Isopor: saiba do que é feito e se é possível reciclar

Material ainda é muito utilizado em nosso dia a dia, mas ele é reciclável? Entenda como pode ser feito o descarte correto dele 24 nov – 05h00

O é um dos materiais mais presentes no nosso dia a dia como sociedade. Com um pouquinho de esforço, podemos lembrar onde já vimos este material branquinho. Ele pode entrar como algo simples, como recipientes para armazenar comida (as famosas marmitex), ou para itens mais complexos, como preenchimento de lajes, por exemplo. Apesar do uso contínuo, o descarte correto do material ainda é um desafio.

Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra

Embora seja chamado popularmente de isopor, este não é o nome verdadeiro do material. O nome é Segundo a revista da universidade americana de Stanford, o nome “isopor” (em inglês, Styrofoam) é uma marca registrada da Dow Chemical Company. Assim como o nome sugere, ele é feito de poliestireno, um tipo de plástico, e 98% do seu volume é de ar.

A composição parece simples, mas o isopor é bastante resistente e frequentemente usado para proteger objetos frágeis. Todo esse ar é o que dá a sua capacidade térmica. Porém, e depois? O que fazer com o isopor? Dá para reciclar?

Isopor é reciclável?

Muitas pessoas já ouviram que isopor não é reciclável, no entanto, isto é um mito. ou seja, um produto cujo a matéria-prima se decompõe naturalmente, Basta descartá-lo da forma correta.

Como posso descartar?

Diferente do que possa parecer, Para descartá-lo, portanto, basta o consumidor direcioná-lo para a mesma lixeira dos plásticos, o de cor vermelha. O mesmo vale para quem for fazer o descarte em pontos de coleta.

A importância de descartá-lo corretamente

Como mencionado em parágrafos anteriores, o isopor é feito de um tipo de plástico. O ideal é evitar jogá-lo junto com o lixo comum, pois, se for para o lixão, ficará lá por muito tempo. Em outros casos, podem poluir matas, rios e oceanos.

Segundo dados do levantamento Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast), publicado em setembro de 2022, foram reciclados 33,8% do EPS, o que é um número bom se comparado a outros materiais, mas ainda há muito o que avançar.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), em 2023, foram consumidos 1,4 milhão de toneladas de resíduos plásticos na reciclagem, sendo que 984 mil toneladas são oriundas de embalagens. Do total de resíduos consumidos, 47% dizem respeito às embalagens rígidas e 21%, às flexíveis. Esta é a primeira queda registrada na reciclagem de plásticos no Brasil desde 2018.

Fonte: Terra

Entre em contato com a Valora para mais informações! (11) 93372-5032

Vamos desenvolver um projeto juntos!

 

Logística e valor são principais desafios para reciclagem de vidro decolar no Brasil

Material é menos reciclado que papel, plástico e alumínio; iniciativas para mudar situação vão desde acréscimo no pagamento aos catadores à reutilização de garrafas

Cacos de vidro são considerados um insumo importante para a indústria de novos vidros, e é mais barato reciclar do que produzi-lo do zero. Ainda assim, o material é menos reciclado no Brasil do que papel, plástico ou alumínio. A cadeia do vidro sofre com desafios logísticos como a distância dos locais de consumo e coleta para as empresas que reciclam e o baixo preço do material. Empresas e entidades gestoras têm tomado diferentes iniciativas para mudar o panorama, desde reforçar o trabalho junto a cooperativas de catadores à reutilização de recipientes.

Não há certeza sequer sobre quanto do vidro que entra no mercado é reciclado. Os dados oficiais mais recentes do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão de Resíduos Sólidos (Sinir+) do Ministério do Meio Ambiente (MMA) são relativos a 2019 e dão conta que 11% do total de vidro fabricado naquele ano foi reciclado. A Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro) afirma que esse número está defasado, e a entidade gestora CirculaVidro está produzindo um relatório que demonstraria que os números são maiores, mas este ainda não foi finalizado.

As empresas de vidros planos, usados na construção civil e na indústria automobilística, se reúnem em outra associação, a Abravidro, que não faz esse tipo de levantamento. A Associação Nacional dos Catadores (Ancat), em seu atlas da reciclagem , calculou que, em números absolutos, 171.195 toneladas de vidro foram recicladas em 2022 (dado mais recente disponível). A Ancat não respondeu aos questionamentos enviados pelo Estadão até a publicação desta reportagem.

O MMA confirmou ao Estadão o recebimento do relatório da CirculaVidro, que ainda está sob análise. A pasta disse ainda ter ajudado na instalação de Pontos de Entregas de Pequenos Volumes (PEVs) e estabelecimento de metas de percentual mínimo de conteúdo reciclado para o vidro fabricado do zero, além de regulamentar a lei de incentivo à reciclagem.

O vidro pode ser reciclado indefinidamente, e o processo traz benefícios ambientais por gerar uma economia relevante de energia em comparação com a produção a partir do zero e por impedir a retirada de mais areia do meio ambiente. Assim, para as indústrias, ter acesso ao material é vantajoso. Contudo, esse acesso pode não ser simples: o vidro precisa ser separado de impurezas como rótulos e triturado em hubs após ser coletado e levado para cooperativas. Se os hubs não estiverem perto, o custo do transporte pode encarecer e tornar não vantajoso.

Se não houver o acesso, as principais matérias-primas, areia e barrilha, são fáceis de encontrar e baratas. Essa facilidade também mantém o preço do quilo do vidro coletado em torno de R$ 0,30, abaixo de outros como alumínio. Como um material que é mais difícil de transportar por ser pesado e levar risco no manuseio, e que paga pouco, nem sempre é bom para cooperativas e catadores coletá-lo e fazer a primeira triagem.

O trabalho por fortalecer a reciclagem do material passa por diferentes pontos: desde a coleta de informações para fazer gestão e saber que áreas precisam ter mais cooperativas e hubs até incentivar a reutilização de garrafas e outros recipientes quando for possível. Outra medida é buscar um aumento no valor pago aos elos iniciais da cadeia, de forma a gerar um ciclo virtuoso.

