
O pesquisador ressalta que a comercialização de um produto que não entrega o prometido, do ponto de vista ambiental, pode ser enquadrada como prática de greenwashing, termo em inglês que indica falsas alegações ambientais em produtos comerciais.
“Quando um produto reconhecidamente prejudicial para o meio ambiente passa a ser maciçamente usado, é necessário que ações de Estado sejam implementadas. Nesse sentido, tramita no Senado projeto de lei 2524/2022 que, entre outras providências, veda o uso de aditivos oxidegradantes ou pró-oxidantes em resinas termoplásticas, assim como a fabricação, a importação e a comercialização de quaisquer embalagens e produtos feitos de plásticos oxidegradáveis”, informa Castro.
Caso aprovado no seu formato atual, diz o pesquisador, o PL 2524/2022 poderá contribuir para a transição do Brasil rumo a uma economia circular do plástico. “Essa transição é uma necessidade urgente”, enfatiza Castro. E prossegue: “O Instituto do Mar está localizado em Santos, no litoral paulista. Em Santos, detectamos microplásticos acumulados em ostras [Crassostrea brasiliana] e mexilhões [Perna perna]. Esses animais são filtradores da água do mar. Por isso, considerados o padrão-ouro para avaliação das condições do ambiente em que se encontram. Os valores que detectamos estão entre os maiores do mundo quando comparados a outros 40 estudos semelhantes”, conta (leia mais em: agencia.fapesp.br/41673).
Procurado pela reportagem, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) afirmou em nota que apoia o PL 2524/22, mas com algumas alterações. “O ministério é favorável à proibição de aditivos oxidegradantes/pró-oxidantes, baseando-se em estudos que comprovam a geração de microplásticos na fragmentação de plásticos com tais aditivos – o que causa dano ambiental, particularmente para ambientes marítimos”, sublinhou o texto.
Já a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) informou, também em nota, ser favorável à proibição da utilização do aditivo oxidegradável em produtos plásticos. Contudo, a entidade se coloca contrária ao PL 2524/2022, que, em sua avaliação, “confunde economia circular com banimento de produtos plásticos, direcionando o objeto da lei apenas a um único material”. O texto diz ainda que “a economia circular implica uma mudança sistêmica, portanto, exige uma abordagem macro, envolvendo todos os setores da indústria. Enquanto isso, outro PL, o 1874/2022 [que institui a Política Nacional de Economia Circular], traz disposições importantes, como a gestão estratégica dos recursos, a promoção de novos modelos de negócio, os investimentos em atividades de pesquisa e inovação e o apoio à transição para o uso de tecnologias de baixo carbono por meio da criação de condições atrativas para investimento público e privado, entre outros aspectos”.
“A Abiplast acredita no debate sério e preciso, com informações científicas, para que se possa promover um diálogo propositivo sobre a correta utilização do plástico e todos os benefícios que o material trouxe e traz para a sociedade. O setor plástico tem sido protagonista em ações para promover a economia circular do material, investindo em tecnologia, sustentabilidade e inovação”, afirmou a entidade.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2023/10/44949.jpg425640Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2023-10-05 09:32:562024-04-29 11:02:50Produtos feitos de falso plástico biodegradável são vendidos em supermercados do país
Talvez o conceito mais importante da nossa PNRS e, certamente, o menos aplicado é esse: A RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA.
A responsabilidade compartilhada define que todos envolvidos no processo (empresas, produtores, importadores, consumidores, entre outros) são responsáveis por tomar ações individualizadas em relação ao ciclo de vida dos produtos comercializados e utilizados. No entanto sabemos que quando trata-se de resíduo, a conta, atualmente está apenas com as marcas (que pelas normativas estaduais são aquelas responsáveis por cumprir com os 22% mínimos em massa para comprovação da logística reversa).
A conta fecha? Claramente não! Enquanto a sociedade não entender que resíduos = custo, vamos sempre continuar com a visão distorcida de que os recicláveis geram rendas, riquezas e que, na verdade, deveriam pagar para você destinar o resíduo.
O resultado disso é bem simples: a reciclagem dos resíduos pós consumo é um mercado informal tomado por pessoas (catadores) a margem de direitos básicos mínimos. Devido a informalidade, o investimento dificilmente chega na ponta e o resultado são resultados práticos pífios (indicator oficial relata que menos de 5% de fato é reciclado no Brasil) e impactos gigantes em nosso ecossistema.
Mas e a política? Os governantes tentam, na caneta, resolver o problema, mas o mesmo só será resolvido com uma mudança de atitude, de cultura. O que não faltam são leis que não são aplicadas por falta de decretos (ou interesse) e, para dificultar ainda mais, um arcabouço fiscal que vai na contramão da promoção da reciclagem.
Ou seja, em poucas palavras dá para perceber que responsabilidade compartilhada mesmo, não temos nada! Mas se todas as empresas que conheço (ou grande parte delas) falam que estão fazendo sua parte, onde está o problema? Fique atento para o quarto capítulo onde abordaremos o Greenwashing e suas variantes!
