Reciclagem evita mais de 2 toneladas de CO₂ por tonelada de resíduo, aponta estudo

O Globo – 08/08/2025
Substituir uma tonelada de material virgem por reciclado evita a emissão de 2,059 toneladas de CO₂ equivalente (tCO₂e) — medida internacional usada para representar os demais gases com efeito de estufa em forma de dióxido de carbono.

A conclusão é do estudo inédito “Impactos da Reciclagem na Emissão de Carbono”, que será lançado este mês na Climate Week em São Paulo. O levantamento foi conduzido pela Planton em parceria com a eureciclo.

O destaque foi o alumínio, cuja reciclagem evita a emissão de até 10,563 tCO₂e por tonelada, sobretudo por evitar a etapa altamente emissora de extração da bauxita e a produção do metal primário por meio de um processo eletrointensivo, ou seja, uso de eletricidade para separar o metal de seus compostos.

Em seguida aparecem os plásticos (2,128 tCO₂e em média); papel (1,348 tCO₂e); aço/ferro (1,759 tCO₂e); e vidro (0,354 tCO₂e).

Isso quer dizer que a reciclagem de qualquer um desses materiais evita emissões de CO2 de forma significativa.

A análise se concentrou nas etapas de extração da matéria-prima e destinação final dos resíduos, assumindo que as demais fases do ciclo de vida (como uso e fabricação da embalagem) têm emissões equivalentes, independentemente da origem do material.

Os dados foram coletados de fontes primárias, como cooperativas de triagem em São Paulo, e secundárias, como a base internacional Ecoinvent 3.10 e os fatores de emissão do 6º Relatório do IPCC (2021).

O estudo também levou em conta as perdas médias nos processos de triagem (23%, segundo a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente – Abrema), distâncias médias percorridas até o reciclador e o perfil de resíduos recicláveis no Brasil.

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