A busca por dados confiáveis é considerada a primeira missão da CirculaVidro, entidade gestora de resíduos do setor. A organização surgiu após decreto do governo federal que regulamentou e estabeleceu metas para a reciclagem do material, publicado em dezembro de 2023 e é integrada pela Abravidro, Abrabe (Associação Brasileira de Bebidas) e Sindicerv (Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja), abrangendo 100% dos fabricantes do material. O decreto estabelece metas graduais para o crescimento da reciclagem do vidro como um todo, chegando a 40% do total no País em 2032.

Os dados são importantes para as empresas poderem planejar e tomar decisões em relação à logística reversa. “É para entender onde já há a reciclagem e onde estão os gargalos. Por exemplo, se já existe muito investimento de uma empresa numa região, eventualmente outras companhias podem fazer investimentos em outros locais”, menciona Fábio Ferreira, diretor-executivo da CirculaVidro.

Caroline Morais, gerente de sustentabilidade da Abividro, destaca que esse trabalho de evolução é importante para fazer com que o caco de vidro chegue com uma qualidade mínima e com constância. “É o grande desafio da logística reversa, e passa por frequência da coleta seletiva, qualidade da triagem nas cooperativas. Hoje, a oferta de caco é menor do que a indústria tem capacidade de absorver”, diz.

Visão parecida é citada por Juliana Schunk, CEO da Massfix, empresa que trabalha apenas com reciclagem de vidro há mais de 30 anos. “Os projetos de reciclagem têm um grande potencial de crescimento. Tem grande ociosidade mesmo nos estados em que está presente”, cita. Segundo Schunk, a Massfix pensa em expandir a atuação para mais estados além das seis unidades federativas em que está presente diretamente hoje (SP, GO, ES, MG, DF e SC).

A CEO ainda ressalta que a indústria de reciclagem não tem benefícios fiscais em relação à produção de vidro iniciada do zero, o que classifica como um erro. O MMA disse trabalhar com o Ministério da Fazenda para determinar a desoneração de resíduos recicláveis na regulamentação da reforma tributária e no Plano de Transformação Ecológica.

Estruturação da cadeia

A tentativa de fortalecer os elos da cadeia é vista como fundamental tanto por entidades como a Abividro e a CirculaVidro, e como uma oportunidade por empresas. Outra companhia que atua no setor da reciclagem (embora não só de vidro), a Ambipar tenta nacionalizar a cadeia prestando apoio a cooperativas locais.

A empresa também tem parcerias com a Heineken, para a construção de nove hubs de processamento nos próximos três anos em diferentes estados, e com a startup eureciclo (sic) para a venda de créditos de reciclagem . O sistema funciona de forma semelhante aos créditos de carbono, em que uma empresa compra os créditos como forma de garantir que aquela mesma quantidade de material que colocou no mercado foi reciclada.

Um adicional é gerado e parte é repassada para remunerar cooperativas e catadores. “O valor do vidro é relativamente menor, mas quando acrescentamos, vira uma receita extra, que pode ser investida no galpão, ou distribuída entre os cooperados. Todo incentivo é bem vindo”, explica Caio Trogiani, gerente de operações da eureciclo.

O trabalho da Ambipar e da eureciclo pode ser demonstrado na cooperativa Goiânia Viva. Segundo Ildo Sebastião de Souza, administrador do local, a Ambipar contribuiu com novos equipamentos como uma bomba de água nova e um caminhão seminovo mais adequado, e a eureciclo fez o meio de campo com donos de hotéis e restaurantes da região para separarem o vidro para ser coletado pela cooperativa.

Os catadores também recebem equipamentos de proteção individual e treinamento da Ambipar. “A cooperativa precisa ter demanda garantida para fazer contratos e ter maior relação com setor financeiro, além de se desenvolver e aumentar capacidade de processamento”, resume Rafael Tello, vice-presidente de sustentabilidade da Ambipar. Tello conta que o lucro da Ambipar vem da revenda do vidro triturado para as indústrias e da negociação dos créditos de reciclagem. Ao mesmo tempo, diz que a empresa nota que os catadores que trabalham com ela tem uma renda maior, mas que não tem dados relativos a isto.

A aposta é que estruturar a cadeia com novos hubs, por exemplo, iniciará um ciclo virtuoso de maior demanda pela proximidade com as indústrias compradoras, maiores valores pagos e maior interesse dos catadores. A CirculaVidro afirma que, uma vez que a coleta de dados esteja completa, essa mesma contribuição para a logística reversa seria uma das principais parte do seu trabalho. A reunião de pequenos municípios em consórcios para coletar vidro em escala suficiente para atrair recicladores também é vista como uma estratégia para tornar viável a reciclagem.

“Temos que ter visão de longo prazo, estruturante, para o desenvolvimento das pessoas e das organizações envolvidas”, comenta Tello. Ele diz que a Ambipar segue aberta a trabalhar com mais cooperativas que os busquem, mas que por vezes não são “descobertos” por elas.

A reutilização de recipientes é outra estratégia para reduzir o vidro no lixo, e é incentivada pela Abividro, mas encontra limitações. Para ser viável economicamente, a indústria precisa estar perto do local de consumo, já que o transporte não é simples de ser feito e o vidro é um material pesado e frágil. Ela demanda produtos químicos e máquinas capazes de fazer a limpeza integral sem deixar cheiro ou gosto e há um limite no número de vezes que uma garrafa pode ser limpa antes de ser encaminhada para a reciclagem – cerca de 30 vezes.

Cooperativa Goiânia Viva, em Goiás, foi uma das apoiadas pela Ambipar e pela eureciclo para a reciclagem de vidro Foto: Divulgação / eureciclo

Há empresas que apostam nessa solução. Uma é a Águas Prata, do estado de São Paulo. O diretor da empresa, Rubem Cechinni, relata que hoje 25% do faturamento da empresa já é composto pelas garrafas de vidro retornáveis, e que foram necessários alguns investimentos como a reforma da máquina lavadora na unidade industrial.