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2023/09/34680400753_7ea1ef2b2b_k.jpg13672048Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2023-09-28 12:37:482023-09-28 12:37:48TEM MUITO DINHEIRO SENDO ATERRADO, MAS SEU LIXO NÃO VALE OURO! CAPÍTULO 3: A RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA? MAS EM QUÊ?
Iniciativa busca estimular a produção e o uso desse tipo de combustível, especialmente o etanol
Durante a Cúpula do G20, Brasil, Índia e Estados Unidos lançaram a Aliança Global de Biocombustíveis. O presidente Lula (PT) participou da cerimônia junto de outros chefes de Estado.
A iniciativa busca estimular a produção e o uso desse tipo de combustível — especialmente o etanol — e surge em meio ao programa nacional indiano de biocombustíveis, que inclui a adoção de 20% de mistura de etanol na gasolina à fabricação de automóveis de categoria flex, além do desenvolvimento e produção de biocombustíveis de segunda geração.
Segundo o governo federal, o Brasil e a Índia trabalharam juntos para o desenvolvimento da política, em nível governamental, acadêmico, tecnológico e empresarial.
A analista de economia da CNN Débora Oliveira avalia que a medida é positiva e que aumenta ainda mais a vantagem competitiva do Brasil.
Em 2022, o país conseguiu ultrapassar os EUA na produção de milho — commodity que tem forte potencial de produção de etanol.
Na análise de Débora, o aumento se deve a vários fatores, como a falta terreno para plantio no solo americano e o dólar mais forte, por exemplo. Além disso, o fato do Brasil ser o único país do mundo capaz de produzir três safras de milho no ano.
A analista afirma que isso aumenta a vantagem do Brasil em relação aos EUA no que diz respeito ao etanol à base do milho, que hoje corresponde a apenas 15% da produção total do combustível.
O presidente Lula se pronunciou sobre o tema na madrugada desta segunda-feira, durante um pronunciamento ao vivo.
“Continuamos aperfeiçoando a produção de etanol. O Brasil é um país que tem uma competência extraordinária, um domínio único dos biocombustíveis e achamos que essa iniciativa Modi, Biden, Lula e Argentina é muito importante para o nosso futuro”, explicou.
“Finalmente o mundo está se dando conta que os biocombustíveis podem resolver o grande problema que é a emissão de gases do efeito estufa pelo derivado de petróleo”, disse.
Dados da Agência Internacional de Energia (AIE) revelam que a produção global de biocombustíveis sustentáveis precisa triplicar até 2030 para que o mundo possa alcançar emissões líquidas zero até 2050.
Os biocombustíveis líquidos forneceram mais de 4% do total de energia para os transportes em 2022, e especialistas acreditam num potencial crescimento.
De acordo com o governo federal, o uso de biocombustíveis na aviação e na navegação aumentará o consumo mundial e a necessidade de ampliação do número de fornecedores.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2023/09/6755357e-c1dc-4e52-9567-604824ef05f7-1-740x395-1.png395740Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2023-09-19 11:03:252023-09-19 11:03:25Brasil, Índia e Estados Unidos lançam aliança de biocombustíveis
Principais responsáveis pela polinização das culturas alimentícias, as abelhas agora estão no centro das estratégias conservacionistas na Amazônia
Quando falamos em abelhas, logo pensamos em mel. No entanto, o que poucos sabem é que mais do que produzir esse alimento delicioso, as abelhas têm uma função muito mais nobre na natureza: a polinização de culturas alimentícias e de espécies nativas nos quatro cantos do planeta.
Cerca de 85% das lavouras cultivadas hoje pelo homem dependem da polinização externa realizada pelas abelhas, sejam elas melíferas, aquelas que vivem em colmeias, ou espécies selvagens, de hábitos solitários.
Somente no Brasil, estima-se que o serviço de polinização realizado pelas abelhas agregue nada menos do que R$ 43 bilhões por ano à agricultura, de acordo com o Relatório Temático sobre Polinização, Polinizadores e Produção de Alimentos no Brasil, divulgado em 2018.
E é justamente por isso que o declínio das populações de abelhas em todo o mundo tem gerado tanta preocupação. Causada por um conjunto de fatores, o principal deles as mudanças climáticas, a mortandade vem ligando o sinal de alerta para o problema e colocando as abelhas no centro das estratégias conservacionistas.
“A polinização é importante porque ela influencia no aumento da produção de alimentos. Cerca de 30% do valor econômico das culturas pode ser atribuído à polinização”, afirma Vera Fonseca, professora Titular de Ecologia no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, que estuda há décadas o tema.
De acordo com a especialista, a polinização agrega um valor superior a US$ 275 bilhões ao ano à agricultura em todo o mundo, montante infinitamente maior do que o mercado global de mel, estimado em US$ 2 bilhões. “O valor da polinização ainda não está tão claro para a maioria das pessoas.”
