Tem muito dinheiro sendo aterrado, mas seu lixo não vale ouro! Capítulo 2: Catadores. Solução?

Não sei dizer a quanto tempo, mas desde que consigo me lembrar existe a figura dos catadores. Para muitos, além de ser a solução é um “ direito adquirido” quando o tema é a coleta de materiais reciclados.  No entanto, na prática, desde a PNRS de 2010, a qual oficializou a categoria, estamos nos mesmos índices observados no momento da aprovação de importante marco. 

Mas por que isso acontece e qual seria a solução?

O primeiro importante fato é que o dia tem 24h. Sendo assim, um catador não consegue aumentar tanto a sua produtividade devido a limitação de tempo.

Outro ponto importante é que cada pessoa tem um limite físico para carregar peso. Logo, o catador está condicionado a um limite de carga que ele consegue carregar.

Ainda no tema de carga, vale lembrar que nas carroças existe uma limitação de volume e peso que as mesmas conseguem transportar. Ou seja, quando somamos esses três fatores, não é difícil concluir que um catador, infelizmente, não vai conseguir aumentar muito sua renda. 

Mas, então, qual a solução? Não existe uma solução única, mas as associações, cooperativas ou empresas privadas sem dúvidas são estruturas jurídicas mais preparadas e com capacidade para oferecer as condições adequadas quando comparados com os catadores individualmente.

Se focarmos apenas nas cooperativas, basta comparar a renda média de um cooperado versus a de um catador no Brasil que já ilustra uma grande diferença. Abaixo podemos observar outros importantes aspectos:

Catador Cooperado
Sem nenhum tipo de benefício, garantia e péssimas condições de trabalho  Na maioria das vezes contam com EPIs, suportes operacionais, renda mínima, rede de apoio
Faça sol, chuva, vento, doença, tem que ir para rua para garantir o mínimo do dia Conseguem oferecer melhores condições de trabalho e não expõe os cooperados a intempéries
Sem margem de negociação na venda Pelo aumento de escala conseguem vender o material a um preço melhor
Renda: R$500-600 Renda: R$ 1.200-2500

Dito isso, os “favores” ao deixarem os catadores coletar o reciclável, acabam mantendo essas pessoas na situação de informalidade, baixa remuneração e sem perspectivas de melhoria de vida. E, apenas para comparar com o título da série, se seu lixo valesse ouro você não entregaria “de graça”!

A profissionalização e formalização do setor é de fundamental importância para criar uma indústria forte e de valor agregado para que os projetos consigam sair do papel e, consequentemente, aumentarmos os pífios índices de reciclagem no país.

Se não concordar com nada do que for dito e for chamar uma pessoa para coletar seus resíduos, pelo menos pague por isso! Essa renda extra é de fundamental importância para eles!

E por que tenho que pagar? Não é responsabilidade da empresa ou do poder público? Sim e não, precisamos de falar da responsabilidade compartilhada!

Fique atento ao próximo capítulo!

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