“Usamos como argumento de venda para os clientes o preço competitivo, a qualidade do produto e a preocupação com a economia circular, de reduzir o volume de lixo da empresa”, diz Cechinni. Hoje, os principais clientes são restaurantes, bares e hotéis da capital paulista, e a logística é feita pelo distribuidor.

Enquanto as empresas tentam consolidar uma forma de estruturar a reciclagem de vidro para cumprir os percentuais previstos no decreto, o trabalho das prefeituras é visto como fundamental, já que cabe a elas a coleta do lixo e a destinação correta dos resíduos para reciclagem. A montagem de consórcios de diferentes prefeituras é uma solução para viabilizar em determinada região. Já os governos federal e estaduais podem facilitar com incentivos fiscais.

O papel dos consumidores é o de coletar os cacos de vidro e o que mais puder ser reciclado em suas casas e dar a destinação correta, em pontos de entrega voluntários para coleta seletiva. A indústria vê o vidro proveniente da reciclagem como uma fonte importante, mas pulverizada, e avalia que é mais fácil conseguir uma quantidade relevante em hotéis, bares, lanchonetes e restaurantes.

Reciclagem de vidro pode levar à economia de energia por não precisar do processo de calcinação, que funde os minerais no vidro quando ele é produzido do zero Foto: Divulgação / Abividro

“Se nós queremos aumentar a demanda e a oferta, não é melhor que seja num processo educativo?”, questiona Ildo, da cooperativa Goiânia Viva. Entre os ouvidos pelo Estadão , a principal aposta é no oferecimento de aulas para que professores possam levar o tema aos estudantes.

“Quando a população não separa direito o vidro, não vai chegar muito na mão das organizações certas. Se o consumidor conseguir separar corretamente, vai gerar muito mais volume”, reforça Trogiani, da eureciclo.

Um longo trabalho precisará ser feito para alcançar as metas do decreto de 2022, assim como para ter números confiáveis. Mas há interesse da sociedade, da indústria e do poder público para evoluir. “Não é uma opção, é algo social. Temos um histórico de resultados positivos já alcançados. Não existe nem espaço para ser pessimista”, afirma Tello, esperançoso.

fonte: (O Estado de S.Paulo – 27/08/2024)

Tributação favorece matérias-primas virgens em vez de recicladas, dizem especialistas

Advogados e representantes da indústria afirmam que tratamento fiscal reduz interesse na aquisição de reciclados

A tributação no Brasil favorece o uso de matérias-primas virgens —extraídas da natureza— em detrimento de insumos derivados da reciclagem , que preservam recursos naturais, segundo especialistas da indústria e do direito tributário.

Esse é um dos obstáculo ao avanço da reciclagem no Brasil, hoje estimada em apenas 4% dos resíduos sólidos urbanos, e deriva de uma regra criada com o objetivo oposto: incentivar a infraestrutura de reciclagem.

Até 2021, comerciantes de recicláveis não precisavam pagar PIS e Cofins sobre as vendas dos insumos. As contribuições eram pagas pelas indústrias que transformam o resíduo em matéria-prima reciclada, chamadas de transformadoras, a uma alíquota de 9,25%.

A ideia da política era diminuir o peso de tributos sobre quem vende resíduos recicláveis, normalmente cooperativas, catadores ou sucateiros. A indústria, no entanto, reclama que a legislação reduz o interesse na aquisição de matérias-primas recicladas porque a carga tributária sobre o produto final aumenta, já que não há possibilidade de crédito.

Pelo regime comum, as transformadoras poderiam abater da cobrança final de impostos o valor que gastaram com a aquisição do insumos reciclados. Mas, como a lei prevê a não incidência sobre a venda dos reciclados, as empresas estavam proibidas de fazer o desconto.

Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico) fez um estudo para mostrar o impacto dessa proibição. A carga tributária efetiva para uma empresa que usa reciclados na produção era de 6,44%, já com as deduções legais. Sem a proibição, ela caía a 5,32%. Para as indústrias em geral, o valor chegava a 5,8%.

A entidade apresentou os dados ao STF (Supremo Tribunal Federal) para o julgamento de um recurso sobre a validade da apuração de créditos de PIS e Cofins na aquisição de insumos recicláveis.

Há três anos, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) declararam inconstitucional a proibição da tomada de crédito, assim como a suspensão da cobrança de PIS e Cofins sobre a vendas dos insumos recicláveis.

Lumy Mizukawa, que atuou em favor da Abiplast no processo, diz que em tese a decisão já está valendo, ou seja, vendedores de insumos reciclados deveriam recolher PIS e Cofins. As transformadoras, por outro lado, poderiam tomar créditos.

Mas isso pode mudar. O STF julga agora recursos contra a decisão do Tribunal e debate a partir de quanto ela começa a valer. O julgamento não tem data para ser retomado.

Ao menos 832 processos aguardam o desfecho do julgamento, conforme dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça)

O problema para a Abiplast é os ministros terem extrapolado o escopo do recurso —o artigo referente aos créditos— para decidir também sobre o pagamento de PIS e Cofins por comerciantes de insumos recicláveis. A entidade defende que a decisão se limite, de modo a manter o benefício fiscal na venda dos insumos.

“Do jeito que está, a matemática não é ideal”, afirma Lumy Mizukawa. “Contraria até a premissa de proteção ao meio ambiente”.

Energia Limpa

A Abrema (Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente) considera que o modelo atual estabelece uma bitributação de reciclados, já que os materiais são encarados como insumos comuns. Para ela, isso acontece no caso do PIS e da Cofins, bem como no do ICMS, cuja alíquota média no país é 18%.

“O produto feito com reciclados fica mais caro”, afirma Pedro Maranhão, presidente da entidade. “E o que acontece? Vale mais a pena comprar a matéria-prima virgem, porque ela está mais barata que a reciclada por uma questão tributária.”