Na Amazônia
Fundamentais para a agricultura em todo o mundo, as abelhas são especialmente importantes no Brasil, onde, além do serviço de polinização, ainda contribuem para o desenvolvimento social e o avanço da bioeconomia, gerando renda aos pequenos produtores e estimulando a preservação do meio ambiente.
Na Amazônia, por exemplo, culturas economicamente importantes como o açaí, o guaraná, o cupuaçu e o cacau têm se beneficiado da presença cada vez maior das abelhas melíferas, criadas por pequenos apicultores e que reforçam o trabalho antes realizado apenas pelas espécies selvagens.
Trata-se de uma relação ganha-ganha: se por um lado as abelhas contribuem para o aumento da produtividade dos frutos, por outro, a biodiversidade disponível possibilita a produção de um mel multifloral de alta qualidade, valorizado no mercado, e que contribui para o aumento da renda dos produtores locais.
“Em algumas áreas de açaí, a presença das abelhas dobrou a produção, com frutos de melhor qualidade”, afirma Luiz Pereira Rodrigues, presidente da Associação de Produtores de Mel de Canaã dos Carajás, organização que conta atualmente com 30 apicultores filiados e produz cerca de 15 toneladas de mel por ano.
Rodrigues explica que atualmente a polinização também é realizada em áreas de reflorestamento, o que tem acelerado a recuperação de áreas degradadas e contribuído para o aumento da produção de mel fora da época de florada das frutíferas. “Temos uma produtividade muito acima da média nacional. Hoje produzimos até 50 quilos de mel por colmeia, mas a nossa meta é chegar a 70 quilos”, diz.
Fundada em 2006, a Associação de Produtores de Mel de Canaã dos Carajás conta com o apoio da Vale desde a sua concepção, quando a empresa forneceu as primeiras caixas e os equipamentos necessários para o início da produção, além do maquinário para o processamento do mel, até os dias de hoje, fornecendo assistência técnica para a capacitação desses apicultores.
“Temos apoiado fortemente a cadeia do mel, uma atividade que traz benefícios ambientais, sociais e econômicos para a região”, afirma Silvia Cunha, gerente de Relações com as Comunidades da Vale no território de Canaã, destacando os novos investimentos para a ampliação em até 50% da produção em 2021.
“Nosso objetivo é preparar as pessoas para que possam ter autonomia para produzir por conta própria e apoiar o desenvolvimento das cadeias produtivas, para que se tornem realmente sustentáveis”, conclui a executiva da Vale.
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2023/09/fd9a46af3528dfd52c0a4eb66bdbb13f.jpg849564Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2023-09-12 10:25:582023-09-12 10:29:58Como as abelhas ajudam a agregar R$ 43 bilhões por ano à agricultura brasileira
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou no último dia 16 de agosto o Projeto de Lei 1.644/2019, que classifica como infração de natureza grave a conduta de jogar lixo para fora do carro.
O texto modifica o artigo 172 do Código de Trânsito Brasileiro e altera de média para grave a infração de atirar do veículo ou abandonar nas ruas e rodovias objetos ou substâncias.
Se for aprovado, o PL estipula multa de R$ 195,23 e menos cinco pontos na carteira dos motoristas infratores.
Como foi aprovado em caráter terminativo, o texto segue direto para análise da Câmara dos Deputados. Isso, claro, se não houver recurso para votação no Plenário do Senado.
NÃO JOGUE LIXO PELA JANELA DO CARRO
Além do impacto ambiental e da poluição visual nas estradas, muitas delas em áreas de preservação ambiental, você ainda pode causar um acidente ou até mesmo um incêndio, no caso das bitucas de cigarro.
Para piorar, se ninguém recolher ou estiver chovendo, o resíduo pode ser carregado pela água e vai acabar em algum rio ou em alguma praia. Isso sem contar na questão sanitária.
Muitos tipos de resíduos, como as garrafas plásticas, retêm água e se transformam em berçários de doenças como a Dengue, sobretudo no litoral paulista.
Portanto, leve uma sacolinha dentro do carro e um recipiente especial para descartar as bitucas.
Quando der uma parada ou chegar ao destino, você coloca o saquinho numa lixeira, com os resíduos devidamente separados em comum e reciclável.
QUAL A MULTA PARA QUEM JOGA LIXO PELA JANELA DO CARRO?
Atualmente, quem for pego jogando lixo pela janela do carro está sujeito à uma multa no valor de R$ 130,16 e ainda perde quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
https://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2023/08/19_nunca_jogue_lixo_pela_janela_do_carro_padrao.jpg448796Camila Ribeirohttps://valorareciclaveis.com.br/wp-content/uploads/2021/04/logo_original_valora-300x86.pngCamila Ribeiro2023-08-31 11:57:002023-08-31 11:57:00COMISSÃO APROVA LEI PARA AUMENTAR MULTA DE QUEM JOGA LIXO DO CARRO