Para ele, “a indústria da reciclagem precisa de viabilidade econômica no mundo capitalista. Tem que ter incentivo”.

Álvaro Rotunno, sócio da área tributária do Gaia Silva Gaede Advogados, discorda do argumento da bitributação por enxergar a reintrodução do insumo reciclável na cadeia produtiva como o início de um novo ciclo econômico, o torna possível a nova cobrança.

Ainda assim, sustentou a necessidade da concessão de benefícios tributários ao setor de reciclagem. Segundo o advogado, a cobrança de PIS e Cofins nas vendas de matéria-prima reciclada penaliza o mercado e fomenta a informalidade.

“Matérias-primas recicladas devem ser beneficiadas com incentivos fiscais para que a sua comercialização seja competitiva com as matérias-primas virgens —mais nocivas ao meio ambiente e com custo de fabricação geralmente mais baixo do que o das recicladas”, diz.

 

Empresas de reciclagem podem pagar mais imposto após decisão do STF -  03/08/2021 - Mercado - Folha

 

Fonte: Folha de S.Paulo

Material reciclado para embalagens são fundamentais, entenda

Embalagens feitas com materiais reciclados são um tema sempre presente no setor de produtos, relacionado à necessidade de cuidar do meio ambiente e buscar formas de tornar o processo de produção mais coerente com os conceitos de preservação ambiental.

Se você faz parte do mercado de embalagens e acredita que já ouviu falar o suficiente sobre esse assunto, é provável que tenha se deparado com fragmentos ocasionais em momentos distintos. No entanto, pode ser que falte um aprofundamento maior no tema.

Neste texto, levantaremos os pontos mais importantes sobre a importância de utilizar embalagens recicláveis e os principais pontos industriais, econômicos, sociais e ambientais.

Conheça 3 motivos para adotar embalagens feitas com material reciclado na indústria hoje

Em uma sociedade cada vez mais preocupada com questões sustentáveis, usar material reciclado é um dos principais pontos que competem a iniciativas da indústria de embalagem.

A importância das embalagens recicladas não pode ser subestimada, pois ela não apenas influencia a percepção do cliente ao ver o produto na prateleira, mas também impacta toda a cadeia produtiva de novos produtos e contribui para a geração de lucro.

Uma maneira pela qual a indústria pode contribuir para tornar esse produto sustentável é por meio da parceria com fornecedores de embalagens que utilizam matéria-prima reutilizável.

Existem bons motivos para que setores da indústria optem por opções recicláveis. Para que você entenda, a seguir vamos citar as principais questões.

1.Diminui os custos

Como as embalagens feitas com material reciclado são produzidas utilizando materiais de custo inferior, devido ao seu reaproveitamento, o custo de fabricação tende a ser menor do que o de embalagens feitas com matéria-prima nova.

Outra forma de diminuir os custos com iniciativas de reciclagem é usar embalagens conhecidas como retornáveis, aquelas que o consumidor devolve a embalagem ao estabelecimento e recebe algum benefício.

2.Fortalecimento da marca

Utilizar embalagens sustentáveis é uma questão que vai além dos custos de produção do material; envolve também o posicionamento da sua empresa aos olhos do consumidor.

Empresas que se mostram engajadas com questões ambientais e climáticas, demonstrando isso através do material das embalagens tendem a ter a preferência dos consumidores.

Por causa disso, muitos negócios adotam essa prática motivados principalmente pelo impacto positivo que pode ter nas vendas, levando-os a buscar matéria-prima sustentável para suas embalagens.

Esse motivo é uma maneira eficaz de incentivar as empresas a adotarem ações ecologicamente corretas e de promover uma conscientização crescente entre os empresários sobre o uso de materiais reciclados nas embalagens.

3.Benefícios legais para empresas que utilizam embalagens feitas com material reciclado

Para incentivar o uso de embalagens sustentáveis, existem diversas facilidades legais para negócios que estão dispostos a adotar práticas ambientais positivas. Dessa forma, muitos empreendedores direcionam sua atenção para práticas responsáveis, o que não apenas ajuda os negócios a obterem benefícios fiscais, mas também a demonstrarem uma postura responsável perante o consumidor.

Acompanhando esse texto até aqui, foram explicados os principais motivos para que empresas da indústria de embalagens adotem o uso de material sustentável. Agora vamos entender quais são os tipos de materiais reciclados: plástico, vidro, metal e papel. No entanto, poucas pessoas compreendem completamente a reciclabilidade dos materiais.

Conheça as possibilidades de reciclabilidade de cada tipo de material

Plástico

O plástico é o material mais versátil entre os que serão citados, pois pode ser encontrado em 7 tipos diferentes, que são utilizados na criação de diversos materiais. Esses tipos são:

  • PET (Polietileno Tereftalato) – Reciclável;
  • PEAD (Policloreto de Vinila) – Reciclados;
  • PEBD (Policloreto de Vinila) – Não reciclável de forma mecânica;
  • PFV (Policloreto de Vinila) – Reciclado;
  • PP (Propileno) – Não reciclado;
  • PS (Poliestireno) – Não reciclado.

Com exceção daqueles listados como não recicláveis, é possível recuperar materiais dos outros tipos de plástico, que podem ser reintegrados à cadeia produtiva e reutilizados posteriormente.

Vidro

Durante muito tempo, o vidro foi considerado um dos principais materiais reciclados, por ser reutilizado várias vezes, desde que não se quebre, quando isso acontece está instaurado um problema, pois se torna muito complicado de ser manuseado.

Existem iniciativas feitas por cooperativas e empresas privadas para cuidar da reutilização do vidro, mas devido ao risco desse trabalho os custos costumam ser altos.

Empresas que fazem esse tipo de trabalho se envolvem na coleta e triagem do vidro, no caso da iniciativa privada isso é feito de forma automatizada.

Papel

O papel é um dos principais materiais reciclados utilizados por empresas que desejam implementar embalagens sustentáveis em seus produtos.

Diferentemente de outros materiais, o papel possui um tempo de decomposição máximo de 100 anos, o que é menor em comparação ao plástico, metal e vidro.

O papel tem alto nível de reciclabilidade, isso envolve as vezes que pode voltar para a cadeia produtiva e ser usado novamente.

Metal

A categoria de metal envolve vários materiais, entre eles:

  • Aço;
  • Alumínio;
  • Cobre.

Existem outros tipos de metais que estão presentes com menos frequência em embalagens, mas fazem parte dessa categoria.

O metal é um material extremamente reutilizável e possui custo baixo no processo de reciclagem, fazendo com que seja uma matéria-prima com alta demanda.

Se você leu esse texto até aqui, então entendeu quais os materiais com maior possibilidade de reciclabilidade. Continue lendo, pois ainda temos dois assuntos para tratar, os impactos ambientais e sociais do uso de embalagens feitas com material reciclado.

Quais são os principais benefícios sociais do uso de embalagens com material reciclado

Não é possível falar sobre os benefícios sociais e ambientais de forma separada, pois sempre envolvem questões que estão muito ligadas.

Existem muitos fatores que influenciam a vida em sociedade quando o assunto são iniciativas sustentáveis, a principal delas é a necessidade de preservar o meio ambiente. Dado que esses temas são amplamente discutidos, agora vamos abordar alguns que às vezes são poucos discutidos.

Criação de empregos

Poucas pessoas se atentam a isso, mas o setor de reciclagem gera diversas vagas de emprego tanto para quem faz a coleta dos materiais quanto para quem cuida da transformação disso em algo novo.

Isso significa que o uso de embalagens feitas de material reciclado sustenta as pontas de um setor muito importante para a preservação do meio de recursos naturais.

De acordo com um estudo realizado pela ABIPLAST, a produção de cada tonelada de plástico reciclado gera empregos para aproximadamente 3,16 coletores responsáveis por esse material a cada mês.

Diminuição de resíduos sólidos

As embalagens feitas com material reciclável desempenham um papel fundamental na redução dos resíduos sólidos enviados para aterros sanitários, que são uma das principais fontes de gases do efeito estufa.

Outro fator é que as embalagens feitas com material sustentável são imprescindíveis para economizar recursos naturais.

Estímulo à economia circular

O conceito de economia circular se baseia na redução do desperdício e promove a reutilização de recursos. Esse modelo econômico favorece produtos que podem ser reutilizados e criar um ciclo contínuo de reciclagem, gerando valor a partir de materiais previamente descartados.

Quando funciona de forma perfeita, esse ciclo reduz muito a quantidade de lixo criado e, também ajuda a controlar a quantidade de produtos descartados em aterros.

O uso de embalagens  feitas com material reciclado ajuda a indústria, as pessoas e o meio ambiente, pois ao mesmo tempo que combate os problemas da falta de preservação ambiental, gera emprego e diminui custos de produção.

Nesse texto, você entendeu os principais pontos que tornam a iniciativa de embalagens sustentáveis muito importante e, com isso, implantar essa prática em seu negócio.

símbolo de reciclagem - dicas de atividades para estimular o consumo consciente

75% das empresas não têm alguma certificação de sustentabilidade e ESG, diz pesquisa

22% dos funcionários avaliam desempenho geral da sua empresa em práticas ambientais, sociais e de governança como “muito bom” ou “excelente”, de acordo com pesquisa realizada pela consultoria de inovação TEC Institute

Certificações demonstram um compromisso real da empresa com aquilo que a certificadora atesta

Para entender como os indicadores ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) adotados por empresas brasileiras estão sendo percebidos pelos seus funcionários, a consultoria de inovação Tec Institute, realizou uma pesquisa online, em parceria com a MIT Tech Review Brasil, publicação do Instituto de Tecnologia de Massachusetts no país. Entre as conclusões, descobriu que 75% das organizações não possuem nenhuma certificação de sustentabilidade ou ESG.

Quando realizadas por instituições sérias e criteriosas, as certificações demonstram um compromisso real da empresa com aquilo que a certificadora atesta, e são concedidas às empresas que atendem critérios rigorosos. Isso envolve a implementação de políticas e práticas corporativas que vão além do mínimo exigido por lei.

No caso da sustentabilidade e dos aspectos ESG, as certificações são importantes para evitar que as empresas realizem greenwashing, ESGwashing, diversitywashing – ou seja, façam parecer em suas campanhas de marketing, publicidade e relações públicas que suas práticas ambientais, de ESG, ou diversidade e inclusão, por exemplo, sejam maiores e mais relevantes do que realmente são na prática.

Como exemplo, a pesquisa cita a certificação Global Reporting Initiative (GRI), que criou um padrão para o reporte de resultados que facilita empresas a compreender e comunicar os seus impactos em questões como mudanças climáticas, direitos humanos e corrupção. E a certificação B-Corp, ou Empresa B, para companhias que visam, como modelo de negócio, o desenvolvimento social e ambiental.

A pesquisa também descobriu que quase 8 em cada 10 funcionários não acreditam que suas empresas estão fazendo um trabalho muito bom ou excelente nos quesitos ESG. Entre as principais iniciativas trabalhadas estão a gestão de resíduos e reciclagem (30%); o respeito pelos direitos humanos (40%) e prevenção à corrupção (31%).

A instituição de pesquisa aponta que o perfil dos respondentes não é determinante para as percepções sobre as práticas de ESG trabalhadas nas empresas: “O gênero, idade e faixa salarial têm pouco impacto na percepção das práticas de ESG”, diz o TEC Institute. “Independentemente desses fatores, os colaboradores tendem a ter uma visão semelhante sobre as práticas de sustentabilidade das empresas”, conclui.

Ao todo, 108 pessoas, a maioria homens, responderam ao formulário online da pesquisa com perguntas objetivas – 32% atuam em empresas de serviços financeiros, educação e saúde, seguido dos segmentos de tecnologia da informação e comunicações (25%), e serviços (21%), como atividades científicas, técnicas, administrativas, artes, cultura e serviços domésticos. E os demais atuam em transporte e logística; agricultura, mineração e recursos naturais; comércio e serviços de hospitalidade; e indústria e construção.

 

Fonte: CNN Brasil

Como o lixo europeu vai parar ilegalmente no Sudeste da Ásia

Desde que a China endureceu as leis sobre importação de resíduos, aumentaram as cargas que chegam de modo ilícito à Indonésia, ao Vietnã e à Tailândia, com graves riscos ambientais, econômicos e humanos.Países do Sudeste Asiático como Malásia, Vietnã, Tailândia e Indonésia estão vivenciando um influxo de carregamentos de lixo ilegal de nações industrializadas, sendo uma parcela considerável traficada da União Europeia. Apesar das normas existentes, os traficantes são incentivados pelo policiamento inefetivo e penas brandas, se apanhados, além da tentação de lucros fáceis.

A Comissão Europeia estima que de 15% a 30% dos lotes de resíduos partindo da UE sejam ilegais, gerando anualmente bilhões de euros em faturamento ilícito. “Uma vez que o lixo é descartado indevidamente, ele se torna um problema de todo mundo”, observa Masood Karimipour, representante do Sudeste Asiático na Agência das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC). “Não há como exagerar a urgência de confrontar o tráfico de resíduos.”

O relatório da ONU calcula que, entre 2017 e 2021, os membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) importaram, ao todo, 100 milhões de toneladas de lixo de metal, papel e plástico, no valor de quase 50 bilhões de dólares.

Atividade criminosa altamente lucrativa

Nos últimos anos, houve uma transformação significativa do comércio global de resíduos, devido a uma série de medidas impostas em 2018 pela China, a fim de sustar o ingresso de lixo indesejado em seu território.

O efeito cascata dessas restrições provocou um redirecionamento das correntes globais de resíduos, sobretudo em direção ao Sudeste Asiático, que se tornou a destinação primária para carregamentos tanto legais quanto ilícitos. O Departamento de Estatísticas da Indonésia registrou um aumento súbito das importações de resíduos, com papel e plástico principalmente oriundos da Europa Ocidental.

“Na Indonésia não há nenhum ecossistema que promova consumo, produção e reciclagem sustentáveis”, observa Yuyun Ismawati, consultor-chefe da ONG ambientalista Nexus3 Foundation. Além disso, é comum o lixo de papel estar contaminado com plástico, o que representa uma séria ameaça ambiental e sanitária para regiões como Java e Sumatra.

As companhias importadoras de papel ou descartam o plástico problemático ou o doam às comunidades locais, que então realizam triagem e incineração ilegal, emitindo níveis alarmantes de dioxinas e substâncias químicas tóxicas, terminando por infiltrar-se nas cadeias alimentares humanas. A fumaça e a comida contaminada provocam moléstias respiratórias e gástricas entre os habitantes das aldeias, ou mesmo câncer.

Apesar de suas consequências funestas para a saúde e o meio ambiente, o tráfico de resíduos ainda é considerado uma atividade criminosa altamente lucrativa, que passa por debaixo do radar no Sudeste Asiático.

Serena Favarin, criminologista da Università Cattolica del Sacro Cuore, de Milão, Itália, relata que os traficantes utilizam métodos sofisticados e cadeias de abastecimento para escapar dos controles, levando o lixo para países onde as normas são menos rigorosas, e os preços para o descarte ilegal, muito mais baixos.

“O crime não é combatido da mesma forma em países diferentes, o que cria um desalinhamento no modo como o lixo é tratado”. Em diversas destinações, por exemplo, os regulamentos sobre o tráfico sequer pertencem ao direito criminal, mas sim às normas civis e administrativas. Então, mesmo que os traficantes as violem aberta e sistematicamente, as penalidades costumam ser mínimas, permitindo que as operações criminosas prosperem.

Necessidade de quadro legal básico harmonizado

Embora o tráfico ilegal de resíduos cause muitos problemas às comunidades, especialistas reconhecem que o gerenciamento legal e bem regulamentado é necessário, mitigando danos ambientais e contribuindo para a economia circular, ao reduzir, reutilizar e reciclar o material excedente.

Por isso, diversas nações e operações policiais internacionais entre a Ásia e a Europa estão agindo para fechar as lacunas que permitem aos criminosos operar e prejudicar o ciclo econômico.

“É importante fortalecer a dimensão transnacional, a fim de ter regulamentações semelhantes entre os países. Com normas semelhantes, é mais fácil dialogar”, explica a criminologista Favarin.

Uma harmonização dos quadros legais pode contribuir para a adoção de leis mais fortes e penalidades mais severas para os crimes de tráfico de resíduos. A UE está atualmente atualizando as regras sobre transporte de lixo, com sua entrada em vigor prevista para o fim de abril.

Tecnologias modernas também prometem favorecer a proteção ambiental. “Drones ou imagens de satélite podem ajudar a detectar acúmulos ou grandes montes de lixo em áreas específicas, como aterros ilícitos, ou incinerações ilegais em áreas protegidas”, exemplifica Favarin.

Fotos: As montanhas de lixo europeu que crescem na Ásia | | EL PAÍS

 

Fonte: ISTOÉ Dinheiro

CONSTRUÇÃO DE CASAS SUSTENTÁVEIS CRESCE NO BRASIL

Dados divulgados recentemente pelo Green Building Council Brasil, ONG especializada em moradias de baixo impacto ambiental, indicam que a construção de casas sustentáveis disparou no Brasil.

De acordo com o levantamento, o número de construções residenciais verdes cresceu 40% entre 2022 e 2023, índice que sinaliza uma mudança rumo à práticas ambientalmente responsáveis no setor imobiliário.

 

“Na prática, observamos um interesse cada vez maior do consumidor final em soluções de baixo impacto ambiental, como o steel frame e a energia solar”, destaca a repórter Aline Melo, na Casa e Jardim, fonte desta reportagem.

 

Caroline Siqueira, sócia vice-presidente do Grupo Innova Steel, explica que enquanto as obras de alvenaria consomem em média 500 litros de água por m², o método steel frame consome apenas 5 L/m².

“Além disso, o uso de água é somente no momento da fundação, ou seja, após a base não é necessário mais trabalhar com água. Outro ponto que mostra a sustentabilidade presente é que não se utiliza cimento e argamassa no processo de montagem”, conta Siqueira.

Outra tecnologia verde vinculada ao setor que não para de crescer é a energia solar, cada vez mais barata acessível.

Um estudo realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, mostra que 66% dos entrevistados consideram importante ter energia solar em casa.

“Estamos vindo de uma queda de preço dos equipamentos fotovoltaicos, além de diminuição da taxa de juros e um posicionamento dos bancos, que demonstram estarem mais abertos ao financiamento da energia solar, o que facilita o acesso da população”, diz Luca Milani, CEO e fundador da 77Sol.

Para se ter uma ideia, fontes renováveis de energia podem ser responsáveis por 95% da geração de eletricidade no Brasil em 2026, é o que prevê um relatório publicado recentemente pela Agência Internacional de Energia (AIE).

Ainda de acordo com o documento, no mundo esse índice pode chegar, no melhor dos cenários, a 37%, dado que coloca o Brasil na vanguarda da transição para energias limpas: nuclear, eólica, solar, hidroelétrica.

Boa parte dessa melhora, informam os pesquisadores, é resultado da popularização de sistemas domésticos de energia solar fotovoltaica, cada vez mais acessíveis e baratos, e dos investimentos em energia eólica no país.

“Em nossa previsão, a geração combinada de energia eólica e solar fotovoltaica em 2026 será quase 50% maior que a de 2022”, avalia a equipe de pesquisa.

Foto1

Fonte: ReciclaSampa

MUNDO PRODUZIU 62 MILHÕES DE TONELADAS DE LIXO ELETRÔNICO EM 2022

Um relatório da ONU divulgado na última semana revelou que o mundo produziu 62 milhões de toneladas de lixo eletrônico em 2022.

Segundo o texto final do Monitor Global de Lixo Eletrônico, a produção de eletrolixo pela humanidade aumentou cinco vezes mais rápido do que as estimativas recentes indicavam.

Para se ter uma ideia, esse volume seria capaz de preencher 1,5 milhões de caminhões de coleta com capacidade para 40 toneladas de resíduos.

Já a quantidade de resíduos eletrônicos registrada como coletada e reciclada foi de aproximadamente 14 milhões de toneladas, ou 22% do que foi gerado.

Infelizmente, a previsão é que esse total caia para 20% até 2030, devido à crescente lacuna nos esforços de reciclagem em relação à alta na produção mundial do setor.

Foto1

“O aumento das disparidades em todo o mundo é atribuído a desafios que incluem o aumento do consumo, a redução de conserto e a obsolescência dos aparelhos”, afirma a ONU em nota enviada à imprensa.

Contam-se ainda o rápido avanço tecnológico, a limitação nas opções de conserto, os ciclos de vida cada vez mais curtos dos produtos e a infraestrutura inadequada para a implantação de projetos de logística reversa.

Neste contexto, o relatório estimula os países a aumentarem as taxas de recolhimento e reciclagem de lixo eletrônico para 60% até 2030.

Entre os benefícios da medida, afirma a ONU, estão a minimização dos riscos para a saúde humana, que superaria os custos em mais de US$ 38 bilhões.

 

Fonte: Recicla Sampa

Água para a Paz – Celebrando o Dia Mundial da Água em 2024

No dia 22 de março de 1992, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o Dia Mundial da Água, uma iniciativa global para destacar as questões cruciais relacionadas à água e promover a conscientização sobre a importância desse recurso vital. A cada ano, o Dia Mundial da Água aborda temas específicos para enfatizar diferentes aspectos relacionados à gestão, preservação e utilização sustentável da água.

Em 2024, o tema escolhido é “Água para a Paz”. Esta escolha reflete a crescente compreensão da interconexão entre a água, a segurança, o desenvolvimento sustentável e a paz mundial. A água, que é um recurso fundamental para a vida e o bem-estar humano, desempenha um papel crucial na estabilidade e prosperidade de comunidades, regiões e países inteiros.

1_8.png

A Importância da Água para a Paz

A água é um elemento essencial para a sobrevivência de todos os seres vivos, sendo um recurso indispensável para a agricultura, indústria, geração de energia e consumo humano. Além disso, ela desempenha um papel fundamental na preservação dos ecossistemas aquáticos, garantindo a biodiversidade e a saúde do planeta como um todo.

O tema “Água para a Paz” destaca a necessidade de abordar as questões relacionadas à água como uma parte integrante do caminho para a paz global. Conflitos sobre recursos hídricos têm sido uma realidade em várias partes do mundo, ampliando as tensões entre nações e comunidades. Ao compreendermos e promovermos a gestão sustentável da água, podemos contribuir para a prevenção de conflitos e a construção de sociedades mais pacíficas e resilientes.

2_8.png

A falta de água em muitos lugares é mais comum do que se imagina e pode contribuir ou intensificar conflitos armados colocando em situação de vulnerabilidade muitas comunidades. Alguns exemplos onde isso acontece são: guerra entre Rússia e Ucrânia, conflitos na Faixa de Gaza, Colinas de Golã no Oriente Médio, Planalto do Tibete e muitos outros.  Você pode ver mais na matéria “A disputa por água é uma realidade”.

Desafios Atuais e Soluções Futuras

Atualmente, enfrentamos desafios significativos em relação à disponibilidade e qualidade da água. Mudanças climáticas, urbanização desenfreada, poluição e uso irresponsável dos recursos hídricos são ameaças que exigem ação imediata. Ao adotarmos práticas sustentáveis de gestão da água, podemos garantir o acesso equitativo a esse recurso vital, promovendo a justiça social e a cooperação internacional.

Iniciativas que promovem a eficiência hídrica, a reciclagem de água, a proteção de bacias hidrográficas e o desenvolvimento de tecnologias inovadoras são passos fundamentais para alcançar o equilíbrio necessário. Além disso, a educação e conscientização pública desempenham um papel crucial na construção de uma cultura que valoriza a água como um bem coletivo.

3_7.png

Assim, a água sendo um recurso vital para a sobrevivência humana, desenvolvimento de atividades econômicas e manutenção dos ecossistemas, desempenha um papel crucial na estabilidade social e política, tanto internamente quanto nas relações entre países e territórios. É fundamental promover a boa gestão para evitar conflitos, além de:

  • Ajudar a avançar nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável;
  • Promover a segurança alimentar, sustentar meios de vida saudáveis, fortalecer ecossistemas e contribuir para a resiliência às mudanças climáticas;
  • Reduzir riscos de desastres, fornecer energia renovável, apoiar cidades e indústrias e promoção da integração regional;
  • Promover uma economia circular com respeito aos direitos humanos;
  • Possibilitar e facilitar que os países estabeleçam acordos para melhor gerenciamento de recursos hídricos transfronteiriços.

Água como Agente de Transformação

Ao celebrarmos o Dia Mundial da Água em 2024 com o tema “Água para a Paz”, reconhecemos a necessidade de cooperação global para enfrentar os desafios relacionados à água e promover a paz duradoura. A gestão sustentável da água não apenas garante a segurança hídrica, mas também contribui para o desenvolvimento sustentável, a equidade e a estabilidade global.

Cada um de nós desempenha um papel vital na preservação desse recurso precioso. Ao adotarmos práticas responsáveis e apoiarmos iniciativas que promovem a conscientização e a ação, podemos construir um futuro onde a água seja um agente de transformação positiva, promovendo a paz e a prosperidade para as gerações futuras.

Fonte: Água Sustentável 

Senado aprova Política Nacional de Economia Circular; texto vai à Câmara

Em votação simbólica, o Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (19) um projeto de lei que cria a Política Nacional de Economia Circular, com o objetivo de estimular o uso mais consciente dos recursos e priorizar produtos mais duráveis, recicláveis e renováveis. A proposição (PL 1.874/2022), de autoria da Comissão de Meio Ambiente (CMA), foi aprovada na forma do relatório do senador Jaques Wagner (PT-BA), que apresentou substitutivo por meio de emenda. Agora o texto segue para análise da Câmara dos Deputados.

O projeto foi apresentado pela CMA após uma série de debates do Fórum da Geração Ecológica, realizados no âmbito da própria comissão. Além de estabelecer os objetivos, os princípios e os instrumentos da Política Nacional de Economia Circular, o texto altera a nova Lei de Licitações (Lei 14.133, de 2021), a lei que cria programas de incentivo à pesquisa (Lei 10.332, de 2001), e a lei que instituiu o Fundo Social (Lei 12.351, de 2010).

Segundo o projeto, a economia circular difere da economia linear, caracterizada pela sequência extração-produção-consumo-descarte. Na modalidade circular, a meta é “conservar o valor dos recursos extraídos e produzidos, mantendo-os em circulação por meio de cadeias produtivas integradas”. O modelo prioriza o reaproveitamento de resíduos, o reparo, o reúso e a remanufatura.

Senado deverá votar projeto sobre economia circular | Economic News Brasil - Notícias Sobre Economia e Negócios

O que diz o projeto

A Política Nacional de Economia Circular prevê, entre outros pontos, conscientizar a sociedade sobre o uso dos recursos naturais; estimular a pesquisa e a adoção de soluções em economia circular; e promover a gestão estratégica, o mapeamento e o rastreamento dos estoques e fluxos dos recursos no território nacional. Para atingir seus objetivos, o projeto determina a criação do Fórum Nacional de Economia Circular, com representantes de ministérios, sociedade e empresários. O fórum deverá elaborar planos de ação nacionais e estimular os estados e municípios a criarem instâncias similares.

O projeto também prevê a adoção de compras públicas sustentáveis; o financiamento de pesquisa e a promoção de processos destinados à adoção da circularidade; o estímulo ao direito dos consumidores de repararem seus produtos; a criação de incentivos fiscais; e a conscientização da sociedade quanto à utilização do potencial de vida útil dos produtos.

Substitutivo

O relatório de Jaques Wagner tinha sido previamente aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), acolhendo em substitutivo uma série de emendas oferecidas no colegiado. O senador Rogério Carvalho (PT-SE) teve 14 emendas acatadas, incluindo a previsão de que produtores e fabricantes devem priorizar o uso de fonte de matérias-primas que apliquem métodos de produção regenerativos; o fomento do poder público a programas de colaboração entre fabricantes e produtores a fim de promover a utilização desses métodos; e a destinação de uma porcentagem do rendimento anual do Fundo Social para o desenvolvimento da economia circular.

Outras três emendas apresentadas na comissão foram aceitas pelo relator. Uma delas prevê que a estruturação, regulamentação e implementação dos instrumentos relacionados à economia circular, quando implicarem aumento de despesas, serão sempre antecedidas de análise de impacto regulatório com a participação de representantes dos setores econômicos e seus usuários.

Para Jaques Wagner, o projeto busca gerar um ciclo de produção virtuoso, apoiado na circularidade e na reciclagem de recursos, insumos, produtos e materiais em geral, utilizados em diversas cadeias produtivas. “Corresponde, pois, a um novo modelo de produção, mais responsável e sustentável, em linha convergente com objetivos, metas e pretensões no âmbito do equilíbrio e da preservação do meio ambiente. Trata-se, portanto, de um PL econômico e socialmente meritório”, sustenta o relator.

Fonte: Agência Senado